Transformações militares, políticas e sociais na virada para o Período Moderno a partir da Doutrina militar (1598) de Bartolome Scarion de Paiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2020v13n25p510

Palavras-chave:

História medieval, História moderna, Monarquias ibéricas, Exércitos, Transformações históricas.

Resumo

Inspirado nas histórias das guerras e das batalhas do passado, assim como nos grandes feitos dos líderes que delas participaram, o italiano Bartolome Scarion de Pavia publicou, em 1598, o livro Doutrina militar. A narrativa dessa obra tem por objetivo mostrar aos leitores, aos governantes e, principalmente, aos combatentes, como uma batalha regida com técnica e racionalidade pode ser benéfica para promover a paz nas cidades e nos reinos. Sem romper definitivamente com os ideários bélicos da Antiguidade Clássica e da Idade Média, essa obra também possibilita uma leitura sobre como uma guerra, realizada com paixão, discernimento, propósitos cristãos, poderia favorecer a governança dos reis e engrandecer as monarquias nacionais, bem como dignificar os beligerantes que lutam pela pátria e pela religião cristã, especialmente os que vivem sob a Monarquia Ibérica conduzida por Filipe II de Espanha, I de Portugal (1527- 1598). Na obra do Bartolome Scarion de Pavia se refletem, exemplarmente, as transformações militares, políticas e sociais, ocorridas na virada da Idade Média para o Período Moderno.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Peter Johann Mainka, Julius-Maximilians-Universität Würzburg (Alemanha) Universidade Federal de Santa Catarina

Doutor em Neuere und Neueste Geschichte - Julius-Maximilians-Universität Würzburg. Professor (Colaborador científico) na Bayerische Julius-Maximilians-Universität Würzburg.

José Carlos Gimenez, Universidade Estadual de Maringá

Doutor em História pela Universidade Federal do Paraná. Professor titular Universidade Estadual de Maringá.

Referências

ALVAREZ, Fernando Bouza. Portugal no tempo dos Filipes: política, cultura, representações (1580-1668). Lisboa: Edições Cosmos, 2000.

AYALA MARTÍNEZ, Carlos de. La orden del cister y las órdenes militares. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL, CISTER, OS TEMPLARIOS E A ORDEM DE CRISTO, 1., 2012, Tomar. Actas […]. Tomar: Instituto Politécnico de Tomar, 2012.

BLACK, Jeremy. A military revolution?: military change and european society 1550-1800. Basingstoke: Red Globe Press, 1991. (Studies in European History).

CLARAVAL, Bernardo de. Elogio de la nueva milicia templaría. Traducción Iñaki Aranguren, Anne-Hélène Suarez Girard. Madrid: Ediciones Siruela, 2005.

DOLLINGER, Heinz. Lipsius, Justus. In: NEUE Deutsche Biographie, 1985. v. 14, p. 676-680. Disponível em: https://www.deutsche-biographie.de/pnd11857342X. html#ndbcontent. Acesso em: 11 dez. 2018.

DUBY, Georges. As três ordens, ou o imaginário do feudalismo. Lisboa: Estampa, 1994.

ELIAS, Norbert. O processo civilizador: formação do Estado e civilização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1993. 2 v.

FERREIRA HENRIQUES, Luíz Miguel. La arenga militar en la historiografía, en la épica y en los tratados militares en lengua portuguesa y en lengua latina del siglo XVI. 2012. Tesis (Doctorado) – Facultad de Filosofia y Letras, Universidad de Extremadura, Cáceres, 2012.

FERREIRA HENRIQUES, Luíz Miguel. Retórica e historiografia: a arenga militar no séc. XVI. Hvmanitas, Coimbra, v. 66, p. 349-365, 2014. Disponível em: https:// digitalis-dsp.uc.pt/bitstream/10316.2/35109/1/Humanitas66_artigo18.pdf. Acesso em: 1 dez. 2018.

FLORI, Jean. La guerra santa: la formación de la idea de cruzada en el occidente cristiano. Madrid: Editorial Trotta, 2003.

GUENÉE, Bernard. O ocidente nos séculos XIV e XV (os Estados). São Paulo: Livraria Pioneira: Ed. da USP, 1981. Original em francês, 1971.

HAIDU, Peter. Sujeito medieval / moderno: texto e governo na Idade Média. São Leopoldo: Unisinos, 2006. Original em inglês, 2004.

ISRAEL, Jonathan. The Dutch Republic: Its rise, greatness and fall (1477-1806). Oxford: University Press, 1998.

KLEINSCHMIDT, Harald. Comprender la edad media: la trasformación de ideas y actitudes en el mundo medieval. Madrid: Akal, 2009.

LIPSIUS, Justus. De constantia libri duo. Lugdunum Batavorum: [s. n.], 1628. A primeira edição é de 1584.

LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. São Paulo: Martin Claret, 2002.

MACHIAVELLI, Niccolò. Dell’arte della guerra. [Repubblica Fiorentina: s. n.],1520.

MAINKA, Peter Johann: A França na época do confessionalismo (1516-1598): a reforma protestante e as guerras civis religiosas. In: MAINKA, Peter Johann (org.). A caminho do mundo moderno: concepções clássicas da filosofia política no século XVI e o seu contexto contemporâneo. Maringá: EDUEM, 2007. p. 263-286.

MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Penguin Classics: Cia das Letras, 2010.

MUCHEMBLED, Robert. Una historia de la violencia: del final de la edad media a la actualidad. Madrid: Paidós Contextos, 2010.

OESTREICH, Gerhard. Strukturprobleme des europäischen absolutismus. In: OESTREICH, Gerhard. Geist und gestalt des frühmodernen staates: Ausgewählte Aufsätze. Berlin: Duncker & Humblot, 1969. p. 179-197.

OTTMANN, Henning. Die Neuzeit von Machiavelli bis zu den großen revolutionen. Stuttgart: Verlag J. B. Metzler, 2006. (Geschichte des politischen Denkens).

PARKER, Geoffrey. Felipe II: la biografía definitiva. Barcelona: Planeta, 2010.

PARKER, Geoffrey. The military revolution: military innovation and the rise of the west (1500-1800). Cambridge: University Press, 1988.

REINHARD, Wolfgang. Geschichte der staatsgewalt: eine vergleichende Verfassungsgeschichte Europas von den Anfängen bis zur Gegenwart. München: Verlag C. H. Beck, 2002. A primeira edição é de 1999.

REINHARD, Wolfgang. Pressures towards confessionalization? prolegomena to a theory of the confessional age. In: DIXON, C. Scott. (ed.) The German reformation. Oxford: Blackwell, 1999. p. 169-192.

RISCAL, Sandra Aparecida. O conceito de soberania em Jean Bodin: um estudo do desenvolvimento das ideias de administração pública, governo e Estado no século XVI. 2001. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação UNICAMP, Campinas, 2001.

RODRIGUES, Rui Luis. Os processos de confessionalização e sua importância para a compreensão da história do Ocidente na primeira modernidade (1530-1650). Tempo, Campinas, v. 23, n. 1, p. 7-21, jan./abr. 2017. Disponível em: http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-77042017000100001&lng=e n&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 16 mar. 2019.

ROGERS, Clifford J. (org.). The military revolution debate: readings on the military transformation of early modern europe. Boulder: Westview Press, 1995.

ROSSI, Paolo. O nascimento da ciência moderna na Europa. Bauru: EDUSC, 2001. Original em italiano, 1997.

SCARION DE PAVIA, Bartolome. Doctrina militar. Lisboa: Pedro Crasbeeck, 1598.

SCHILLING, Heinz. Konfessionalisierung und Staatsinteressen 1559-1660. Paderborn: Ferdinand Schöningh, 2007. (Handbuch der Geschichte der Internationalen Beziehungen, v. 2).

SEELAENDER, Airton Sequeira Leite. A “polícia” e as funções do estado: notas sobre a “polícia” do Antigo Regime. Revista da Faculdade de Direito/UFPR, Curitiba, n. 49, p. 73-87, 2009. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/direito/ issue/view/969/showToc. Acesso em: 3 ago. 2019.

SKINNER, Quentin. As fundações do pensamento politico moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. Original em inglês,1978.

STRAYER, Joseph. R. As origens medievais do estado moderno. Lisboa: Gradiva, 1985.

VÁZQUEZ DE PRADA, Valentín. Felipe II y Francia (1559-1598): política, religión y razón de estado. Pamplona: Funsa: Ediciones Universidad de Navarra, 2004.

VITORIA, Francisco de. Vorlesungen (relectiones): völkerrecht, politik, kirche. Stuttgart: Verlag W. Kohlhammer, 1997. 2 v. Edição Bilíngue.

Downloads

Publicado

21-08-2020

Como Citar

MAINKA, P. J.; GIMENEZ, J. C. Transformações militares, políticas e sociais na virada para o Período Moderno a partir da Doutrina militar (1598) de Bartolome Scarion de Paiva. Antíteses, [S. l.], v. 13, n. 25, p. 510–537, 2020. DOI: 10.5433/1984-3356.2020v13n25p510. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/37415. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos