A escuta analítica como instrumento de resgate e manutenção do laço social
DOI:
https://doi.org/10.5433/2236-6407.2020v11n3suplp45Palavras-chave:
desamparo, trauma psíquico, laço socialResumo
O presente trabalho é fruto do projeto “Jovens em situação de vulnerabilidade social: entre o trauma e o reconhecimento” desenvolvido com bolsa de iniciação científica concedida pela FAPERJ. Ao longo do trabalho, observamos que a emergência de pequenos testemunhos mobilizava os participantes. Embora a narrativa fosse de uma experiência dolorosa, o posterior acolhimento atuava como potencializador de vínculos sociais. Nesse sentido, propomos examinar a função clínica do testemunho para a atuação dos analistas em contextos de precarização, onde há o enfraquecimento dos laços discursivos. Para isso, partimos da premissa que a vivência em condições precárias é potencialmente traumática e excludente, ainda que haja um esforço psíquico de reduzir a importância dessas situações, banalizando o sofrimento oriundo da violência simbólica a que estão submetidos. Nossa aposta é que a escuta analítica pode operar como um instrumento de cuidado, tendo na coletividade a força para o resgate e manutenção do laço social.
Downloads
Referências
Broide, J., & Broide, E. E. (2016). A psicanálise em situações sociais críticas: metodologia clínica e intervenções (2ª ed.). São Paulo, SP: Escuta.
Butler, J. (2018). Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? (5ª ed.). Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira.
Dejours, C. (2000). A banalização da injustiça social (3ª ed.). Rio de Janeiro, RJ: FGV Editora.
Dunker, C. I. L. (2016, 17 de fevereiro). Políticas de identidade e a busca de um novo modelo de crítica. Revista Fórum. Recuperado de https://revistaforum.com.br/noticias/christian-dunker-politicas-de-identidade-e-a-busca-de-um-novo-modelo-de-critica/
Ferreira, A. B. H. (1986). Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira.
Freud, S. (1996). Projeto para uma psicologia científica. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Vol. I. Rio de Janeiro, RJ: Editora Imago. (Trabalho original publicado em 1950[1885]).
Freud, S. (1996). Além do princípio de prazer. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Vol. XVIII. Rio de Janeiro, RJ: Imago Editora. (Trabalho original publicado em 1920).
Freud, S. (1996). Inibições, sintomas e ansiedade. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Vol. XX. Rio de Janeiro, RJ: Imago Editora. (Trabalho original publicado em 1926).
Gagnebin, J. M. (2006). Lembrar escrever esquecer. São Paulo, SP: Editora 34.
Ginzburg, J. (2008). Linguagem e trauma na escrita do testemunho. Revista Conexão Letras, 3(3), 1-6. doi: 10.22456/2594-8962.55604
Klautau, P. (2017). O método psicanalítico e suas extensões: escutando jovens em situação de vulnerabilidade social. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 20(1), 113-127. doi: 10.1590/1415-4714.2017v20n1p113.8
Kupermann, D. (2009). Figuras do cuidado na contemporaneidade: testemunho, hospitalidade e empatia. In Maia, M. S. (Org.). Por uma ética do cuidado (pp. 185-204). Rio de Janeiro, RJ: Garamond.
Laplanche, J, & Pontalis, J.-B. (2001). Vocabulário de psicanálise (4ª ed.). São Paulo, SP: Martins Fontes. (Trabalho original publicado em 1987)
Rocha, Z. (1999). Desamparo e metapsicologia: para situar o conceito de desamparo no contexto da metapsicologia freudiana. Síntese Revista de Filosofia, 26(86), 331-346. Recuperado de http://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/Sintese/article/view/761
Rosa, M. D. (2002). Uma escuta psicanalítica das vidas secas. Revista Textura, 2(2), 42-47. Recuperado de https://www.academia.edu/download/43218022/Uma-escuta-psicanalitica-das-vidas-secas-Miriam-Debieux.pdf
Rosa, M. D. (2012). Migrantes, imigrantes e refugiados: a clínica do traumático. Revista de Cultura e Extensão USP, 7, 67-76. doi: 10.11606/issn.2316-9060.v7i0p67-76
Rosa, M. D. (2013). Psicanálise implicada vicissitudes das práticas clinicopolíticas. Revista da Associação Psicanalítica de Porto Alegre, 41, 29-40. Recuperado de http://www.appoa.com.br/uploads/arquivos/revistas/revista41.pdf
Rosa, M. D. (2015). Psicanálise, política e cultura: a clínica em face da dimensão sócio-política do sofrimento (Tese de livre-docência). Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Seligmann-Silva, M. (2006). Novos escritos dos cárceres: uma análise de caso. Luiz Alberto Mendes, Memórias de um sobrevivente. Estudos de literatura brasileira contemporânea, (27), 35-58. Recuperado de https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=4846220
Seligmann-Silva, M. (2008). Narrar o trauma: a questão dos testemunhos de catástrofes históricas. Psicologia clínica, 20(1), 65-82. doi: 10.1590/S0103-56652008000100005
Seligmann-Silva, M. (2019). O que resta do testemunho. In Wikinski, M. O trabalho da testemunha: Testemunho e experiência traumática. São Paulo, SP: Annablume Editora.
Vezzetti, H. (2002). Pasado y presente: guerra, dictadura y sociedad en la Argentina. Buenos Aires, Argentina: Siglo XXI.
Wikinski, M. (2010). El testigo/superstes ante la justicia. Presentado en III Seminario Internacional Políticas de la Memoria. Centro Cultural Haroldo Conti, Buenos Aires, Argentina.
Wikinski, M. (2019). O trabalho da testemunha: Testemunho e experiência traumática. São Paulo, SP: Annablume Editora.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Estudos Interdisciplinares em Psicologia
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Estudos interdisciplinares em Psicologia adota a licença CC-BY, esta licença permite que os reutilizadores distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do material em qualquer meio ou formato, desde que a atribuição seja dada ao criador. A licença permite o uso comercial.
Este obra está licenciado com uma Licença Attribution 4.0 International (CC BY 4.0)