Ser-Estar-Fazer Docente: a epistemologia da prática do/a professor/a de Geografia
DOI:
https://doi.org/10.5433/2447-1747.2022v31n1p319Palavras-chave:
Ensino de Geografia, Epistemologia da prática, Formação docente.Resumo
O artigo apresenta o intento de discutir a epistemologia da prática do professor de Geografia com a finalidade de analisar as linhas epistemológicas da Geografia e da Educação que caracterizam o ser-estar-fazer docente. Para tanto, realizou-se uma revisão bibliográfica e uma pesquisa de campo por meio da observação simples das aulas de professores de Geografia do ensino básico estadual de um município do interior do Rio Grande do Sul e das aulas de estágio obrigatório de acadêmicos da licenciatura em Geografia de uma universidade federal do mesmo município. Quanto às dissonâncias entre estes grupos, destaca-se o uso de maior diversidade de recursos didáticos pelos acadêmicos e o fato dos professores não centrarem suas aulas apenas nos conteúdos geográficos em si, mas também visando uma formação integral dos alunos. No tocante às convergências, identificou-se um ensino marcado pela quase ausência da dialogicidade, bem como uma contradição epistemológica tanto da Geografia quanto da Educação em seus fazeres docentes. Contudo, a epistemologia da prática dos sujeitos apresenta a predominância do empirismo, o que contribui para a reprodução de um ensino de Geografia pouco significativo aos alunos, anunciando a necessidade de repensar as licenciaturas em Geografia não somente em termos metodológicos, mas, sobretudo, epistemológicos.Referências
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