Dia dos mortos e a vivência do luto: relato de experiência
DOI:
https://doi.org/10.5433/2236-6407.2021v12n1p226Palavras-chave:
dia dos mortos, México, rituais de morte, luto, vínculos contínuosResumo
O luto envolve dimensões individuais, familiares, socioculturais e espirituais, demandando do psicólogo abertura para dialogar com outras áreas de conhecimento, visando ampliar a compreensão da experiência de quem sofre a perda de alguém significativo. Este trabalho objetiva relatar a participação de três psicólogas brasileiras na festa do Dia dos Mortos, em Ocotepec, México. O método utilizado foi a etnografia, com registro das observações em diário de campo individuais. Observou-se a importância dos rituais para o enfrentamento do luto e suas diferentes expressões. A presença de diversos símbolos que resgatam a lembrança da pessoa falecida, preservando sua memória, possibilitou considerar o modelo de vínculos contínuos no enfrentamento de uma perda significativa. A morte é celebrada e versada coletivamente no México, enquanto é tema tabu no Brasil. A vivência desses ritos possibilitou compreender os atravessamentos sociais e culturais da morte e do luto, experiência salutar para a construção de uma clínica ampliada.
Downloads
Referências
Bowlby, J. (2002). Apego e perda: apego (3ª ed.) (A. Cabral, Trad.). São Paulo: Martins Fontes.
Conaculta (2006). Patrimonio de la humanidad: la festividad indígena dedicada a los muertos en México. In Rojas, O. R. (Org.). Cuadernos 16. La festividad indígena dedicada a los muertos en México (pp. 14-22). Patrimônio Cultural y Turismo. México. Recuperado de https://www.cultura.gob.mx/turismocultural/publi/Cuadernos_19_num/cuaderno16.pdf.
Creswell, J. W. (2014). Investigação qualitativa e projeto de pesquisa (3ª ed.) (S. Mallmann, Trad.). Porto Alegre: Penso.
Franco, M. H. P. (2010). Por que estudar luto na atualidade? In Franco, M. H. P. (Org.). Formação e rompimento de vínculos: o dilema das perdas na atualidade (pp. 17-42). São Paulo: Summus.
Guedes, I. A. A. (2018). A espiritualidade frente ao processo de final de vida de um ente querido: reflexões sobre os significados atribuídos pelo familiar. (Dissertação de Mestrado). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
Konno, S. (2018). A gramática da vida: reabitar o mundo no Día de Muertos em Oaxaca, 2917. Ponto Urbe [Online], (23). doi: 10.4000/pontourbe.4682.
Lemos, M. T. T. B (2009a). Marcas identitárias e resistência cultural: festas e rituais no México (pp. 111-124). Dossiê Identidade e Diferença na América Latina. Maracanan, n. 5. doi: 10.12957/revmar.2009.13640.
Lemos, M. T. T. B. (2009b). Práticas religiosas e representações simbólicas - Festas e ritualidades: o Dia dos Mortos no México. ANPUH – XXV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA (pp. 1-7). Fortaleza.
Luján, J. E. M. (2006). Que viva en Día de Muertos: rituales que hay que vivir en torno a la muerte. In Rojas, O. R. (Org.). Cuadernos 16. La festividad indígena dedicada a los muertos en México (pp. 23-40). Patrimônio Cultural y Turismo. México. Recuperado de https://www.cultura.gob.mx/turismocultural/publi/Cuadernos_19_num/cuaderno16.pdf.
Minayo, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde (8ª ed.). São Paulo: Hucitec, 2004.
Neimeyer, R. A. (Ed.) (2013). Meaning Reconstruction & the Experience of Loss. Washington: American Psychological Association, Kindle Edition.
Parkes, C. M. (1998). Luto: estudo sobre a perda na vida adulta (M. H. F. Bromberg, Trad.). São Paulo: Summus.
Parkes, C. M. (2009). Amor e perda: as raízes do luto e suas complicações (M. H. P. Franco, Trad.). São Paulo: Summus.
Rodríguez, J. L. (2011). Visión de la muerte em la cultura mexicana. Recuperado em 02 de setembro, 2020, de: http://www.contactomagazine.com/mexmuerte.htm.
Rodríguez, P. B. D., Moreno, A. H. & Méndez, J. H. (2012). El altar de muertos: origen y significado en México. Revista de Divulgación Científica y Tecnológica de La Universidad Veracruzana, XXV(1). Recuperado de: https://www.uv.mx/cienciahombre/revistae/vol25num1/articulos/altar/.
Rosenblatt, P. C. (1996). Grief does not end. In Klass, D., Silverman, P. R. & Nickman, S. L. (Orgs.). Continuing bonds: new understandings of grief (pp. 3-27). Routledge.
Saporetti, L. A. & Silva, A. M. O. P. (2012). Aspectos particulares e ritos de passagem nas diferentes religiões. In Carvalho, R. T. & Parsons, H. A. (Orgs.). Manual de Cuidados Paliativos (2ª ed.) (pp. 556-568). Academia Nacional de Cuidados Paliativos.
Silverman, P. R. & Klass, D (1996). Introduction: what´s the problem? In Klass, D., Silverman, P. R. & Nickman, S. L. (Orgs.). Continuing bonds: new understandings of grief (pp. 3-27). Routledge.
Silverman, P. R. & Nickman, S. L. (1996). Concluding thoughts. In Klass, D., Silverman, P. R. & Nickman, S. L. (Orgs.). Continuing bonds: new understandings of grief (pp. 349-355). Routledge.
Stroebe, M. & Schut, H. (1999). The dual process model of coping with bereavement: rationale and description (pp. 197-224). Death Studies, vol. 23, n. 3. doi: 10.1080/074811899201046.
Villasenor, R. L. & Concone, M. H. V. B. (2012). A celebração da Morte no imaginário popular mexicano. Revista Temática Kairós Gerontologia, 15(4), “Finitude/Morte & Velhice” (pp. 37-47), agosto.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Estudos Interdisciplinares em Psicologia

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Estudos interdisciplinares em Psicologia adota a licença CC-BY, esta licença permite que os reutilizadores distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do material em qualquer meio ou formato, desde que a atribuição seja dada ao criador. A licença permite o uso comercial.
Este obra está licenciado com uma Licença Attribution 4.0 International (CC BY 4.0)