KARITIANA DE RONDÔNIA: Trabalho, técnica e exclusão da dignidade pelo trabalho escravizado
DOI:
https://doi.org/10.5433/got.2025.v11.52757Palavras-chave:
violência, expropriação, (re)existênciaResumo
O Estado como fomentador da infraestrutura para o capital no espaço que hoje é Rondônia, realizou violência contra os povos indígenas que viviam na unidade federativa, com a degradação ambiental e a expropriação das etnias de seus territórios ancestrais, levou a intervenção do Banco Mundial. Desta maneira, torna-se relevante evidenciar tais ações que ainda reverberam na atualidade. Este texto tem por objetivo analisar as mudanças na relação de trabalho sofridas pela etnia Karitiana a partir das ações arquitetadas e colocadas em prática pelo capital privado e Estado no século XX. A metodologia utilizada foi qualitativa, com pesquisas em documentos, ida a campo. Forjado na literatura marxista utilizada como fundamentação metodológica teórica-conceitual pôde ser explicitado a expansão do capitalismo e as estratégias para assegurar a espoliação territorial. Constatou-se que o avanço das técnicas no século XX acelerou a produção e o consumo, produzindo novas formas de desterritorialização da etnia Karitiana, o etnocídio aplicado pelos invasores europeus, ainda se encontra presente remodelado na modernidade. No entanto, os representantes estatais, seja no legislativo, executivo ou judiciário relegam os direitos políticos das etnias e permitem invadir Terras Indígenas, o simples ato de viver para esses povos tal qual os Karitiana já é uma (Re)Existência.
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