Antropogênese das doenças orgânicas: uma nova visão em psicossomática
DOI:
https://doi.org/10.5433/2236-6407.2021v12n1p200Palavras-chave:
psicossomática, psicanálise, relação mente-corpo, adoecimento físicoResumo
O debate sobre a relação mente-corpo, um dos maiores problemas filosóficos existentes, perpassa outras áreas do conhecimento. Do ponto de vista da prática psicoterápica, o atendimento a pacientes com doenças orgânicas contribuiu para o surgimento do campo da psicossomática. Inicialmente, esse artigo visa apresentar os principais conceitos das Escolas de Psicossomática de Chicago e Paris, as mais relevantes no Ocidente. Como resposta a essas visões, consideradas reducionistas e exageradamente intrapsíquicas, serão apresentados estudos sobre o vínculo humano. A partir de tal descrição emergirá uma proposta de compreensão teórica do fenômeno psicossomático tomando como matriz as considerações conceituais de Danilo Perestrello e Abram Eksterman, psicanalistas brasileiros, cujo ponto nodal é o entendimento da doença somática em sua dimensão antropogênica. As ideias contidas nesse pensamento serão a base para a noção de adoecimento somático enquanto resposta às dificuldades presentes no campo relacional.
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