A arte da destruição controlada: reflexões sobre avaliação arquivística e memória

Autores

  • Francisco Alcides Cougo Junior Programa de Aperfeiçoamento, Pesquisa e Estudos em Arquivos (PAPEArq/UFRGS)

DOI:

https://doi.org/10.5433/1981-8920.2019v24n1p403

Palavras-chave:

Arquivos, Memória, Avaliação, Patrimônio

Resumo

Introdução: O artigo problematiza a relação entre arquivos e memória a partir da função arquivística da avaliação de documentos Objetivo: Recorrer aos estudos contemporâneos da memória para refletir sobre o ato de avaliar documentos e sua respectiva aferição de “valores” para guarda permanente. Metodologia: análise bibliográfica e sistematização dos conceitos de “sociotransmissores”, esquecimento, memória multidirecional e governança memorial. Resultados: propõe uma ampliação das relações entre memória, patrimônio e arquivos, superando a ideia do arquivo apenas como um “lugar de memória” para abranger as funções arquivísticas, seus conceitos, termos e teorias. Conclusões: aproximam-se as concepções de “memória multidirecional”, “governança memorial” e a atividade de avaliação documental.

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Biografia do Autor

Francisco Alcides Cougo Junior, Programa de Aperfeiçoamento, Pesquisa e Estudos em Arquivos (PAPEArq/UFRGS)

Arquivista e historiador. Professor do Departamento de Documentação da Universidade Federal de Santa Maria (Curso de Arquivologia). Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural da Universidade Federal de Pelotas. Membro do Programa de Aperfeiçoamento, Pesquisa e Estudos em Arquivos (PAPEArq).

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Publicado

2019-03-06

Como Citar

Cougo Junior, F. A. (2019). A arte da destruição controlada: reflexões sobre avaliação arquivística e memória. Informação & Informação, 24(1), 403–423. https://doi.org/10.5433/1981-8920.2019v24n1p403

Edição

Seção

Artigos