O manejo da pastagem natural incrementa a biomassa herbácea nativa e exótica e a biodiversidade na Caatinga no Brasil

Resumo

Objetivou-se avaliar o raleamento em savana e o enriquecimento com gramíneas em uma área de Caatinga mantendo a biodiversidade local e intensificando a produção de biomassa. Os estudos foram conduzidos numa Caatinga raleada em savana e numa área não manipulada no período chuvoso que foi dividido em duas épocas em 2016. Avaliaram-se a produção de biomassa herbácea, a diversidade e a equabilidade pelos índices de Shannon - Weaver (H’) e de Pielou (J’) das áreas raleada em savana e não manipulada. Foi ainda avaliado o estabelecimento dos capins massai e búffel na área raleada em savana. A área raleada em savana produziu mais biomassa de forragem herbácea nativa tanto na época das águas (1.940,55 kg ha-1) quanto na época de transição águas-seca (1.918,55 kg ha-1) do que a área não manipulada nas mesmas épocas (78,42 e 37,40 kg ha-1, respectivamente), sem comprometer à biodiversidade, conforme os índices de Shannon-Weaver (H’ = 1,48) e Pielou (J’ = 0,62) para a área raleada em savana e H’ (1,29) e J’ (0,72), para a área não manipulada. A área raleada em savana foi ainda capaz de aumentar em 141% na época das águas e 1.700% na época de transição águas-seca, a frequência de espécies de conhecido valor forrageiro. O capim-massai apresentou melhor estabelecimento do que o capim-búffel, na área raleada em savana produzindo até 3 t de MS ha-1. O raleamento e o enriquecimento promovem um aumento da biodiversidade da área, além de contribuir para o incremento de biomassa de forragem.