Apresentação: um mundo em chamas
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0383.2024v45n1p5Palavras-chave:
Dossiê, História do Tempo Presente, Relações InternacionaisResumo
Um mundo em chamas que, agora, tornou-se impossível de se ignorar. Tempos difíceis, “tiempo nublado”. Não é de hoje que teses acerca do risco de dissolução da sociedade – independentemente de qual seja o meio para isso – tomam o debate público. Em linhas gerais, segundo essa linha de argumentação a sociedade contemporânea viveria em permanente risco de dissolução. De um lado, se pensa na desestruturação do tecido social, decorrência de um modo de vida cada vez mais individualista. De outro lado, há o temor de que o planeta seja dizimado por uma catástrofe ambiental, por uma terceiras guerra mundial de feições nucleares ou mesmo uma combinação de ambos os cenários! (Bauman, 1998; Beck, 2011). A condição humana, para retomar Arendt (2009), continua peça chave para pensar os nossos dilemas. O tempo presente não conseguiu superá-los. A humanidade foi capaz de gerar bens materiais, tecnológicos e científicos inimagináveis para gerações precedentes; mas foi também capaz de fazer usos absurdos desses mesmos bens... O capitalismo contemporâneo tem conduzido os indivíduos às pressões mais inusitadas, inéditas na história, especialmente ao exigir dos profissionais uma incessante capacidade de readaptação, sobretudo estando apto e aberto às transformações requeridas pela corporação, independentes do tipo.
Downloads
Referências
ARENDT, Hannah. A condição humana. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.
ARRIGHI, Giovanni. Adam Smith em Pequim. Origens e fundamentos do século XXI. Trad. Beatriz Medina. São Paulo: Boitempo, 2008.
ARRIGHI, Giovanni. The long twentieth century: money, power and the origins of our times. London: Verso, 1994.
BADIE, Bertrand. L’impuissance de la puissance: essai sur les nouvelles relations internationales. Paris: Fayard, 2004.
BADIE, Bertrand. La diplomatie de connivence: les dérives oligarchiques du système international. Paris: Editions la couverte, 2011.
BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
BAUMAN, Zygmunt. Tempos líquidos. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.
BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. 2. ed. São Paulo: Ed. 34, 2011.
CHIRAC, Jacques. Le temps présidentiel: Mémoires. Paris: Nil, 2012.
CONESA, Pierre. Avec Dieu, on ne discute pas! Paris: Robert Laffont, 2020.
DEBRAY, Régis. Le nouveau pouvoir. Paris: les Éditions du Cerf, 2017. DOI: https://doi.org/10.3917/mediu.052.0259
FERGUSON, Niall. The great degeneration: how Institutions Decay and Economies Die. New York: Penguin Books, 2014.
FERGUSON, Niall. The great degeneration: how institutions decay and economies die. New York: Penguin Books, 2014.
FONTANA I LÀZARO, Josep. El futuro es un país extraño: una reflexión sobre la crisis social de comienzos del siglo XXI. Barcelona: Passado & Presente, 2013.
FONTANA I LÀZARO, Josep. Para el bien del imperio. Barcelona: Passado & Presente, 2011.
FOTTORINO, Eric (dir.). Les gilets jaunes, et après ? Paris : Philippe Rey, 2019.
FOUCHER, Michel. La bataille des cartes: analyses critiques des visions du monde. Paris: Bourin éditeur, 2011.
FRANK, Robert (dir.). Pour l’histoire des relations internationales. Paris: PUF, 2012. DOI: https://doi.org/10.3917/puf.frank.2012.01.0002
FRANK, Robert; AGLAN, Alya. 1937-1947 – La guerre-monde I. Paris: Gallimard, 2015. DOI: https://doi.org/10.14375/NP.9782070442652
FUKUYAMA, Francis. Political order and political decay: from the industrial revolution to the globalization of democracy. London: Profile books, 2014.
GAUCHON, Pascal (coord.). Le monde: manuel de géopolitique et de géoéconomie. Paris: Puf, 2008.
GILPIN, Robert. O desafio do capitalismo global. Rio de Janeiro: Record, 2004.
GILPIN, Robert. War and change in international politics. Cambridge: Cambridge University Press, 1981.
GOURDANT-MONTAGNE, Maurice. Les autres ne pensent pas comme nous. Paris: Bouquins, 2023.
HERRING, George C. From colony to superpower: U.S. Foreign Relations since 1776. New York: Oxford University Press, 2008. DOI: https://doi.org/10.1093/oso/9780195078220.001.0001
HERRING, George C.; BRANDS, Hal. Making the unipolar moment: U.S. foreign policy and the RISE of the post-cold war order. Ithaca, NY: Cornell University Press, 2016.
HOBSBAWM, Eric J. The age of extremes: a history of the world, 1914-1991. London: verso, 1995.
HUNTINGTON, Samuel P. The clash of civilizations and the remaking of world order. New York: Simon & Schuster, 1996.
HUYGHE, François-Bernard; DESMAISON, Xavier; LICCIA, Damien. Dans la tête des gilets jaunes. Versailles: VA éditions, 2018.
JACQUES, Martin. When China rules the world. the end of the western world and the birth of a new global order. 2. ed. London: Penguin books, 2012.
JEANNENEY, Jean-Noël. Le moment Macron: un président et l'histoire. Paris: Seuil, 2017.
JUDT, Tony. Post-War: a history of Europe since 1945. London: Penguin, 2006.
KENNAN, George F. American diplomacy: sixtieth-anniversary expanded edition. Chicago: University of Chicago Press, 2012. DOI: https://doi.org/10.7208/chicago/9780226431499.001.0001
KENNEDY, Paul. The rise and fall of the great powers: economic change and military conflict from 1500 to 2000. New York: Random House, 1987.
KINDLEBERGER, Charles P. Manias, pânicos e crashe: um histórico das crises financeiras. Trad. Vânia Conde & Viviane Castanho. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. DOI: https://doi.org/10.1057/9780230536753
KISSINGER, Henry. Diplomacy. New York: Simon & Schuster Paperbacks, 1994.
LACOSTE, Yves. Aventures d’un géographe. Paris: Équateurs, 2018.
MEARSHEIMER, John J. The tragedy of great power politics. New York: W. W. Norton & Company, 2001.
MEARSHEIMER, John; ROSATO, Sebastian. How states think: the rationality of foreign policy. New York: Yale University Press, 2023. DOI: https://doi.org/10.12987/9780300274967
NAÍN, Moisés. The end of power: from boardrooms to battlefields and churches to states, why being in charge isn't what it used to be. New York: Basic books, 2014.
NYE JUNIOR, Joseph S. The paradox of American power: why the world’s only superpower can’t go it alone. New York: Oxford University Press, 2002. DOI: https://doi.org/10.1093/0195161106.001.0001
PLANT, Raymond. The neo-liberal state. New York: Oxford University Press, 2019.
RÉPUBLIQUE FRANÇAISE. Déclaration de M. Jacques Chirac, Président de la République, sur la situation critique de l'environnement planétaire et les propositions de la France pour un développement durable. Johannesburg: République Française 2 sept. 2002.
ROGOFF, Kenneth S.; REINHART, Carmen M. This time is different: eigth centuries of financial folly. Princeton: Princeton University Press, 2009.
SENNETT, Richard. A cultura do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 2006.
SOUTOU, Georges-Henri. La guerre froide, 1943-1990. Paris: Pluriel, 2011.
STIGLITZ, Joseph E. O mundo em queda livre: os Estados Unidos, o Mercado e o naufrágio da economia mundial. Trad. José Viegas Filho. São Paulo: Cia das Letras, 2010.
TERTRAIS, Bruno. La Guerre des mondes - Le retour de la géopolitique et le choc des empires. Paris: Éditions de l’Observatoire, 2023.
VÉDRINE, Hubert. Comptes à rebours. Paris: Fayard, 2018.
VÉDRINE, Hubert. Dictionnaire amoureux de la géopolitique. Paris: Fayard, 2021.
VÉDRINE, Hubert. Face à l’hyper-puissance. Paris: Fayard, 2016a.
VÉDRINE, Hubert. Monde au défi. Paris: Fayard, 2016b.
VÉDRINE, Hubert. Une vision du monde. Paris: Bouquins, 2022.
WOODWARD, Bob. Fear: Trump in the White House. New York: Simon & Schuster, 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Márcio Santos de Santana, Daniel Afonso da Silva

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Semina: Ciências Sociais e Humanas adota para suas publicações a licença CC-BY-NC, sendo os direitos autorais do autor, em casos de republicação recomendamos aos autores a indicação de primeira publicação nesta revista. Esta licença permite copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato, remixar, transformar e desenvolver o material, desde que não seja para fins comerciais. E deve-se atribuir o devido crédito ao criador.
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores. Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário.