Narrativas de futuros professores de História sobre os afrobrasileiros no contexto do pósabolição: um estudo em meio a Lei Federal 10.639/03
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-3356.2012v5n9p485Resumo
O presente estudo teve como objetivo central refletir – em tempos da Lei Federal 10.639/03 que estabeleceu a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana em todas as instituições de ensino no país – sobre os sentidos e princípios orientadores presentes em narrativas históricas de futuros professores do norte paranaense sobre a História dos afrobrasileiros no contexto do pós-abolição. Para tanto, foram estabelecidos diálogos, principalmente, com a atual produção historiográfica delineada no campo da História Social dedicada ao estudo dos egressos da escravidão em meio à conquista da liberdade, bem como com as contribuições de Jörn Rüsen (2001; 2001b) acerca do conceito de narrativa consubstanciadas à luz da Teoria da História. A atual produção historiográfica dedicada à população negra no período pós-emancipação foi enfatizada por dialogar com o objetivo da legislação, ou seja, trazer à tona a historicidade da população afrobrasileira. A narrativa histórica, por sua vez, foi entendida como o modo pela qual se manifesta as representações da humanidade no tempo e, além, a forma pela qual os homens interpretam de forma significativa o tempo a fim de se orientar intencionalmente no mundo. A amostragem envolveu 141 produções narrativas de graduandos do último período das licenciaturas em História da FAFIMAN, UEL, UEM e UENP. Coletadas a partir de instrumento de investigação, essas produções passaram pelo crivo da técnica de análise textual qualitativa e/ou análise de conteúdo desenvolvida por Laurence Bardin (1977). Os resultados da investigação apontaram, em suma, para a implementação das instruções da legislação nos espaços de ensino superior público do norte paranaense mediante a introdução de disciplinas específicas que versam sobre as africanidades. Assinalaram que 91% dos futuros professores aprovam a introdução do ensino e aprendizagem das africanidades nos espaços educacionais brasileiros. Também indicaram que os conteúdos históricos imersos nas narrativas históricas dos graduandos sobre os afrobrasileiros no contexto do pós-abolição se aproximam às contribuições de Florestan Fernandes (1972; 2008), fazendo com que o estudioso seja referenciado como o principal norteador desses futuros professores. O presente trabalho teve como intuito contribuir para a reflexão sobre a implementação e efetivação de políticas educacionais de ação afirmativa – representada pela Lei Federal 10.639/03 e seus desdobramentos – nas instituições de ensino perante a desconstrução e construção de sentidos sobre a História Afrobrasileira.Downloads
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