As vilas de índios dos sertões do norte e do estado do Maranhão: desenho, território e reforma urbana no século XVIII

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2018v11n21p193

Palavras-chave:

Iluminismo, Índios, Urbanismo, Urbanização, Vilas

Resumo

Em decorrência da política de Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro marquês de Pombal, um novo paradigma urbano apareceu nos sertões do Norte por meio da criação de vilas de índios voltadas à civilização dos nativos segundo os modelos do Iluminismo europeu. Logo, o objetivo deste ensaio é refletir sobre o efeito que as vilas de índios trouxeram à urbanização das zonas interiorizadas das capitanias do Norte, assim como interpretar o desenho urbano à luz das cartas régias (e outros documentos oficiais) de fundação de vilas e dos encontros culturais realizados entre indígena e europeu. Pretende-se, ainda, demonstrar que a forma urbis adquirida por esses núcleos urbanos apresentou vestígios tanto da normativa estética do século das Luzes como da cultura nativa resignificada pelo adventício.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Esdras Araujo Arraes, Universidade de São Paulo

Mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo. Doutorando em Arquitetura e Urbanismo na Universidade de São Paulo. Pós-doutorando em Filosofia na Universidade de São Paulo.

Referências

ALMEIDA, Rita Heloisa. O diretório dos índios: um projeto de civilização no Brasil do século XVIII. Brasília: Ed. UnB, 1997.

ARAUJO, Renata Malcher de. As cidades da Amazónia no século XVIII: Belém, Macapá e Mazagão. Porto: Faup Publicações, 1998.

ARAUJO, Renata Malcher de. A razão na selva: Pombal e a reforma urbana na Amazônia. Revista Camões, Lisboa, n. 15/16, p. 151-165, 2003.

ARAUJO, Renata Malcher de. Desenhar cidades no papel e no terreno: cartografia e urbanismo na Amazónia e Mato Grosso no século XVIII. In: OLIVEIRA, Francisco Roque; VARGAS, Héctor Mendonza (Coord.). Mapas de metade do mundo: a cartografia e a construção territorial dos espaços americanos: séculos XVI a XIX. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos – UL, 2010.

ARAUJO, Renata Malcher de. Às portas do paraíso. Mais que aldeia, menos que vila, o purgatório da utopia. In: ACCIAIUOLI, Margarida (Org.). Arte & utopia. Lisboa: CHAIA-UE/DINÂMICA’, 2013.

BASTOS, Rodrigo Almeida. A arte do urbanismo conveniente: o decoro na implantação de novas povoações em Minas Gerais na primeira metade do século XVIII. Florianópolis: UFSC, 2014.

BELLOTO, Heloísa Liberalli. Política indigenista no Brasil colonial (1570-1757). Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo, n. 29, p. 49-60, 1988.

BLUTEAU, Raphael. Vocabulario portuguez & latino: aulico anaomico, architectonico...Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesus, 1728.

BUENO, Beatriz P. Siqueira. Desenho e desígnio: o Brasil dos engenheiros militares (1500-1822). São Paulo: Edusp, 2011.

CASTRO, José Liberal de. Urbanização pombalina no Ceará: a paisagem da vila de Montemor-o-Novo da América. Revista do Instituto do Ceará, Fortaleza, n. 113, p. 35-81, 1999.

DELSON, Roberta M. Novas vilas para o Brasil – colônia: planejamento espacial e social no século XVIII. Brasil: Alva, 1997.

DERNTL, Maria Fernanda. Método e arte: urbanização e formação territorial na capitania de São Paulo, 1765 – 1811. 2010. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.

GIANESELLA, Rubens Ramos. Paisagens no tempo: vilas litorâneas paulistas. 2008. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

KANTOR, Iris. Usos geopolíticos da memória toponímica na formação do Estado brasileiro (1750-1850). In: OLIVEIRA, Francisco Roque de; VARGAS, Héctor Mendonza. Mapas de metade do mundo: a cartografia e a construção territorial dos espaços americanos: séculos XVI a XIX. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, 2010.

LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus. Tomo III. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1945.

NANTES, Padre Martinho de, O. F. M. Cap. Relação de uma missão no rio São Francisco: relação sucinta e sincera da missão do padre Martinho de Nantes, pregador capuchinho, missionário apostólico no Brasil entre os índios chamados cariris. 2 ed. São Paulo: Editora Nacional, 1979.

LOPES, Fátima Martins. Em nome da liberdade: as vilas de índios do Rio Grande do Norte sob o Diretório pombalino no século XVIII. 2005. Tese (Doutorado em História do Norte-Nordeste) -Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2005.

MARTIN, Gabriela. Arqueologia nas missões religiosas do Nordeste do Brasil. Cadernos de Estudos Sociais, Recife, v. 6, n. 1, p. 165-180, 1990.

MARTINS, F. A. Oliveira. Um herói esquecido (João da Maia da Gama). Lisboa: Divisão de Publicações e Biblioteca Agência Geral das Colónias, 1944.

MOREIRA, Rafael. A arte de ruação e a cidade luso-brasileira. Cadernos LAP, São Paulo, n. 37, jan./jun. 2003.

PAPAVERO, Nelson et al. As “adnotationes” do jesuíta Johann Breuer sobre a história natural da missão de Ibiapaba, Ceará (1789). Arquivos de Zoologia, São Paulo, v. 42, n. 3, p. 133-159, 2011.

PERRONE-MOISÉS, Beatriz. Índios livres e índios escravos: os princípios da legislação indigenista do período colonial (séculos XVI a XVIII). In: CUNHA, Manuela Carneiro (Org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

RODRIGUES, Isabel Vieira. A política de Francisco Xavier de Mendonça Furtado no norte do Brasil (1751-1759). Oceanos, Lisboa, n. 40, out./dez. 1999.

Downloads

Publicado

24-07-2018

Como Citar

ARRAES, E. A. As vilas de índios dos sertões do norte e do estado do Maranhão: desenho, território e reforma urbana no século XVIII. Antíteses, [S. l.], v. 11, n. 21, p. 193–216, 2018. DOI: 10.5433/1984-3356.2018v11n21p193. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/32323. Acesso em: 29 mar. 2024.