Sylvio Back nas tensões entre cinema e estado: anos 1960-70
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-3356.2015v8n15p91Palavras-chave:
Cinema e história, Cinema brasileiro, Sylvio Back, Regime militarResumo
O texto situa o posicionamento do cineasta Sylvio Back frente às movimentações que marcaram a relação entre cinema e Estado nas décadas de 1960 e 1970. Naquele contexto era visível o desdobramento de um cinema brasileiro politizado e esteticamente “violento”, cujos filmes de baixo orçamento e linguagem renovadora se impunham como forma de oposição ao cinema clássico e mais plenamente industrial. Ao mesmo tempo, ampliava-se o interesse do Estado pela produção cinematográfica em termos empresariais. Durante o regime militar, foram criados órgãos de premiação e fomento ao cinema defendendo a produção de filmes que reforçassem o estatuto industrial do cinema nacional, buscando o aumento de arrecadação nas bilheterias. Em meio a essa situação paradoxal, Sylvio Back estreou na direção de longas-metragens prometendo realizar filmes “sérios” e que se propusessem à comunicação com o público. Para avaliar a inserção desse cineasta nas tensões entre cinema e Estado, são confrontados os depoimentos e entrevistas publicados na imprensa da época e que atestaram publicamente as intenções do cineasta; algumas críticas sobre seus filmes; bem como os filmes de ficção produzidos por Back durante o regime militar, que consistem numa forma de posicionamento do autor perante as questões estéticas e políticas do seu tempo.Downloads
Referências
A CIVILIZAÇÃO do Sul: o essencial é ser autêntico. Entrevista com Sílvio Back. Opinião. 1º abr. 1977.
ALELUIA, Gretchen. Anexo. Diário do Paraná. Curitiba, 24 ago. 1976.
ALELUIA, Gretchen. Dossiês críticos. Filme Cultura, nº30. Rio de Janeiro: INC, ago. 1978, p.91-97.
ALELUIA, Gretchen: a favor ou contra o nazismo? Jornal do V Festival de Cinema Brasileiro de Gramado, 17 a 22 de jan. 1977.
“ALELUIA” provoca polêmica. O Estado de São Paulo, 25 mai. 1977.
ALMADA, Teresa. Aleluia, Gretchen. Última Hora. Rio de Janeiro, 31 mar. 1977.
ÁLVARES, Luzia Miranda. “Aleluia, Gretchen”: polêmica em S. Paulo. O Liberal. Belém, 27. mai. 1977.
AMÂNCIO, Tunico. Artes e Manhas da Embrafilme: Cinema Estatal Brasileiro em Sua Época de Ouro (1977-1981). Niterói: EdUFF, 2000.
ANJOS, Edvaldo dos. A polêmica de volta ao cinema brasileiro com “Aleluia, Gretchen”. A Gazeta. Vitória, 4 mai. 1977.
ARAÚJO, Celso. Os “Kranz” num piquenique alemão. Correio Braziliense. Brasília, 25 jul. 1976.
Arte: assunto de interesse do governo. Entrevista com Jarbas Passarinho. Jornal da Tarde. São Paulo, 10 set. 1970.
AUGUSTO, Sérgio. Como é mesmo anauê em alemão? Isto é, 6 abr. 1977.
AVELLAR, José Carlos. Aleluia, Gretchen: o rosto sempre igual da violência. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 29 jan. 1977.
AZEREDO, Ely. “A guerra dos pelados” (I). Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 30 set. 1971.
AZEREDO, Ely. “A guerra dos pelados” (II). Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 3 out. 1971.
AZEREDO, Ely. “Lance Maior”. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 15 dez.1968.
BACK, Sylvio. “Aleluia, Gretchen”, uma película destinada a causar muita polêmica. Entrevista concedida a G. T. Nunes. Diário de Brasília. 23 jul. 1976.
BACK, Sylvio. Depoimento concedido à autora em 16 fev. 2007, por e-mail.
BACK, Sylvio. Entrevista a Adélia Lopes e Dante Mendonça. O Estado do Paraná, 24 abr. 1988.
BACK, Sylvio. Entrevista concedida à autora por telefone, em 1º.09.2003.
BACK, Sylvio. No cinema, embustes e verdades da história. Entrevista a Cesar Bond, José Roberto Guidali e Telma Serur. O Estado do Paraná. Curitiba, 20 abr. 1979.
BARROS, Luiz Alipio de. A Guerra dos Pelados. Última Hora. Rio de Janeiro, 30 set. 1971.
BERNARDET, Jean-Claude. Cinema brasileiro: propostas para uma história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
BIÁFORA, Rubem. Lance Maior. O Estado de São Paulo. 2 mar. 1969.
CAPARELLI, Sergio. Comunicação de massa sem massa. São Paulo: Cortez, 1980.
CINEMA brasileiro: cinco novos filmes. Filme Cultura nº11. Rio de Janeiro: INC, nov. 1968.
CONTIER, Arnaldo. “Ainda existe o elitismo no cinema nacional”. Os anos 70. Folhetim. São Paulo, 16 dez. 1979.
DIEGUES, Carlos. Cinema brasileiro: idéias e imagens. Porto Alegre: UFRGS/ MEC/ SESu/ PROED, 1999.
DIEGUES, Carlos. Quero um cinema de muitas faces, um cinema popular. Entrevista concedida a Pola Vartuck. O Estado de São Paulo, 31 ago. 1978.
DREIFUSS, René e DULCI, Otávio. As forças armadas e a política. In: SORJ, Bernardo e ALMEIDA, Maria Hermínia. Sociedade e política no Brasil pós-64. São Paulo: Brasiliense, 1983.
EWALD FILHO, Rubens. Silvio Back, o homem (1). A Tribuna. Santos, 14 mar. 1969.
FASSONI, Orlando. O nazismo, no sul do Brasil. Folha de São Paulo. São Paulo: 2 jun. 1977.
FERREIRA, Fernando. A guerra dos pelados contra os peludos. O Globo. Rio de Janeiro, 30 set. 1971.
HABIB, Sérgio. Batucada wagneriana. Jornal de Brasília, 25 mai. 1977.
MICELI, Sérgio. Estado e cultura no Brasil. São Paulo: Difel, 1984.
MICELI, Sérgio. O papel político dos meios de comunicação de massa. In: SCHWARTZ, Jorge; SOSNOWSKI, Saúl (orgs.). O trânsito da memória. São Paulo: EDUSP, 1994.
MONTEIRO, José Carlos. Aleluia, Gretchen. O Globo. Rio de Janeiro: 2 abr. 1977.
NAPOLITANO, Marcos. Cultura brasileira: utopia e massificação (1950-1980). São Paulo: contexto, 2001.
ORTIZ, Renato. A moderna tradição brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1988.
RAMOS, José Mário Ortiz. Cinema, estado e lutas culturais: anos 50/60/70. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
RIDENTI, Marcelo. Em busca do povo brasileiro: artistas da revolução, do CPC à era da tv. Rio de Janeiro; Record, 2000.
SCHWARZ, Roberto. Cultura e política. São Paulo: Paz e Terra, 2001.
SHATOVSKY, Alberto; AZEREDO, Ely; ANDRADE, Valério. O filme em questão: Lance maior. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 21 dez.1968.
SILVIO Back na “Guerra dos Pelados”. Filme Cultura, nº16. Rio de Janeiro, INC, set/out. 1970.
SOARES, Gláucio e D’ARAÚJO, Maria Celina (orgs). 21 anos de regime militar: balanços e perspectivas. Rio de Janeiro: FGV, 1994.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2015 Antíteses
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Revista Antíteses adota a Licença Creative Commons Attribution 4.0 International, portanto, os direitos autorais relativos aos artigos publicados são do(s) autor (es), que cedem à Revista Antíteses o direito de exclusividade de primeira publicação.
Sob essa licença é possível: Compartilhar - copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato. Adaptar - remixar, transformar, e criar a partir do material, atribuindo o devido crédito.
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/