Folhas de amoreira tratadas com calda bordalesa protegem lagartas de bicho-da-seda contra doenças fúngicas e virais
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2016v37n1p43Palavras-chave:
Lepidóptera, Baculovírus, Bombyx mori, Sericicultura.Resumo
A calda bordalesa é um produto usado como fungicida agrícola natural e sua aplicação em sericicultura pode beneficiar a produção de casulos do bicho-da-seda, Bombyx mori (Lepidoptera: Bombycidae). O objetivo deste estudo foi verificar se a calda bordalesa exerce efeito protetor em B. mori contra doenças fúngicas e virais. O experimento foi realizado em dois períodos sazonais, outono e primavera, sendo utilizadas 7.500 lagartas no início do terceiro instar, divididas em cinco grupos, com três repetições de 500 indivíduos cada. Em três grupos as lagartas foram alimentadas com folhas de amoreira (Morus spp.) enriquecidas com solução aquosa de calda bordalesa nas concentrações de 5, 10 e 20%. Um grupo foi alimentado exclusivamente com folhas de amoreira (controle) e outro com folhas umedecidas apenas com água. A contaminação fúngica foi avaliada na superfície tegumentar do inseto e nas folhas de amoreira presentes na cama de criação, através da verificação do número de unidades formadoras de colônias (UFC). Já na análise da contaminação viral, 20 lagartas de cada grupo, no início do quinto instar, foram inoculadas com 10 ?l da suspensão de Bombyx mori nucleopolyhedrovirus (BmNPV). Diariamente, do segundo ao nono dia após a inoculação (dpi), duas lagartas de cada grupo foram anestesiados e fixadas em formol 7%, para o processamento microscópico e análise da citopatologia viral. Foi adotado um delineamento inteiramente casualizado e as médias de UFC foram comparadas por teste de Tukey, com 5% de significância. Os resultados revelaram uma redução de 55,1% nas UFC presentes nas folhas de amoreira no outono, quando foi utilizada a solução 5% de calda bordalesa. Não houve diferença significativa entre os grupos à base de calda bordalesa neste período. Neste mesmo período, foi verificada, no tegumento de B. mori, uma redução da UFC de 28,5, 74,9 e 74,4%, quando foram usadas soluções de 5, 10 e 20% de calda bordalesa, respectivamente, em relação aos dados obtidos no grupo controle. Na primavera, não foi observada diferença entre os grupos que receberam calda bordalesa e o controle. No caso do BmNPV, contatou-se que a solução de 10% de calda bordalesa promoveu maior resistência à infecção viral, possivelmente favorecendo a ativação de mecanismos de defesa dos insetos. Sendo assim, recomenda-se a utilização de calda bordalesa à 10% sobre as folhas de amoreira para o controle de doenças fúngicas e virais na sericicultura.
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