A Variação na Concordância Nominal na Língua Falada na Capital Alagoana

Autores

  • Almir Almeida Oliveira Universidade Estadual de Alagoas
  • Andressa Kaline Marques Universidade Federal de Alagoas
  • Aldir Santos Paula Universidade Federal de Alagoas

DOI:

https://doi.org/10.5433/2237-4876.2019v22n2p145

Palavras-chave:

Variação, Concordância, Maceió.

Resumo

Com base nos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista, analisa-se a correlação do uso da concordância nominal em Maceió e as variáveis linguísticas posição linear, classe gramatical e relação da classe gramatical com o núcleo; bem como, com as variáveis extralinguísticas escolaridade, faixa etária e sexo. Para isso analisam-se amostras de fala de 48 maceioenses estratificados através dos critérios: sexo, escolaridade (baixa escolaridade, ensino fundamental, ensino médio e ensino superior e faixa etária (dos 16 aos 35, dos 36 aos 55 e de 56 aos 80 anos). Verifica-se nesta pesquisa que a primeira posição, artigos, demonstrativos e possessivos antepostos são favorecedores da concordância nominal, como também que falantes mais escolarizados, pertencentes à faixa etária mais baixa e do sexo feminino são mais propensos ao uso da concordância. Ao comparar esses resultados com os de Pinheiro (2012), Silva (2014) e Brandão (2011) observa-se que escolaridade, sexo e posição linear correlacionam-se com a concordância de forma semelhante em Maceió, Belo Horizonte, São Paulo e Nova Iguaçu. Ao comparar a variável faixa etária, porém, observa-se que tanto em Brandão (2011) quanto em Silva (2014) a faixa intermediária destaca-se no uso do morfema de plural enquanto que nesta pesquisa os mais jovens destacam-se nesse uso.

Biografia do Autor

Almir Almeida Oliveira, Universidade Estadual de Alagoas

Possuo Doutorado (2017) em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Alagoas pesquisando a variação linguística na cidade de Maceió. Desenvolvi no Estágio de Pós-doutoramento pesquisa sobre os usos linguísticos de /t/ e /d/ em Alagoas (2019) e sou Professor Assistente da Universidade Estadual de Alagoas, onde além de atuar na gestão como coordenador do curso de Letras, lidero o Grupo de Estudo da variação linguística de Alagoas - GEVAL-AL.

Andressa Kaline Marques, Universidade Federal de Alagoas

Doutoranda em Letras e Linguística pela Univeridade Federal de Alagoas (UFAL) e mestre Letras e Linguístitica pela mesma instituição (2016) Possui graduação em Letras/Português pela Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL-2013) e é professora concursa da rede pública de ensino de Alagoas.

Aldir Santos Paula, Universidade Federal de Alagoas

Possui graduação em Letras pela UNICAP (1985), mestrado em Linguística pela Universidade Federal de Pernambuco (1992) e doutorado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (2004). Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal de Alagoas e membro do conselho editorial de Leitura. Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras (UFAL) e Liames (UNICAMP) . Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Teoria e Análise Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas: línguas indígenas, línguas pano, língua portuguesa, fonologia, sociolinguística e educação indígena.

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Publicado

2019-09-11

Como Citar

OLIVEIRA, Almir Almeida; MARQUES, Andressa Kaline; PAULA, Aldir Santos. A Variação na Concordância Nominal na Língua Falada na Capital Alagoana. Signum: Estudos da Linguagem, [S. l.], v. 22, n. 2, p. 145–166, 2019. DOI: 10.5433/2237-4876.2019v22n2p145. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/signum/article/view/37349. Acesso em: 26 jun. 2024.