Expectativas e concepções de trabalho na velhice em homens na meia-idade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2236-6407.2017v8n2p43

Palavras-chave:

Envelhecimento, Trabalho, Maturidade, Homens

Resumo

Objetivou-se neste artigo analisar as expectativas e concepções de trabalho na velhice em homens de meia-idade. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que contou com a participação de quinze homens na faixa etária entre 50 e 59 anos que trabalham em atividade formal ou informal. Realizou-se uma entrevista semiestruturada e aplicação da técnica projetiva denominada procedimento Desenhos-Estórias com Tema. Para a análise dos dados utilizou-se a técnica de Análise de Conteúdo. Foram identificadas categorias como expectativas e representações diante da velhice, trabalho e aposentadoria. Observou-se que as expectativas diante da aposentadoria foram associadas ao desejo em praticar atividades prazerosas, porém os dados da realidade sobre a instabilidade financeira e responsabilidades com os familiares não permitem que os participantes na meia-idade parem suas atividades profissionais. O estudo demonstra que as expectativas e concepções de trabalho na velhice estão, de modo geral, associadas tanto a continuidade quanto a sua ressignificação nessa fase da vida.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Milena Cristina Freitas, Universidade São Judas Tadeu

Mestranda em Ciências do Envelhecimento pela Universidade São Judas Tadeu.

Tatiane Dornelas Campos, Universidade São Judas Tadeu.

Psicóloga pela Universidade São Judas Tadeu.

Claudia Aranha Gil, Universidade São Judas Tadeu

Doutorado em Psicologia Clinica pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Professora  da Universidade São Judas Tadeu.

Referências

Abras, R., & Sanches, R. N. (2010). O idoso e a família. In J. Mello Filho, & M. Burd (Org). Doença e família (pp. 233-241). São Paulo, SP: Casa do Psicólogo.

Aiello-Vaisberg, T. M. J. (1997). Desenhos-Estórias com Tema. In W. Trinca (Org.), Formas de Investigação clínica em psicologia: O procedimento de desenhos-estórias e desenhos de famílias com estórias. São Paulo, SP: Vetor.

Aiello-Vaisberg, T. M. J., & Ambrósio, F. F. (2013). Rabiscando Desenhos-Estórias com Tema: Pesquisa psicanalítica de imaginários coletivos. In W. Trinca (Org.), Procedimentos de Desenhos-Estórias: Formas derivadas, desenvolvimento e expansões. São Paulo, SP: Vetor.

Albornoz, S. (2000). O que é trabalho (6a ed.). São Paulo, SP: Brasiliense.

Andrade, A. L., & Rafalski, J. C. (2013). Diferenças e semelhanças nas representações de aposentadoria entre homens e mulheres de meia-idade. In Anais do Colóquio de Orientação Profissional de Carreira e para a Aposentadoria. Florianópolis, SC.

Araújo, L., Nascimento, E. C., & Amaral, E. B. (2011). Corpo e velhice: um estudo das representações sociais entre homens idosos. Psicologia Ciência e Profissão, 31(3) 468-481. doi:10.1590/S1414-98932011000300004.

Antunes, P. C., & Silva, A. M. (2014). A produção científica brasileira e a problematização acerca da meia-idade: um estudo a partir de periódicos do campo da educação física. Revista Estudos Interdisciplinares em Envelhecimento, 19(1), 9-26.

Baltes, P. B. (2000). Autobiographical reflections: From developmental methodology and lifespan psychology to gerontology. In J. E. Birren, & J. F. Schroots (Eds.), A history of geropsychology. In autobiography (pp. 1-6). Washington, DC: American Psychological Association.

Bardin, L. (2006). Análise de conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70.

Bitencourt, M. B., Gallon, S., Batista, K. M., & Piccinini, C. V. (2011). Para além do tempo de emprego: o sentido do trabalho no processo de aposentadoria. Revista de Ciências de Administração, 13(31), 30-57. doi:10.5007/2175-8077.2011v13n31p30.

Brandão, S. J. (2009). Lazer para o idoso ativo como fator de qualidade de vida no processo de envelhecimento. (Tese de Doutorado). Universidade Católica do Rio do Grande do Sul, Porto Alegre, SC., Brasil.

Bredemeier, L. M. C., Wolff, H. S, Santos, M. R. M., Accurso, A., Soares, P. A., Riegel, C., & Noguez, C. S. (2011). Autonomia na velhice: Concepções de idosos participantes de um programa de ação social. Revista Estudos Interdisciplinares em Envelhecimento, 16[Edição especial], 371-384.

Buriti, M. A., & Ferrari, M. S. L. (2011). Recreação e lazer como forma de interação social do idoso. In C. Witter, & M. A. Buriti. Envelhecimento e contingências da vida. Campinas, SP: Alínea.

Buriti, M. A. (2010). Lazer e envelhecimento. In P. G. Witter, (Org.), Envelhecimento: Referenciais teóricos e pesquisas (2a ed.). Campinas, SP: Alínea.

Cintra, T. S., Ribeiro, D. F., & Andrade, A. S. (2010). O cotidiano de aposentados que continuam trabalhando de maneira informal na indústria calçadista: Percepções sobre a aposentadoria e o trabalho atual. Revista Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 13(2). doi:http://dx.doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v13i2p277-287.

Erikson, E. H. (1998). O ciclo de vida completa. Porto Alegre, RS: Artmed.

Felix, J. (2012). Desafios da previdência social para um país que envelhece e o risco da aposentadoria como prêmio. In V. M. Berzins, & C. M. Borges. Políticas Públicas para um país que envelhece. São Paulo, SP: Martinari.

Fernandes, S. F. Gonçalves, C. M., & Oliveira, J. P. (2012). Adaptação e validação da Escala de Significados Atribuídos ao Trabalho ESAT. Revista Brasileira de Orientação Profissional, 13(2), 183-195.

Ferreira, O. G. L., Maciel, S. C., Silva, A. O., Santos, W. S., & Moreira, M. A. S. P. (2010). O envelhecimento ativo sob o olhar de idosos funcionalmente independentes. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 44(4), 1065-1069. doi:10.1590/S0080-62342010000400030.

Franco, C. M. B., & Barros Jr., F. O. (2013). O envelhecimento ativo e o espaço acadêmico: Significações das pessoas idosas do programa integração de gerações em Teresina-PI. Revista Faculdade Santo Agostinho, 10(4), 334-346.

Fontes, A. P. (2010). Resiliência, segundo o paradigma do desenvolvimento ao longo da vida (life-span). Revista Kairós Caderno Temático, 7, 8-20.

Goulart Jr., E. D., Mergulhão, L. R, Canêo, L. C, Najm, M. B., & Lunardelli, M. C. F. (2009). Considerações sobre a terceira idade e o mercado de trabalho: questionamentos e posibilidades. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano. 6 (3), 429-437.

Glanzner, H. C., Olschowsky, A., & Kantorski, P. L. (2011). O trabalho como fonte de prazer: Avaliação da equipe de um Centro de Atenção Psicossocial. Revista Escola Enfermagem USP, 45(3), 716-21, doi:10.1590/S0080-62342011000300024.

Hall, S. C., Lindzey, G., & Campbell, B. J. (2000). Erikson pós-teoria Freudiana. In Teorias da Personalidade (4a ed.). Porto Alegre, RS: Artmed.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2013). Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população Brasileira. Recuperado dehttp://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv66777.pdf.

Instituto Nacional Seguro Social (2014). Informes de Previdência Social. Recuperado de http://www.previdencia.gov.br/publicacoes/informes-de-previdencia-social/.

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (2009). Envelhecimento Populacional Recuperado de http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content.

Jung, C. G. (1971). As etapas da vida humana. In A natureza da psique. São Paulo, SP: Vozes.

Lemos, M. C. & Passos, P. J. (2012). Satisfação e frustração no desempenho do trabalho docente em enfermagem. Revista Mineira de Enfermagem, 16(1), 48-55. doi:1415-27622012000100007.

Lempke, S. N. N., & Barbosa, A. J. G. (2012). Educação e envelhecimento: Contribuições da perspectiva Life-Span. Revista Estudos de Psicologia, 29(1), 647-655, doi: 10.1590/S0103-166X2012000500001.

Minayo, M. C. (2006). Visão antropológica do envelhecimento humano. In Velhices: Reflexões contemporâneas. São Paulo, SP: Sesc.

Moreira, J. O. (2011). Imaginários sobre aposentadoria, trabalho, velhice: Estudo de caso com professores universitários. Revista Psicologia em Estudo, 16(4), 541-550.doi: 10.1590/S1413-73722011000400005.

Moreira, J. O. (2012). Mudanças na percepção sobre o processo de envelhecimento: reflexões Preliminares. Revista Psicologia: Teoria e Pesquisa, 28(4), 451-456.doi: 10.1590/S0102-37722012000400003.

Neri, A. L. (2006). O legado de Paul B. Baltes à Psicologia do Desenvolvimento e do Envelhecimento. Revista Temas em Psicologia, 14(1), 17-34.

Neri, A. L., & Vieira, M. A. L. (2013). Envolvimento social e suporte social percebido na velhice. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 16(3), 419-432. doi:10.1590/S1809-98232013000300002.

Neri, A. L. (2014). Palavras-chave em Gerontologia (4a ed.). Campinas, SP: Alínea.

Organização Mundial da Saúde. (2005). Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília, DF: Organização Pan-Americana da Saúde. Recuperado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf.

Paschoal, T., & Tamoyo, A. (2008). Construção e validação da escala de bem-estar no trabalho. Revista Avaliação Psicológica, 7(1), 11-22.

Peres, A. (2014). Empreendedorismo e envelhecimento: Perspectivas de uma nova relação de trabalho na maturidade. (Dissertação de Mestrado), Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, SP, Brasil.

Ribeiro, S. B. (2012). A força de trabalho da Fiocruz e o processo de aposentadoria. (Dissertação de Mestrado). Escola Nacional de Saúde Pública, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Recuperado de bvssp.icict.fiocruz.br/lildbi/docsonline/get.php?id=2903.

Sá, M. A. A. S, & Souza, D.M.R. (2015). Envelhecimento ou desenvolvimento profissional? Revista Trabalho e Educação, 24(2), 267-280.

Sá, S. M. C, Souza, O. D. V. M, Caldas, P. C, Lisboa, L. T. M., & Tavares, A. F. K. (2011). O idoso no mundo do trabalho: configurações atuais. Revista Cogitare Enfermagem, 16(3), 536-542.

Santo, F. H. E., Góes, P. M. F., & Chibante, C. L. P. (2014). Limites e possibilidades do idoso frente à aposentadoria. Revista Kairós Gerontologia, 17(4), 323-335.

Scortegagna, A. P., & Oliveira, S. C. R. (2012). Idoso: um novo ator social. In Anais do Seminário em Pesquisa em Educação da Região Sul. Florianópolis, SC.

Serapião, S. C., Puterman, P., Ianae, D., & Carvalho, G. (2013). Iniciativas voltadas para a maior idade empreendida pela Via Gutemberg. In T. E C., Rosa, A. E. S. Barroso, & M. C. P. Louvison, Velhices: Experiências e desafios nas políticas do envelhecimento ativo. São Paulo, SP: Instituto de Saúde.

Silva, B.R., & Finocchio, A. L. (2011). A Velhice como marca da Atualidade: uma Visão Psicanalítica. Revista vínculo, 8(2).
Silva, L. P., & Silva, C. (2014). Idade do Lobo. Revista Portal de Divulgação, 40(4), 49-58.

Soares, P. H. D., & Costa, B. A. (2011). Aposentação: Aposentadoria para ação. São Paulo, SP: Vetor.

Soares, P. H. D., & Sarriera, C. J. (2013). O tempo livre na aposentadoria: uma experiência no aposenta-ação. In S. S. Santos, & A. S. Carlos. Envelhecendo com apetite pela vida. Petrópolis, RJ: Vozes.

Sobral, J. M., Gonçalves, C. M., & Coimbra, J. L. (2009). O impacto da situação profissional parental no desenvolvimento vocacional dos adolescentes. Revista Brasileira Orientação Profissional, 10(1), 11-22.

Trento G. (2008). Idosos e mercado de trabalho: um estudo sobre os idosos aposentados que continuam trabalhando formalmente no comércio do centro de Florianópolis. (Trabalho de Conclusão de Curso). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil. Recuperado de http://tcc.bu.ufsc.br/Ssocial285320.pdf.

Trinca, W. (1972). O Desenho livre como Estímulo de Apercepção Temática. (Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Trinca, W. (2013). Procedimento de Desenhos-Estórias: Formas derivadas, desenvolvimentos e expansões. São Paulo, SP: Vetor.

Trindade, E. (2002). Hermenêutica do existir do homem de meia-idade: Paternidade, sexualidade e projetos de vida – um olhar à luz de Heidegger (Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil.

Turato, R. E. (2005). Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: Definições, diferenças e seus objetivos de pesquisa. Revista de Saúde Pública, 39(3), 507-514. doi:10.1590/S0034-89102005000300025.

Wajnman, S., Oliveira, A., M. H., C., & Oliveira, E., L. (2004). Os idosos no mercado de trabalho: Tendências e consequências. In A. M. Camarano. Os novos brasileiros muito além dos 60? Rio de Janeiro, RJ: Ipea. Recuperado de http://www.en.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/Arq_23_Cap_14.pdf.

Witter, C., & Camilo, A. B. R. (2011). Família e envelhecimento. In C. Witter, & M. A. Buriti (Orgs.), Envelhecimento e contingências de vida. Campinas, SP: Alínea.

Zanelli, J. C., & Silva, N. (2008). Interação humana e gestão: a construção psicossocial das organizações de trabalho. São Paulo, SP: Casa do Psicólogo.

Zanelli, J. C., Silva, N., & Soares, P. H. D. (2010). Orientação para aposentadoria nas organizações de trabalho: Construção de projetos para o pós-carreira. Porto Alegre, RS: Artmed.

Zanelli, J. C. (2012). Processos Psicossociais, bem-estar e estresse na aposentadoria. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, 12(3), 329-340.

Downloads

Publicado

2017-09-13

Como Citar

Freitas, M. C., Campos, T. D., & Gil, C. A. (2017). Expectativas e concepções de trabalho na velhice em homens na meia-idade. Estudos Interdisciplinares Em Psicologia, 8(2), 43–64. https://doi.org/10.5433/2236-6407.2017v8n2p43

Edição

Seção

Artigos Originais