Toneladas de Diplomacia num mar sem fronteiras: discussões sobre os poderes navais de Argentina, Brasil e Chile, no início do século XX

Autores

  • Fernando Ribas De Martini Universidade de São Paulo - USP

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2014v7n13p309

Palavras-chave:

ABC, Poder Naval, Diplomacia, Encouraçados, Intelectuais

Resumo

A evolução dos poderes navais da Argentina, Brasil e Chile no início do século XX foi um tema que cruzou fronteiras não só de países, mas também dos setores das sociedades destas três nações, envolvidos em sua discussão: intelectuais, diplomatas, militares. Hoje, é um tema que cruza fronteiras entre áreas do conhecimento, como História da Ciência, da Técnica e da Tecnologia, História Diplomática, História Política, Ciências Sociais, assim como estudos de Política Externa. Este artigo discorre sobre a coincidência entre o roteiro das Conferências Pan-Americanas do início do século XX, que foram iniciativas dos Estados Unidos, e o lançamento e execução dos programas de reequipamento naval dos três países, num momento em que boa parte de sua intelectualidade discutia essas conferências sob um viés anti-americano. Também analisa o quanto essa discussão se relacionava mais a símbolos de poder naval do que ao poder real desses países.

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Biografia do Autor

Fernando Ribas De Martini, Universidade de São Paulo - USP

Graduado em História e em Comunicação Social pela Universidade de São Paulo. Mestrando em História Social na Universidade de São Paulo.

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Publicado

12-07-2014

Como Citar

MARTINI, F. R. D. Toneladas de Diplomacia num mar sem fronteiras: discussões sobre os poderes navais de Argentina, Brasil e Chile, no início do século XX. Antíteses, [S. l.], v. 7, n. 13, p. 309–332, 2014. DOI: 10.5433/1984-3356.2014v7n13p309. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/16557. Acesso em: 28 mar. 2024.