Avaliação da sedação e variáveis cardiorrespiratórias em ovinos submetidos a diferentes protocolos de anestesia durante a realização da inseminação artificial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0359.2022v43n6p2483

Palavras-chave:

Inseminação artificial, Ovelha, Protocolos de sedação, Texel.

Resumo

A inseminação artificial (IA) é um importante técnica para melhoramento genético em ovinos. Em função de ser uma técnica invasiva, a tranquilização e analgesia são fundamentais. No presente estudo foram utilizados 75 ovinos, da raça Texel, padronizados quanto a peso (kg) e idade (meses). Os animais foram distribuídos aleatoriamente em cinco grupos: Grupo Acepromazina (GA); Grupo Acepromazina e Butorfanol (GAB); Grupo Acepromazina e Morfina (GAMF); Grupo Acepromazina e Meperidina (GAME) e Grupo Salina (GS).  Os parâmetros avaliados foram: escore de sedação, grau de agitação, frequência cardíaca (FC); frequência respiratória (f), temperatura retal (T°R), tempo de latência e tempo para realização da IA. Os momentos de avaliação foram: M-20, M0, M1 e M2. Diferenças significativas foram consideradas quando p˂0,05. Não houveram diferenças significativas para peso e idade. Com relação a FC observou-se um aumento de 30,6%, 34,2% e 42,5% de M-20 para M2 para os grupos GA, GAB e GAME, respectivamente. Entre grupos, observou-se que em M0 o grupo GAME apresentou valores superiores, chegando a um valor de 41,4% acima dos demais grupos. Para a f destaca-se uma diminuição de 21,8% e 26,9% em M1 com relação a M-20 para os grupos GAME e GAMF, respectivamente. Já entre M-20 e M2 para GAME e GAMF destaca-se uma diminuição de 20% e 25%, na devida ordem. Quando comparados os valores de f do grupo GS, observa-se que entre o M-20 e os momentos M1 e M2 houve um aumento de 106,3% e 68,8% respectivamente. Os valores de f obtidos nos momentos M1 e M2 para GS foram maiores que os demais grupos. Quanto ao grau de sedação não houveram diferenças entre os grupos, contudo os valores obtidos são de relevância clínica. Com relação ao grau de agitação, houveram diferenças entre grupos, em M1 os grupos GAME e GAMF pontuaram 2, enquanto GS pontuou 0, em M2 o grupo GAMF pontuou 2 e o grupo GS 0. Para o tempo de latência e tempo para realização da IA não houveram diferenças estatísticas. Assim, nas condições do presente estudo o protocolo em GAME apresentou-se como o menos seguro dentre as opções avaliadas. Os protocolos instituídos de medicação pré-anestésicas promoveram discreta sedação dos pacientes e não diminuíram o tempo para a realização da técnica de IA.

Biografia do Autor

Paulo Roberto Bernardi Filho, CAV-UDESC

Pesquisador, Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC, Lages, SC, Brasil.

Felipe Comassetto, Universidade do Estado de Santa Catarina

Prof. Dr., Departamento de Medicina Veterinária, UDESC, Lages, SC, Brasil.

Samuel Jorge Ronchi, Universidade do Estado de Santa Catarina

Doutorando em Zootecnia, Departamento de Medicina Veterinária, UDESC, Lages, SC, Brasil.

Gilberto Serighelli Júnior, Universidade do Estado de Santa Catarina

Mestrando em Zootecnia do Departamento de Medicina Veterinária da UDESC, Lages, SC, Brasil.

Renata Casali, Universidade do Estado de Santa Catarina

Profa Dra, Departamento de Medicina Veterinária, UDESC, Lages, SC, Brasil.

Ademar Luiz Dallabrida, Universidade do Estado de Santa Catarina

Prof. Dr., Departamento de Medicina Veterinária, UDESC, Lages, SC, Brasil.

Nilson Oleskovicz, Universidade do Estado de Santa Catarina

Prof. Dr., Departamento de Medicina Veterinária, UDESC, Lages, SC, Brasil.

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Publicado

2022-12-12

Como Citar

Bernardi Filho, P. R., Comassetto, F., Ronchi, S. J., Serighelli Júnior, G., Casali, R., Dallabrida, A. L., & Oleskovicz, N. (2022). Avaliação da sedação e variáveis cardiorrespiratórias em ovinos submetidos a diferentes protocolos de anestesia durante a realização da inseminação artificial. Semina: Ciências Agrárias, 43(6), 2483–2498. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2022v43n6p2483

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