Esquerda ou direita? Professores, opção política e didática da história
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-3356.2016v9n18p298Palavras-chave:
Ensino de história, Formação de professores, Didática da história, Posições políticas, MercosulResumo
Discute-se neste texto o tema das opções políticas de professores de história e suas implicações para a docência. Questiona-se: existem relações entre a opção política e as escolhas didáticas de um professor de história? Os dados foram obtidos em colaboração com o projeto Jovens e História no Mercosul, que usa um questionário respondido por uma amostra não probabilística de 288 professores de história do Brasil, da Argentina, do Uruguai, do Chile e do Paraguai. As respostas receberam um tratamento estatístico descritivo e inferencial e atribui-se especial atenção às opções políticas dos professores e aos cruzamentos de informações gerais com posicionamentos sobre aspectos didáticos. A noção de esquerda e direita foi delineada a partir de Norberto Bobbio. Constatou-se que os professores, independente da opinião política, defendem a importância do ensino de história e valorizam sua própria participação política. Há diferenças sutis na avaliação de objetivos de ensino e de dificuldades profissionais entre os docentes, que também tendem a interpretar eventos históricos sensíveis de forma coerente às opções políticas. Essas constatações provocam a pensar o papel dos formadores de professores de história, reforçando a importância de conectar política e didática na constituição da responsabilidade docente.Downloads
Referências
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