Os Ribeirinhos de São João do Araguaia, Pará, Brasil: A construção do território e a dimensão vivida às margens do Rio Tocantins

Amarildo Silva Araujo

doi:10.5433/got.2023.v9.48351

Autores

Amarildo Silva Araujo Universidade Federal de Rondônia -UNIR https://orcid.org/0000-0001-8560-0512

DOI:

https://doi.org/10.5433/got.2023.v9.48351

Palavras-chave:

Fenomenologia, Mundo vivido, Amazônia paraense

Resumo

Este artigo propõe uma análise do mundo vivido ribeirinho dos beradeiros da cidade de São João do Araguaia, sudeste paraense. A pesquisa apresenta uma abordagem fenomenológica, a partir da dimensão vivida do território. A investigação se debruçou na compreensão das relações estabelecidas com o rio Tocantins, que são responsáveis pela constituição dos territórios ribeirinhos na dimensão vivida. O arcabouço teórico de investigação foi alicerçado no conceito de território vivido, lugar, comunidade tradicional e o conceito de ribeirinho. A pesquisa é de ordem qualitativa, e para o seu desenvolvimento, utilizamos as técnicas: história de vida e pesquisa descritiva, a partir de observações feitas da relação do ribeirinho [barqueiro] com o rio; fotografias e pesquisas bibliográficas. A pesquisa evidenciou que o território ribeirinho não é constituído a partir das relações de poder (econômico, social e político), mas sim, a partir da identificação de lugares hierarquizados e conectados por itinerários interdependentes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARAÚJO, Amarildo Silva. Desterritorialização da comunidade de Apinagés em São João do Araguaia-PA, na perspectiva da construção da usina hidrelétrica de Marabá. 2017. Dissertação (Mestrado em Estudos de Cultura e Território) - Universidade Federal do Tocantins, Araguaína, 2017.

ARRUDA, Rinaldo. “Populações tradicionais” e a proteção de recursos naturais em unidades de conservação. Ambiente & Sociedade, Campinas, SP, ano 2, n. 5, p. 79-92, 1999.

BONNEMAISON, Joël. Viagem em torno do território. In: CORREA, Roberto Lobato; ROSENDAHL, Zeny (org.). Geografia cultural: um século (3). Rio de Janeiro: Eduerj, 2002. p. 83-132.

BRASIL. Decreto nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007. Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Brasília, DF: Presidência da República, 2007. Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 15 ago. 2022.

BUTTMER, Anne. Apreendendo o dinamismo do mundo vivido. In: CHRISTOFOLETTI, Antônio. Perspectivas da geografia. São Paulo: Difel, 1985. p. 165-193.

CHAVES, Maria do Perpetuo Socorro Rodrigues. Uma experiência de pesquisa- -ação para gestão comunitária de tecnologias apropriadas na Amazônia: o estudo de caso do assentamento de Reforma Agrária Iporá. 2001. Tese (Doutorado em Política Científica e Tecnológica) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2001.

CHAVES, Genisson P.; FURTADO, Lourdes G. Entre rios, furos e igarapés: o ambiente aquático no imaginário social dos ribeirinhos de uma sociedade Amazônica. Contribuciones a las Ciencias Sociales, Málaga, Espanha, p. 1-13, jun. 2017. Disponível em: https://www.eumed.net/rev/cccss/2017/02/index.htm. Acesso em: 17 nov. 2022

DARDEL, Eric. O homem e a terra: natureza da realidade geográfica. São Paulo: Perspectiva, 2011.

DE PAULA, Fernanda Cristina. Sobre a dimensão vivida do território: tendências e contribuições da fenomenologia. Geotextos, Salvador, BA, v. 7, n. 1, p. 105-126, jul. 2011.

DIEGUES, Antônio Carlos (org.). Biodiversidade e comunidades tradicionais no Brasil. São Paulo: NUPAUB-USP, 2000.

DIEGUES, Antônio Carlos (org.). Povos e águas: inventário de áreas úmidas. 2. ed. São Paulo: NUPAUB/USP, 2002.

DIEGUES, Antônio Carlos. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: HUCITEC, 1994.

HIRAOKA, Mário. Mudanças nos padrões econômicos de uma população ribeirinha no estuário do Amazônas. In: FURTADO, Lourdes Gonçalves (org.). Povos das águas: realidades e perspectivas na Amazônia. Belém: MPEG, 1993. p. 133-157.

HOLZER, Werther. Uma discussão fenomenológica sobre os conceitos de paisagem e lugar, território e meio ambiente. Território, Rio de Janeiro, ano 2, n. 3, p. 77-85, jul./dez. 1997.

LIRA, Talita de Melo; CHAVES, Maria do Perpétuo Socorro Rodrigues. Comunidades ribeirinhas na Amazônia: organização sociocultural e política. Interações, Campo Grande, MS, v. 17, n. 1, p. 66-76, jan./mar. 2016.

LOMBA, Roni Mayer; NOBRE-JUNIOR, Benedito Baliero. A relação rural-urbano a partir das cidades ribeirinhas: o papel do comércio popular (feiras) na cidade de Afuá (PA). Confins, Revue Franco Brésilienne de Geographie, São Paulo, SP, n. 18, 2013. DOI: https://doi.org/10.4000/confins.8405. Disponível em: https://confins.revues.org/8405?lang=pt. Acesso em: 20 nov. 2022.

LOUREIRO, Violeta Refkalefsky. Amazônia: estado, homem, natureza. Belém: CEJUP, 1992. (Coleção Amazoniana, n. 1).

LOWENTHAL, David. Geografia, experiência e imaginação: em direção a uma epistemologia geográfica. In: CHRISTOFOLETTI, Antônio. Perspectivas da geografia. São Paulo: Difel, 1985. p. 103-141.

PARÁ. A Secretaria de Estado das Cidades e Integração Regional Atlas de integração regional do Pará. Atlas de integração regional do Pará. Belém, PA: SECIR, 2014. p. 47.

PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Amazônia, Amazônias. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2005.

RELPH, Edward. Place and placelessness. London: Pion, 1976.

RENTE NETO, Francisco; FURTADO, Lourdes Gonçalves. A ribeirinidade amazônica: algumas reflexões. Cadernos de Campo, São Paulo, n. 24, p. 158-182, 2015.

TUAN, Yi-Fu. Introdução. Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. Tradução de Lívia de Oliveira. São Paulo: Difel,1983.

TUAN, Yi-Fu. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente, Tradução de Lívia de Oliveira. Londrina: Eduel, 2012.

VELHO, Otávio Guilherme. Frente de expansão e estrutura agrária: estudo do processo de penetração numa área da Transamazônica [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2009. p. 87-138. Disponível em: http://books.scielo.org. Acesso em: 19 abr. 2017.