Vidas de marinheiro no Brasil republicano: identidades, corpos e lideranças da revolta de 1910

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2010v3n0p90

Palavras-chave:

Revolta da chibata, Marinheiros nacionais, Identidades, Biografias, Lideranças

Resumo

O artigo apresenta alguns resultados da minha tese de doutorado sobre a Revolta dos Marinheiros de 1910. Discuto elementos que nos permitem constituir alguns traços identitários dos marinheiros nacionais na época do levante, através das fichas de identificação do GIM (Gabinete de Identificação da Marinha) em 1908, ano de criação desse serviço. Em primeiro lugar, componho um perfil coletivo dos marujos, indicando categorias como cor, porte do bigode, idade, origem geográfica, tatuagens e marcas corporais. Em seguida, concentro minha análise nos elementos identitários e biográficos dos marujos e principais lideranças que participaram da revolta, buscando estabelecer um estudo de caráter prosopográfico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Sílvia Capanema Pereira de Almeida, Universidade de Paris 13 - Nord

Doutora em Historia das civilizações pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, França. Professor na Université Paris 13, França.

Referências

ALMEIDA, Sílvia Capanema P. de. A modernização do material e do pessoal da Marinha nas vésperas da revolta dos marujos de 1910: modelos e contradições. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 23, n. 45, p. 147-169, jan.-jun. 2010.

ALMEIDA, Sílvia Capanema P. de. 'Nous, marins, citoyens brésiliens et républicains' : identités, modernité et mémoire de la révolte des matelots de 1910”. 2009. 579p. Tese (Doutorado em História) - EHESS, Paris, 2009.

ALMEIDA, Sílvia Capanema P. de; MOREL, Marco. O Almirante Branco. Revista de História da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, n. 53, p. 36-40, fev. 2010.

ARIAS NETO, José Miguel. Em busca da cidadania: praças da Armada nacional, 1867-1910. 2001. Tese (Doutorado) - Departamento de História, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2001.

BELLO, Luis Alves de Oliveira. Versão oficial. In: MOREL, Edmar. A revolta da chibata. Organização de Marco Morel. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2009. p. 336-337.

BRASIL. Decreto n. 847, de 11 de outubro de 1890. Código Penal dos Estados Unidos do Brasil. Promulga o Codigo Penal. Brasilia, 1890.

BRASIL. Ministério da Marinha. Relatórios dos Ministros da Marinha (RMM). Brasília, 1900-1911.

CARVALHO, José Murilo de. O marinheiro bordador. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 1, n. 9, p. 28, abr., 2006.

CARVALHO, José Murilo de. Pontos e bordados: escritos de história e política. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.

CHALHOUB, Sidney. Trabalho, lar e botequim: o cotidiano dos trabalhadores no Rio de Janeiro da Belle Époque. Campinas: Ed. Unicamp, 2001.

DIAS, Arthur. Nossa Marinha: notas sobre o renascimento da Marinha de guerra do Brazil no quatriennio de 1906 a 1910. Rio de Janeiro: Officinas Graphicas da Liga Maritima Brazileira, 1910.

FERREIRA, Tania Maria Tavares Bessone da Cruz. História e prosopografia. In: ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA – ANPUH, 10., Rio de Janeiro. História e biografias. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2002.

FREYRE, Gilberto. Ordem e progresso [1959]. Rio de Janeiro: Record, 2000.

GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo. A democracia racial negra nos anos 1940. In: INSTITUTE OF THE STUDIES OF AMERICA. Culture and state in lusophone Black Atlantic. Londres, 2007.

LACASSAGNE, Alexandre. L'enquête d'Alexandre Lacassagne (1881): Classification dês dessins de tatouages. Du tatouage chez les criminels. In: ARTIERES, Philippe (org.). À Fleur de Peau: médecins, tatouages et tatoués, 1880-1910. Paris: Editions Allia, 2004.

LIMA, Ivana Stolze de. Cores, marcas e falas: sentidos da mestiçagem no Império do Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003.

MARTINS, Hélio Leôncio. A revolta dos marinheiros, 1910. São Paulo: Ed. Nacional; Rio de Janeiro: Serviço de Documentação Geral da Marinha, 1988.

MATTOS, Hebe. Das cores do silêncio: o significado da liberdade no sudeste escravista. Nova Fronteira: Rio de Janeiro, 1998.

MOREL, Edmar. A revolta da chibata. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2009.

MUSEU DA IMAGEM E DO SOM. João Cândido, o almirante negro. Rio de Janeiro: Gryphus, 1999.

NASCIMENTO, Álvaro Pereira do. Cidadania, cor e disciplina na revolta dos marinheiros de 1910. Rio de Janeiro: Mauad/FAPERJ, 2008.

NASCIMENTO, Álvaro Pereira do. Um reduto negro: cor e cidadania na Armada (1870-1910). In: CUNHA, Olívia Maria Gomes da; GOMES, Flávio dos Santos (org.). Quasecidadão:histórias e antropologias da pós-emancipação no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2007. p. 301-302.

RIO, João do. A alma encantadora das ruas [1908]. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

SOARES, José Eduardo de Macedo. Um oficial da Marinha. In: SOARES, José Eduardo de Macedo. Política versus Marinha. Paris, 1911.

SOHN, Anne-Marie. Sois un homme! La construction de la masculinité au XIXe siècle. Paris: Seuil, 2009.

Downloads

Como Citar

ALMEIDA, Sílvia Capanema Pereira de. Vidas de marinheiro no Brasil republicano: identidades, corpos e lideranças da revolta de 1910. Antíteses, [S. l.], v. 3, p. 90–114, 2010. DOI: 10.5433/1984-3356.2010v3n0p90. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/9695. Acesso em: 4 nov. 2024.