Inclusão de zeólita em dietas extrusadas para cães: digestibilidade, características fecais e palatabilidade
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2019v40n6p2673Palavras-chave:
Aluminosilicato, Cães, Capacidade adsorvente, Clinoptilolita.Resumo
O uso de zeólita na alimentação de cães é realizado visando melhorar as características fecais, reduzindo sua umidade e odor. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a inclusão crescente de zeólita sobre a digestibilidade dos nutrientes e energia, características fecais e palatabilidade de cães alimentados com dieta contendo altos níveis de farelo de soja. Foram realizados dois experimentos. O primeiro avaliou a inclusão crescente de zeólita (clinoptilolita): 0, 10, 20, 30, 40 e 50 g/kg em dietas extrusadas para cães sobre a digestibilidade e qualidade das fezes. Foram utilizados seis cães adultos, em quadrado latino 6x6. No segundo experimento avaliou-se a inclusão de 20 e 50 g/kg de clinoptilolita na dieta sobre a palatabilidade em cães. Foram utilizados 20 cães em delineamento inteiramente casualizado em dois tratamentos (0 vs.20g/kg e 0 vs. 50 g/kg de zeólita). Embora com pequena variação, a inclusão de zeólita resultou em redução linear da energia metabolizável (15,4 a 14,7 MJ/kg, P < 0,05) e do coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca (0,773 a 0,740, P < 0,05). A matéria seca fecal aumentou com os níveis crescentes de zeólita (30,4% a 36,1%, P < 0,05) não afetando, entretanto, o escore das fezes. Os níveis de zeólita não causaram diferença quanto ao nitrogênio amoniacal, ácido siálico e pH fecal (P > 0,05). Não foram encontradas diferenças na palatabilidade das dietas. A inclusão de até 50 g/kg de clinoptilolita natural aumenta o teor de matéria seca fecal, com manutenção de adequado escore fecal, sem afetar negativamente a palatabilidade das dietas.Métricas
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