Ensaio Sobre A História Da Organização Sindical Dos Trabalhadores Em Educação No Brasil (1983-1991)
DOI:
https://doi.org/10.5433/2238-3018.2025v31n1p178-199Palavras-chave:
Associativismo, Brasil, CNTE, CPB, História da educaçãoResumo
No presente ensaio de interpretação histórica educacional, interessa-nos refletir sobre a organização sindical dos trabalhadores em educação, que passou por um intenso processo de transformação e até mesmo, metamorfose no período compreendido entre a queda da ditadura civil-militar e a instalação de um regime político democrático-eleitoral no Brasil. Nesse sentido, o escrito tem como objeto de estudo a organização nacional dos trabalhadores do ensino básico da rede pública, centrando suas preocupações analíticas no período histórico de 1983 a 1991. Esse momento, de intensas mudanças institucionais, coincide com uma transição do lócus político-organizativo e a substancial transformação da Confederação dos Professores do Brasil (CPB), que, significativamente, passou a se chamar Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). No texto, são investigados e analisados os principais episódios sociais e as mudanças que influenciaram os rumos políticos, marcaram a transição e a disputa de hegemonia no interior da entidade nacional, apontando-se ainda sua intervenção nas Conferências Nacionais de Educação, na criação do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública (1987) e nos debates prévios à Assembleia Nacional Constituinte (1988). Na interpretação histórico-educacional que apresentamos, a CNTE emergiu influenciada por um novo modelo de organização sindical classista, com representação nos locais de trabalho, de confrontação social, contrário à colaboração com os governos, conhecido como «novo sindicalismo». Diferentemente de outras organizações sindicais, a mudança na forma de organização operou-se no interior da antiga CPB, postulando, política e socialmente, a unidade da categoria.
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