Economia política sob uma análise feminista-materialista: a imbricação das relações sociais de sexo, raça e classe
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-4842.2020v22n2p425Palavras-chave:
economia política, feminismo materialista, relações sociais de sexo, raça e classe.Resumo
Neste artigo, tem-se como objetivo, destacar algumas contribuições significativas do feminismo materialista para análise crítica da economia política do capital. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, por meio da qual foi dialogado com o trabalho das feministas negras, de feministas marxistas heterodoxas e de algumas feministas e lésbicas descoloniais. Na era da mundialização neoliberal, o “trabalho desvalorizado” e “considerado feminino”, gerados por corpos feminizados e/ou racializados, são marcados pela intensificação da jornada de trabalho, pela precarização e pelo trabalho gratuito. As relações de sexagem permitem que o trabalho, o corpo e o tempo das mulheres sejam apropriados gratuitamente. Já os corpos masculinos e/ou racializados são atribuídos à guerra e à segurança. Esses "homens armados" geram violência diária que mantém as "mulheres de serviço" em uma situação de precariedade e permanente excesso de trabalho. Ao mesmo tempo, garantem uma direta utilidade/reforço à economia do capital, para reconstruir o que constantemente destroem. Apenas considerando a imbricação dinâmica e dialética das relações sociais de sexo, raça e classe, em toda a sua complexidade, é que se pode pensar formas de abolir simultaneamente as desigualdades, opressões, apropriações e explorações que estruturam as desigualdades sociais.Downloads
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