Alterações das funções executivas em crianças e adolescentes

Autores

  • Natália Martins Dias Universidade Presbiteriana Mackenzie
  • Amanda Menezes Universidade Presbiteriana Mackenzie
  • Alessandra Gotuzo Seabra Universidade Presbiteriana Mackenzie https://orcid.org/0000-0002-8373-7897

DOI:

https://doi.org/10.5433/2236-6407.2010v1n1p80

Palavras-chave:

funcionamento executivo, neuropsicologia, desenvolvimento

Resumo

Funções executivas constituem um conjunto de processos cognitivos que permitem a regulação da cognição e do comportamento, possibilitando o engajamento do indivíduo em ações complexas. Essas habilidades estão comprometidas em uma diversidade de condições clínicas e este artigo teórico teve como objetivo oferecer uma revisão não-sistemática de alguns quadros nos quais estas habilidades apresentam-se prejudicadas, sobretudo em crianças e adolescentes. Verificou-se que condições como transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, transtorno obsessivo-compulsivo, síndrome de Tourette, transtornos globais do desenvolvimento, transtornos de aprendizagem como a dislexia e a discalculia, além de alterações cromossômicas, como a síndrome de Down e de Prader-Willi, cursam com algum grau de comprometimento do funcionamento executivo. Este conhecimento tem implicações à prática e à pesquisa psicológica e pode ser útil a profissionais que atuam com crianças e adolescentes com alguma destas condições, contribuindo a um maior conhecimento acerca das funções executivas e suas alterações.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Natália Martins Dias, Universidade Presbiteriana Mackenzie

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, Universidade Presbiteriana Mackenzie

Amanda Menezes, Universidade Presbiteriana Mackenzie

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, Universidade Presbiteriana Mackenzie,

Alessandra Gotuzo Seabra, Universidade Presbiteriana Mackenzie

Doutora e Pós-Doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo. Professora  do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Referências

Alfano, A. (2005). Avaliação neuropsicológica no transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH): contribuições para uma intervenção eficaz. In L.E.L.R. Valle (Org.), Neuropsicologia e Aprendizagem: para viver melhor (pp.89-94). Ribeirão Preto, SP: Tecmedd e SBNp.

APA _ Associação Psiquiátrica Americana. (2002). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-IV-TR tm (4ª ed.). Porto Alegre, RS: Artmed.

Araújo, C. (2004). Avaliação neuropsicológica das disfunções executivas. Em: Sociedade Brasileira de Neuropsicologia. (2004). Temas multidisciplinares de neuropsicologia e aprendizagem (pp. 209-216). São Paulo: Robe.

Argollo, N. (2008). Avaliação Neuropsicológica da discalculia do desenvolvimento com o Nepsy II: avaliação neuropsicológica do desenvolvimento. In A. Sennyey, F. C. Capovilla & J. M. Montiel (Orgs.), Transtornos de Aprendizagem: da avaliação à reabilitação (pp. 115-124). SP: Artes Médicas.

Argollo, N., Bueno, O., Shaver, B., Godinho, K., Abreu, K., Durán, P., et al (2009). Adaptação transcultural da bateria NEPSY – Avaliação neuropsicológica do desenvolvimento: Estudo-piloto. Avaliação Psicológica, 8(1), 59-75.

Assef, E. C. (2005). Avaliação das funções executivas em crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia, Universidade São Francisco, Itatiba, São Paulo.

Balbi, A. (2008). Two clinical cases of children with arithmetic learning disability. Journal of the International Neuropsychological Society, 14(Suppl. 2), 37- 37.

Barkley, R. A. (1997). Behavioral inhibition, susteined attention and executive function: Constructing a unifying theory of ADHD. Psychological Bulletin 121, 65-94.

Beneventi, H., Tønnessen, F. E., Ersland, L., & Hugdahl, K. (2010). Working memory deficit in dyslexia: behavioral and fMRI evidence. International Journal of Neuroscience January 120(1), 51-59.

Capovilla, A. G. S., & Dias, N. M. (2008). Desenvolvimento de habilidades atencionais em estudantes da 1ª à 4ª série do ensino fundamental e relação com rendimento escolar. Psicopedagogia, 25(78), 198-211.

Coutinho, G., Mattos, P., Araújo, C., & Duschene, M. (2007). Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade: contribuição diagnóstica de avaliação computadorizada de atenção visual. Revista Psiquiatria Clínica, 34(5), 215- 222.

Cuevas, M., & Waisburg, H. (2008). Relation between mental processing andlearning disorder in school aged children at high biological risk. Journal of the International Neuropsychological Society, 14(Suppl. 2), 12-12.

Cutting, L. E., Materek, A., Cole, C. A. S., Levine, T. M., & Mahone, E. M. (2009). Effects of fluency, oral language, and executive function on reading comprehension performance. Annals of Dyslexia, 59, 34–54.

Dias, N. M (2009). Avaliação neuropsicológica das funções executivas: Tendências desenvolvimentais e evidências de validade de instrumentos. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento. Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo.

Dias, N. M., Trevisan, B. T., Menezes, A., Godoy, S., & Seabra, A. G. (no prelo). Dificuldades de aprendizagem e funções executivas. In J. Montiel & F. C. Capovilla (Orgs.), Transtornos de Aprendizagem. São Paulo: Artes Médicas.

Duncan, J., Johnson, R., Swales, M., & Frees, C. (1997). Frontal lobe deficits after head injury: unity and diversity of function. Cognitive Neuropsychology, 14(5), 713-741.

Elliot, R. (2003). Executive functions and their disorders. British Medical Bulletin, 65, 49-59.

Estévez-González, A., García-Sánchez, C., & Barraquer-Bordas, L. (2000). Los lóbulos frontales: El cerebro ejecutivo. Revista de Neurologia, 31(6), 566- 577.

Fuster, J. M. (1997). The prefrontal cortex. Philadelphia, PA: Lippincott-Raven Publishers.

García-Molia, A. (2008). Aproximación histórica a las alteraciones comportamentales por lesiones del córtex prefrontal: de Phineas Gage a Luria. Revista de Neurologia, 46, 175-181.

Gathercole, S. E., Alloway, T. P., Willis, C., & Adams, A. (2006). Working memory in children with reading disabilities. Journal of Experimental Child Psychology, 93, 265–281.

Gazzaniga, M. S., Ivry , R. B., & Mangun, G. R. (2006). Neurociência cognitiva: A biologia da mente. Porto Alegre, RS: Artmed.

Gil, R. (2002). Neuropsicologia. São Paulo: Editora Santos.

Goldberg, E. (2002). O cérebro executivo: lobos frontais e a mente civilizada. RJ: Imago. Huizinga, M, Dolan, C. V., & Molen, M. W.

Van der. (2006). Age-related in executive function: Developmental trends and a latent variable analysis. Neuropsychologia, 44, 2017-2036.

Im-Bolter, N. Johnson, J., & Pascual-Leone, J. (2006). Processing limitations in children with specific language impairment: The role of executive function. Child Development, 77(6), 1822–1841.

Jauregi, J., Arias, C., Vegas, O., Alén, F., Martinez, S., Copet, P., & Thuilleaux, D. (2007). A neuropsychological assessment of frontal cognitive functions in Prader–Willi syndrome. Journal of Intellectual Disability Research, 51(5), 350-365.

Landa, R. J., & Goldberg, M. C. (2005).Language, Social, and Executive Functions in High Functioning Autism: A Continuum of Performance. Journal of Autism and Developmental Disorders, 35(5), 557-573.

Lanfranchi, S., Jerman, O., Dal Pont, E., Alberti, A., & Vianello, R. (2010). Executive function in adolescents with Down Syndrome. Journal of Intellectual Disability Research, 54(4), 308 – 319.

Lent, R. (2001). Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. SP: Editora Atheneu.

Levav, M. (2008). A battery for screening children affected with epilepsy in clinical practice. Journal of the International Neuropsychological Society, 14(Suppl. 2), 27-28.

Lezak, M.D., Howieson, D. B. & Loring, D. W. (2004). Neuropsychological assessment. New York, NY: Oxford University Press.

Mahone, E. M., & Silverman, W. (2008). ADHD and executive functions: Lessons learned from research. EP Magazine, 38, 48-51.

McLean, J. F., & Hitch, G. J. (1999). Working memory impairments in children with specific arithmetic learning difficulties. Journal of Experimental Child Psychology, 74, 240-260.

Menezes, A. (2008). Evidências de Validade de Instrumentos para Avaliar Funções Executivas em Alunos de 5ª a 8ª série. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia. Universidade São Francisco. Itatiba, São Paulo.

Miyake, A., Friedman, N. P., Emerson, M. J., Witzki, A. H., & Howerter, A. (2000). The unity and diversity of executive functions and their contributions to complex “frontal lobe” tasks: a latent variable analysis. Cognitive Psychology, 41, 49-100.

Muñoz-Céspedes, J. M., & Tirapu-Ustárroz, J. (2004). Rehabilitación de lãs funciones ejecutivas. Revista de Neurologia, 38(7), 656-663.

Natale, L. L., Teodoro, M. L. M., Barreto, G. V., & Haase, V. G. (2008). Propriedades psicométricas de tarefas para avaliar funções executivas em pré-escolares. Psicologia em Pesquisa, 2(2), 23-35.

Nigg, J. T. (2001). Is ADHD a Disinhibitory Disorder? Psychological Bulletin, 127, 571-598.

OMS. (1993). Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID 10: Descrição e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas.

Orsati, F. T., Schwartzman, J. S., Brunoni, D., Mecca, T., & Macedo, E. C. (2008). Novas possibilidades na avaliação neuropsicológica dos transtornos invasivos do desenvolvimento: análise dos movimentos oculares. Avaliação Psicológica, 7(3), 281-290.

Papazian, O., Alfonso, I., & Luzondo, R. J. (2006). Transtornos de lãs funciones ejecutivas. Revista de Neurologia, 42(supl. 3), S45-S50.

Pliszka, S. R. (2004). Neurociência para o clínico de saúde mental. Porto Alegre: Artmed.

Rebollo, M. A., & Montiel, S. (2006). Atención y funciones ejecutivas. Revista de Neurologia, 42(Supl 2), S3-S7.

Reiter, A., Tucha, O., & Lange, K. W. (2005). Executive functions in children with dyslexia. Dyslexia, 11(2), 116-131.

Rojas, S., Tapia, M., Yañez, M., & De La Cruz, J. (2008). The Neuropsychological Assessment of a Child with Prefrontal Lobes Agenesis [Resumo em anais de congresso]. Journal of the International Neuropsychological Society, 14(Suppl. 2), 56-56.

Rowe, J., Avender, A., & Turk, V. (2006).Cognitive executive function in Down’s syndrome. British Journal of Clinical Psychology, 45, 5–17

Saboya, E., Franco, C. A., & Mattos, P. (2002). Relações entre processos cognitivos nas funções executivas. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 51(2), 91-100.

Saboya, E., Saraiva, D., Palmini, A., Lima, P., & Coutinho, G. (2007). Disfunção executiva como uma medida de funcionalidade em adultos com TDAH. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 56(supl.1), 30-33.

Salgado, C. A., Lima, R., & Ciasca, S. (2008). Executive functions in students with developmental dyslexia. Journal of the International Neuropsychological Society, 14(Suppl. 2), 56-57.

Steele, S. D., Minshew, N. J., Luna, B., & Sweeney, J. A. (2007). Spatial working memory deficits in autism. Journal of Autism and Developmental Disorders, 37, 605–612.

Sternberg, R. J. (2008). Psicologia Cognitiva (4ª ed). Porto Alegre: Artmed.

Strauss, E., Sherman, E. M. S., & Spreen, O. (2006). A Compendium of Neuropsychological Tests: Administration, norms and commentary. New York: Oxford University Press.

Wolfe, M. E. (2004). Executive function processes: inhibition, working memory, planning and attention in children and youth with attention deficit hyperactivity disorder. Tese de Doutorado, Office of Graduate Studies of Texas A & M University.

Yerys, B. E., Hepburn , S. L., Pennington, B. F., & Rogers, S. J. (2007). Executive function in preschoolers with autism: evidence consistent with a secondary deficit. Journal of Autism and Developmental Disorders, 37, 1068–1079.

Downloads

Publicado

2011-05-09

Como Citar

Dias, N. M., Menezes, A., & Seabra, A. G. (2011). Alterações das funções executivas em crianças e adolescentes. Estudos Interdisciplinares Em Psicologia, 1(1), 80–95. https://doi.org/10.5433/2236-6407.2010v1n1p80

Edição

Seção

Artigos Originais