Níveis pressóricos de uma comunidade indígena do cerrado brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0367.2020v41n2p141

Palavras-chave:

Hipertensão, Epidemiologia, População indígena, Saúde de Populações Indígenas.

Resumo

Buscou-se analisar os níveis pressóricos dos Haliti-Paresí e sua relação com alguns aspectos sociodemográficos. Trata-se de estudo transversal, descritivo e com abordagem quantitativa, realizado com a comunidade indígena Haliti-Paresí. A coleta de dados foi realizada em dezembro de 2015 com os residentes da terra indígena Utiariti. Realizou-se a análise estatística bivariada da Pressão Arterial (PA), Pressão Arterial Sistólica (PAS) e Pressão Arterial Diastólica (PAD) em função das variáveis independentes, sendo que as variáveis que apresentaram significância estatística com p < 0,05 foram utilizadas para construir o modelo de regressão de Poisson robusto. Foi possível identificar o predomínio de jovens e com ensino fundamental incompleto. A hipertensão no estágio 1, apresentou prevalência de PA (21,85%), PAS (14,29%) e PAD (17,65%) (p<0,001). Na análise bivariada foi identificado significância estatísticas para PA e PAS nas variáveis independentes sexo masculino, idade maior que 60 anos e realizar a atividade agrícola, caça, pesca e coleta. No entanto, a PAD apresentou as mesmas significâncias estatísticas supracitadas, porém sem associação com idade. Faz-se necessário a realização de ações de promoção, prevenção e elaboração de planos estratégicos que visam ampliar os hábitos saudáveis e consequente elevação da qualidade de vida desses indígenas.

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Biografia do Autor

Ariadne Cristinne Pereira de Moura, Universidade do Estado de Mato Grosso

Graduada em Enfermagem pela Universidade do Estado de Mato Grosso, Tangará da Serra, Mato Grosso, Brasil.

Benedita Josefina da Silva, Universidade do Estado de Mato Grosso

Graduada em Enfermagem pela Universidade do Estado de Mato Grosso, Tangará da Serra, Mato Grosso, Brasil.

Thalise Yuri Hattori, Universidade do Estado de Mato Grosso

Mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil. Professor Assistente do curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Mato Grosso, Tangará da Serra, Mato Grosso, Brasil.

Vagner Ferreira do Nascimento, Universidade do Estado de Mato Grosso

Doutorado em Bioética pelo Centro Universitário São Camilo, São Paulo, São Paulo, Brasil. Professor Adjunto do curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Mato Grosso, Tangará da Serra, Mato Grosso, Brasil.

Mariano Martinez Espinosa, Universidade Federal de Mato Grosso

Doutorado em Ciências e Engenharia de Materiais pela Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. Professor Associado III do Departamento de Estatística da Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil.

Marina Atanaka, Universidade Federal de Mato Grosso

Doutorado em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil. Professora Adjunta do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil.

Elba Regina Sampaio de Lemos, Fundação Oswaldo Cruz

Doutorado em Medicina Tropical pela Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.  Pesquisadora do Laboratório de Hantaviroses e Ricketsioses do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

Ana Cláudia Pereira Terças-Trettel, Universidade do Estado de Mato Grosso; Universidade Federal de Mato Grosso

Doutorado em Medicina Tropical pela Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil. Docente Adjunta do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado de Mato Grosso, Tangará da Serra, Mato Grosso, Brasil. 

 

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Publicado

2020-07-07

Como Citar

1.
Moura ACP de, Silva BJ da, Hattori TY, Nascimento VF do, Espinosa MM, Atanaka M, Lemos ERS de, Terças-Trettel ACP. Níveis pressóricos de uma comunidade indígena do cerrado brasileiro. Semin. Cienc. Biol. Saude [Internet]. 7º de julho de 2020 [citado 27º de abril de 2024];41(2):141-56. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/36487

Edição

Seção

Artigos