Regimes de escuta e espaço histórico de Minas (séculos XVIII-XIX)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2021v14n28p223

Palavras-chave:

sonoridade, regime de escuta, paisagem sonora, espaço histórico, Minas Gerais

Resumo

Este artigo é resultado de pesquisas acerca das sonoridades ecoantes em Minas Gerais entre os séculos XVIII e XIX, desenvolvidas no âmbito dos estágios pós-doutorais realizados junto ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal Fluminense (UFF) e ao Programa de Pós-graduação em Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Discorre sobre o tríplice regime de escuta (teológico-católico, racional-ilustrado e romântico) que conferia sentidos à pluralidade sonora ecoante nas terras mineiras entre os séculos XVIII e XIX, ou seja, antes da virada tecnológica que permitiu a gravação e a reprodução de sons em equipamentos de produção industrial. As sonoridades que então reberveravam nessa espacialidade (dos ecossistemas, dos ofícios, das práticas de sociabilidade, de religiosidade, de controle e repressão sócio-política etc.) eram significadas mediante códigos politicoculturais, aqui conceituados como regimes de escuta, com seus específicos critérios de valoração, hierarquização, depreciação e até de silenciamento do audível. Em termos teóricos, a noção de regime de escuta, fundamentada na reflexão foucaultiana, é cotejada neste texto com a concepção musicológica de paisagem sonora. De forma concomitante, é postulado, em interlocução com a reflexão formulada por Michel de Certeau, que os regimes de escuta operantes em Minas colonial e imperial tiveram importante papel na configuração histórica deste território, buscando aproximá-la de um projeto civilizatório continuamente esgarçado não só por tensões e conflitos com alteridades ambientais e socioculturais, mas também por práticas de resistência e subversão dos grupos subalternizados.

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Biografia do Autor

Virgínia Albuquerque de Castro Buarque, Universidade Federal de Ouro Preto

Doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora da Universidade Federal de Ouro Preto.

Cesar Maia Buscacio, Universidade Federal de Ouro Preto

Doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Diretor do Instituto de Filosofia, Arte e Cultura Universidade Federal de Ouro Preto.

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Publicado

02-02-2022

Como Citar

BUARQUE, Virgínia Albuquerque de Castro; BUSCACIO, Cesar Maia. Regimes de escuta e espaço histórico de Minas (séculos XVIII-XIX). Antíteses, [S. l.], v. 14, n. 28, p. 223–257, 2022. DOI: 10.5433/1984-3356.2021v14n28p223. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/43619. Acesso em: 21 nov. 2024.