A intervenção de intelectuais na reforma educacional do governo militar: discursos e práticas nas escolas municipais de Curitiba

Autores

  • Iêda Viana Universidade Tuiuti do Paraná - UTP

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2015v8n15p243

Palavras-chave:

História da educação, Reforma, Intelectuais, Estudos sociais, Práticas escolares

Resumo

O artigo trata da intervenção de intelectuais da Universidade Federal do Paraná, no processo da reforma escolar proveniente da Lei 5692/71 e das implicações dessa lei, especialmente com relação à disciplina escolar de História, que passa a ser integrada a uma área de ensino, junto com a Geografia, conforme o Parecer nº 853/71 do CFE, com a institucionalização dos Estudos Sociais no currículo do ensino de primeiro grau, nas escolas municipais de Curitiba, através de um projeto específico: “Estudos Sociais a partir da longa duração”, com a consultoria dos intelectuais. O objetivo geral foi investigar como se deu essa intervenção no processo reformador e seus resultados, ou seja, como o projeto foi difundido em seu discurso curricular e praticado na sala de aula, destacando permanências e transformações nesse campo de conhecimento escolar. A história oral e documentos escritos serviram de aporte metodológico para a pesquisa, cujos resultados revelam que nem sempre as estratégias políticas do governo militar (1964- 1985) tiveram o êxito almejado e que a intervenção de intelectuais nesse processo pode ter servido para reforçar a manutenção de propostas conservadoras por tempo mais prolongado, embora introduzindo algumas mudanças.

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Biografia do Autor

Iêda Viana, Universidade Tuiuti do Paraná - UTP

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Paraná. Professora da Universidade Tuiuti do Paraná.

Referências

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Publicado

31-07-2015

Como Citar

VIANA, I. A intervenção de intelectuais na reforma educacional do governo militar: discursos e práticas nas escolas municipais de Curitiba. Antíteses, [S. l.], v. 8, n. 15, p. 243–268, 2015. DOI: 10.5433/1984-3356.2015v8n15p243. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/21017. Acesso em: 19 abr. 2024.