Design e ciência:

uma proposta para a superação de um binarismo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2236-2207.2022v13n3p17

Palavras-chave:

Teoria do design, Filosofia do século XIX, Teoria do conhecimento

Resumo

Desde sua gênese, o design convive com um desejo de seus acadêmicos em vê-lo aproximado do saber científico. Fazendo um percurso pelo século XX, partindo das vanguardas modernas, inauguradoras da disciplina, este artigo buscou fazer um panorama de como a relação com a ciência foi abordada por determinados grupos do design. Ao fim, foi feita uma exposição desse debate na contemporaneidade, utilizando-se do diálogo estabelecido entre Robert Farrell, Cliff Hooker, Per Galle e Peter Kroes. Os argumentos utilizados pelos autores foram analisados através da discussão da coisa em si, conceito presente na filosofia de Immanuel Kant que fora posteriormente criticado por Friedrich Hegel. Através do desenvolvimento hegeliano para a questão, este artigo pôde estabelecer uma posição de que o design não encontra caraterísticas suficientes para ser considerado ciência.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Matheus Augusto Gomes Valentim, Universidade do Estado de Minas Gerais

Mestrando; Universidade do Estado de Minas Gerais.

Referências

ARCHER, Bruce. Design as a Discipline. Design Studies, Amsterdã, v. 1, n. 1, p. 17-20, jul. 1979. DOI: https://doi.org/10.1016/0142-694X(79)90023-1

ARMSTRONG, Helen. Teoria do design gráfico. São Paulo: Ubu Editora, 2019.

ATKINSON, Harriet; OPPENHEIMER, Maya Rae. Design Research – History, theory, practice: histories for future-focused thinking. Proceedings of DRS, p. 2585-1562, 2016. DOI: https://doi.org/10.21606/drs.2016.510

BENJAMIN, Walter. A obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica. Porto Alegre: L&Pm, 2018.

BONSIEPE, Gui. Design como Prática de Projeto. São Paulo: Blucher, 2012.

BÜRGER, Peter. Teoria da Vanguarda. São Paulo: Ubu Editora, 2017.

CARDOSO, Rafael. Uma Introdução à História do Design. São Paulo: Blucher, 2008.

CROSS, Nigel. Science and design methodology: a review. Research in Engineering Design, Londres, p. 63-69, Junho 1993. DOI: https://doi.org/10.1007/BF02032575

______. Designerly Ways of Knowing: Design Discipline Versus Design Science. Design Issues, Cambridge, v. 17, n. 3, p. 49-55, summer 2001. DOI: https://doi.org/10.1162/074793601750357196

DESIGN RESEARCH SOCIETY. History. [S.I]. Disponível em: https://www.designresearchsociety.org/cpages/history. Acesso em: 12 jan. 2022.

FARRELL, Robert; HOOKER, Cliff. The Simon-Kroes model of technical artifacts and the distinction between science and design. Design Studies, v. 33, p. 480-495, Setembro 2012. DOI: https://doi.org/10.1016/j.destud.2012.05.001

______. Designing and Science: response to Galle and Kroes. Design Studies, v. 37, p. 1-11, 2015. DOI: https://doi.org/10.1016/j.destud.2014.12.003

GALLE, Per; KROES, Peter. Science and design: identical twins? Design Studies, v. 35, p. 201-231, Maio 2014. DOI: https://doi.org/10.1016/j.destud.2013.12.002

GIROTTI, M. T. A Crítica de Hegel ao Dualismo Sujeito-Objeto de Kant. Simbio-Logias (Botucatu), v. 3, p. 1-16, 2010.

GREGORY, Sydney A. (ed.). The Design Method. Nova York: Springer, 1966. DOI: https://doi.org/10.1007/978-1-4899-6331-4

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Enciclopédia das ciências filosóficas em compêndio (1830): 1 – a ciência da lógica. São Paulo: Edições Loyola, 2012.

______. Ciência da lógica: 1. a doutrina do ser. Petrópolis: Editora Vozes, 2016.

JONES, J. Christopher. Designing Designing. Design Studies, Amsterdã, v. 1, n. 1, p. 31-35, jul. 1979. DOI: https://doi.org/10.1016/0142-694X(79)90026-7

JONES, J. Christopher; THORNLEY, D. G. (ed.). Conference on Design Methods. Nova York: Macmillan Company, 1963.

KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. Petrópolis: Editora Vozes, 2015.

KLEIN, Glauber Cesar. Estudos sobre a coisa-em-si na filosofia clássica alemã. 2013. 91 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Filosofia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2013.

KROES, Peter. Design methodology and the nature of technical artefacts. Design Studies, [S.L.], v. 23, n. 3, p. 287-302, maio 2002. Elsevier. DOI: https://doi.org/10.1016/S0142-694X(01)00039-4

LANGRISH, John. The design methods movement: from optimism to darwinism. Proceedings of DRS, p. 51-63, 2016. DOI: https://doi.org/10.21606/drs.2016.222

LISSÍTZKI, El. Nosso livro. In: ARMSTRONG, Helen. Teoria do Design Gráfico. São Paulo: Ubu Editora, 2019. p. 27-36.

LUKÁCS, György. O jovem Hegel e os problemas da sociedade capitalista. São Paulo: Boitempo, 2018.

MARGOLIN, Victor. Design Research: what is it? what is it for?. In: DRS 2016, Design research society 50th anniversary conference, 1., 2016, Brighton. Proceedings [...] . Londres: Design Research Society, 2016. p. 5-16. DOI: https://doi.org/10.21606/drs.2016.9

MARINETTI, F. T. Manifesto Futurista. In: ARMSTRONG, Helen (org.). Teoria do Design Gráfico. São Paulo: Ubu Editora, 2019. p. 21-23.

MEGGS, Philip; PURVIS, Alston. História do Design Gráfico. São Paulo: Cosac Naify, 2009.

NAYLOR, Gillian. The Bauhaus. Londres: Studio Vista, 1968.

PAPANEK, Victor. The Future Isn't What It Used to Be. Design Issues, Cambridge, v. 1, n. 5, p. 4-17, outono 1988. DOI: https://doi.org/10.2307/1511555

RIBEIRO, Pedro Henrique Lopes; FRANCO, Juliana Rocha. O ecossistema de produtos e serviços da Xiaomi e a guerra de patentes: estratégias de uma fabricante chinesa de smartphones no mercado global. In: AMATO, Leonardo; MOTA, Graziela Borguignon (org.). Os novos olhares para a economia criativa. Rio de Janeiro: Uva, 2020. p. 126-144. Disponível em: http://leoamato.com/wp-content/uploads/2020/06/Ebook_CRIA_EconomiaCriativa_2020.pdf. Acesso em: 05 fev. 2022.

RITTEL, Horst W. J.; WEBBER, Melvin M. Dilemmas in a General Theory of Planning. Policy Sciences, [s. l], v. 2, n. 4, p. 155-169, jun. 1973. DOI: https://doi.org/10.1007/BF01405730

SANT’ANNA, Hugo Cristo. Revisão crítica das aplicações de aprendizado de máquina no Design Visual: bases teóricas, desempenho dos modelos e novos paradigmas de projeto. Anais do VI Simpósio Internacional de Inovação em Mídias Interativas. 2019.

SIMON, Herbert A. As Ciências do Artificial. São Paulo: Almedina, 1981.

SOUSA, Marcel Farias de; HUNGARO, Edson Marcelo. Natureza e história na filosofia idealista de Hegel: indícios ontológicos para a compreensão do ser e da corporeidade humana. Movimento, Porto Alegre, v. 27, p. 01-15, 28 ago. 2021. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. http://dx.doi.org/10.22456/1982-8918.109297. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.109297

VÁZQUEZ RAMOS, F. G. 1921 1/2: Van Doesburg e (é) o vento que varre a Bauhaus de Weimar nos anos 1920. In: Fundação Athos Bulcão. (Org.). Arte e Arquitetura. Balanço e Novas Direções. 1ed.Brasília: Fundação Athos Bulcão; Editora UnB, 2009, v. 1, p. 47-62.

RÓDTCHENKO, Aleksander; STEPÁNOVA, Várvara; GAN, Aleksiéi. Manifesto do Grupo Construtitivsta. In: ARMSTRONG, Helen (org.). Teoria do Design Gráfico. São Paulo: Ubu Editora, 2019. p. 23-26.

WISNIOSKI, Matthew H. Engineers for Change: competing visions of technology in 1960mar's america. Cambridge: Mit Press, 2016.

Downloads

Arquivos adicionais

Publicado

2022-12-23

Como Citar

Valentim, M. A. G. (2022). Design e ciência: : uma proposta para a superação de um binarismo. Projetica, 13(3), 17–29. https://doi.org/10.5433/2236-2207.2022v13n3p17

Edição

Seção

Edição especial P&D 2022

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.