Estudos sociais para crianças numa democracia: prescrições didáticas para o ensino de história sob o prisma norte-americano

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2018v11n22p593

Palavras-chave:

História do ensino de história, História da educação, Prescrições docentes

Resumo

Este texto analisa o manual Estudos Sociais para crianças numa democracia, com enfoque em sua materialidade e conteúdo. A obra foi originalmente publicada em 1956, por John U. Michaelis, Professor da Escola de Educação da Universidade de Berkeley, Califórnia. No Brasil, a disciplina de Estudos Sociais tornou-se obrigatória no Ensino Básico e no Ensino Superior a partir de 1967. Em 1969, foi, então, implantado o curso de Estudos Sociais na UCS, que utiliza o manual de Michaelis como referência. O livro apresenta prescrições aos professores que desejam “melhorar a educação social das crianças” e seu tema central é a defesa de que “os valores e o comportamento democráticos devem impregnar todas as fases do programa de estudos sociais”. A bibliografia desta análise inclui Goodson, Saviani e Bittencourt, além de fontes referentes à implantação do curso de Estudos Sociais na UCS. O objetivo desta discussão é analisar o manual para além do seu conteúdo escrito, abordando, também, a comunicação possibilitada por seus elementos visuais. Evidencia-se a importância de leituras como esta por possibilitar que o material deixe de ser apenas um recurso pedagógico e didático, e passe a ser, também, um discurso sobre ensino de História, datado e contextualizado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Elisiane da Silva Soares, Universidade de Caxias do Sul

Mestranda em História na Universidade de Caxias do Sul.

Eliana Rela, Universidade de Caxias Do Sul

Doutora em Informática na Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Docente da Universidade de Caxias do Sul.

Referências

APPLE, Michael W. Ideologia e currículo. São Paulo: Editora Brasiliense, 1982.

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Os confrontos de uma disciplina escolar: da história sagrada à história profana. Revista Brasileira de História. São Paulo, v.13, n. 25-26, p. 183- 221, set. 1992/ ago. 1993

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História, fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2008.

BOURDÉ, Guy e MARTIN, Hervé. As escolas históricas. Sintra: Publicações Europa-América.
1983.

FILIZOLA, Roberto. Didática da Geografia: proposições Metodológicas e conteúdos entrelaçados com a avaliação. Curitiba: Base Editorial, 2009.

FRANÇA, Aldaíres França. Propostas Curriculares para o ensino de Estudos Sociais: circulação e apropriação de representações de ensino de História e de aperfeiçoamento de professores (Espírito Santo, 1956 – 1976).. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2013. 294 f.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 31. ed., São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GARCIA, Carlos Marcelo. Formação de professores: Para uma mudança educativa. Porto, Editora Porto, 1999.

GARCIA, Tânia Maria F. Braga; SCHMIDT, Maria Auxiliadora M. dos Santos. Discutindo o currículo “por dentro”: contribuições da pesquisa etnográfica. Educar, Curitiba, n. 17, p. 139-149. 2001.

GENETTE, Gérard. Paratextos editoriais. Cotia: Ateliê Editorial, 2009.

GOODSON, Ivor F. Currículo: teoria e história. 4.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.

HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence. A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.

MICHAELIS, John U. Estudos Sociais pra crianças numa democracia. 2 ed. Porto Alegre: Editora Globo, 1970.

NADAI, Elza. O ensino de história no Brasil: trajetória e perspectiva. Revista Brasileira de História. São Paulo, v.13, n. 25-26, p. 143-162, set. 1992/ago, 1993.

NASCIMENTO, Thiago Rodrigues; SANTOS, Beatris Boclin Marques. Estudos Sociais no Brasil: da intenção à obrigatoriedade (1930-1970). História e Perspectivas, Uberlândia (53): 145-178, jan./ jun. 2015.

PINA, Fabiana. Acordos MEC-Usaid: ações e reações (1966-1968). 2011. 187 f. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras de Assis, 2011.

RAMIL, Chris de Azevedo. Do projeto à produção gráfica da coleção didática Tapete Verde (Editora Globo, década de 1970). IX ANPED SUL – Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul – Anais. Caxias do Sul: Universidade de Caxias do Sul, 2012.

REIS, José Carlos. As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007.

SAVIANI, Dermeval. Educação: do senso comum à consciência filosófica. 12. ed. rev.
Campinas: Autores Associados, 1996.

SAVIANI, Dermeval. Educação escolar, currículo e sociedade: o problema da Base Nacional Comum Curricular. Movimento Revista de Educação. Rio de Janeiro, ano 3, n. 4, p. 54-84, 2016.

TORRESINI, Elizabeth W. Rochadel. Livros, leituras e leitores: a Editora Globo de Porto Alegre. Biblos, Rio Grande, 10: 173-178, 1998.

XERRI, Eliana Gasparini. Da Universidade da Serra à Universidade de Caxias do Sul/RS (1950 - 2002): o pensar e o construir da universidade na serra gaúcha. Tese (Doutorado em Educação) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2012. 312 f.

Downloads

Publicado

30-01-2019

Como Citar

SOARES, Elisiane da Silva; RELA, Eliana. Estudos sociais para crianças numa democracia: prescrições didáticas para o ensino de história sob o prisma norte-americano. Antíteses, [S. l.], v. 11, n. 22, p. 593–612, 2019. DOI: 10.5433/1984-3356.2018v11n22p593. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/34751. Acesso em: 21 nov. 2024.