Citótipos poliploides: estudo de caso em espécies brasileiras de Myrtaceae

Autores

  • Raquel Moura Machado UNICAMP
  • Raisa Maria Silveira Universidade Federal do Ceará
  • Itayguara Ribeiro da Costa Universidade Federal do Ceará
  • Christiano Franco Verola Universidade Federal do Ceará
  • Eliana Regina Forni-Martins UNICAMP

Palavras-chave:

Citótipos poliploides, Evolução de plantas, Myrtaceae

Resumo

Muitas espécies de plantas apresentam populações com ploidias diferentes (citótipos), diploide e poliploide, até com vários níveis poliploides. A diferenciação intraespecífica de números cromossômicos levanta perguntas sobre os citótipos poliploides: processos envolvidos na sua origem, natureza das interações/mecanismos de isolamento reprodutivo, além dos atributos morfofisiológicos e fatores ambientais/ecológicos relacionados à sua distribuição. A diferenciação de citótipos é uma etapa intermediária da evolução, favorecendo o processo de especiação. A família Myrtaceae é uma das mais ricas nos neotrópicos e tem taxonomia complexa. No Brasil, há pouco mais de 1000 espécies distribuídas em 23 gêneros. Citótipos poliploides são relatados em Psidium L. e Eugenia L. (x=11), dois dos gêneros mais diversificados da família. O presente estudo analisou a ocorrência e distribuição de citótipos em P. cattleianum Sabine e em algumas espécies de Eugenia. Os materiais para estudo cromossômico foram coletados em várias regiões brasileiras, ao longo da Mata Atlântica e Cerrado. Foram coletadas variáveis ambientais de cada população mediante técnicas de georreferenciamento, utilizando o programa DIVA-GIS. A distribuição das populações estudadas e a relação com o nível de ploidia foi analisada por componentes principais e elaborados mapas e gráficos com os programas Adobe Photoshop CC e Corel Draw. Psidium cattleianum possui dois morfotipos, com indivíduos produtores de frutos amarelos ou vermelhos. É uma espécie de tolerância ambiental e distribuição geográfica amplas, provavelmente decorrente da sua diversidade de citótipos (2n=3x=33, 2n=4x=44, 2n=5x=55, 2n=6x=66, 2n=7x=77, 2n=8x=88, 2n=9x=99, 2n=10x=110 e 2n=12x=132). Em Eugenia, algumas espécies apresentaram o citótipo diploide (2n=2x=22) e um poliploide (2n=3x=33, 2n=4x=44 ou 2n=5x=55), porém E. punicifolia (Kunth) DC. apresentou três (2x, 3x e 4x). Algumas populações possuem indivíduos com ploidia única, porém foram encontrados citótipos em simpatria em P. cattleianum (dois a cinco) e em espécies de Eugenia (2). Em P. cattleianum, os morfotipos amarelo e vermelho não podem ser distinguidos pelo nível de ploidia, porém o morfotipo vermelho ocorre preferencialmente em regiões de maior altitude. Nos dois gêneros, os poliploides ocorrem em condições ambientais mais drásticas. Estudos adicionais estão sendo conduzidos para detalhar melhor os cariótipos, a variabilidade genética (microssatélites) e o sistema reprodutivo dos citótipos de P. cattleianum. Apoio: CNPq, CAPES, FAEPEX/UNICAMP, FUNCAP

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Biografia do Autor

Raquel Moura Machado, UNICAMP

Universidade Estadual de Campinas, Campinas- São Paulo

Raisa Maria Silveira, Universidade Federal do Ceará

Departamento de Biologia, Centro de Ciências, UFC, Fortaleza, CE

Itayguara Ribeiro da Costa, Universidade Federal do Ceará

Departamento de Biologia, Centro de Ciências, UFC, Fortaleza, CE

Christiano Franco Verola, Universidade Federal do Ceará

Departamento de Biologia, Centro de Ciências, UFC, Fortaleza, CE

Eliana Regina Forni-Martins, UNICAMP

Departamento de Biologia Vegetal, Instituto de Biologia, UNICAMP, Campinas, SPDepartamento de Biologia Vegetal, Instituto de Biologia, UNICAMP, Campinas, SP

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Publicado

2018-02-16

Como Citar

1.
Machado RM, Silveira RM, Costa IR da, Verola CF, Forni-Martins ER. Citótipos poliploides: estudo de caso em espécies brasileiras de Myrtaceae. Semin. Cienc. Biol. Saude [Internet]. 16º de fevereiro de 2018 [citado 5º de dezembro de 2024];38(1supl):36. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/29186