Geografia do setor hidrelétrico e contradições socioambientais com a 2ª aproximação do Zoneamento Socioeconômico Ecológico do estado de Rondônia
DOI:
https://doi.org/10.5433/got.2024.v10.49669Palavras-chave:
Setor hidrelétrico, Zoneamento, Contradições socioambientaisResumo
No estado de Rondônia, no Norte do Brasil, observa-se um notável aumento na utilização da hidroeletricidade, especialmente a partir de 2012, com a construção de grandes Usinas Hidrelétricas (UHEs). Há uma ascensão no aproveitamento hidrelétrico por meio de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), o que gera possíveis contradições socioambientais no que se entende em alteração de limites em zonas institucionais (destinadas às áreas de Proteção Ambiental). O artigo tem como objetivo analisar o setor hidrelétrico em Rondônia, buscando identificar contradições socioambientais com base no conceito de território de Rafesttin (1993). A análise espacial envolve sobreposição do setor hidrelétrico ao Zoneamento Socioeconômico Ecológico do Estado de Rondônia (ZSEE/RO), um instrumento ordenador do uso do território. A metodologia utiliza dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) sobrepostos ao zoneamento, destacando possíveis contradições nas áreas destinadas a uso social e econômico restrito e áreas institucionais. A instalação de usinas, especialmente na zona dois (2), contraria o zoneamento que desencoraja ocupação nessas áreas. Grandes empreendimentos hidrelétricos podem impulsionar setores como o agronegócio, exercendo pressão sobre áreas institucionais, como Unidades de Conservação (UCs) e Terras Indígenas (Tis). A conclusão ressalta a importância da análise espacial para o planejamento e gestão pública, considerando as implicações socioambientais da expansão do setor hidrelétrico em zonas institucionais.
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