Mulheres e carnavais no Rio de Janeiro: as representações da imprensa entre 1950 e 1962

Autores

  • Ellen Karin Dainese Maziero Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2017v10n20p1129

Palavras-chave:

Brasil, Rio de Janeiro, Mulheres, Carnaval, Representações da Imprensa

Resumo

O presente artigo tem como objetivo discutir as representações construídas pela imprensa quanto à presença das mulheres de diferentes segmentos sociais nos carnavais da cidade do Rio de Janeiro, de 1950 a 1962. Entendido como um tipo de festejo libertador das convenções sociais, o carnaval possibilitava o extravasamento e transgressões de algumas mulheres, que aproveitavam o clima dos folguedos para manifestar comportamentos mais livres. Por meio da cobertura dos carnavais realizada pelas revistas O Cruzeiro e Manchete e pelos jornais Correio da Manhã e O Globo, foi possível apreender as percepções da imprensa sobre a participação feminina nessas celebrações.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Ellen Karin Dainese Maziero, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Mestre e Doutoranda em História pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.

Referências

ABREU, Regina. A capital contaminada: a construção da identidade nacional pela negação do “espírito carioca”. In: LOPES, Antonio Herculano (Org.). Entre Europa e África: a invenção do carioca. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, Topbooks, 2000. p. 167-185.

ACCIOLY NETTO, Antônio. O império de papel – Os bastidores de O Cruzeiro. Porto Alegre: Sulina, 1998.

ATRIZES mantêm tradição pouca roupa e muito tapa. Manchete, Rio de Janeiro, n. 305, p. 09, 22 fev. 1958.

AUGRAS, Monique. O Brasil do samba-enredo. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1998.

BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento. O contexto de François Rabelais. Trad. de Yara Frateschi Vieira. São Paulo: HUCITEC/UnB, 1987.

BARRETO, Luis Carlos. S. M. A porta-bandeira. O Cruzeiro, Rio de Janeiro, n. 19, p. 116-117, 24 fev. 1951.

BARTHES, Roland. A câmara clara: nota sobre a fotografia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.

BASSANEZI, Carla. Mulheres dos anos dourados. In: PRIORE, Mary Del (Org.). História das mulheres no Brasil. 6 ed. São Paulo: Contexto, 2002. p. 607-639.

BASSANEZI, Carla. Virando as páginas, revendo as mulheres: relações homem-mulher e revistas femininas, 1945-1964. 1992. 454 f. Dissertação (Mestrado em História) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1992.

BIQUÍNI com dez anos de atraso. O Cruzeiro, Rio de Janeiro, n.23, p.80, 18 mar. 1961.

BRAGA, Amanda. História da beleza negra no Brasil: discursos, corpos e práticas. São Carlos: EdUFSCar, 2015.

BRAGA, João. História da moda. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2004.

BURNS, Mila. A dona da voz e a voz da dona: a trajetória de Dona Ivone Lara. In: VELHO, Gilberto (Org.). Rio de Janeiro: cultura, política e conflito. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007. p. 108-127.

CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro. Carnaval carioca: dos bastidores ao desfile. Rio de Janeiro: FUNARTE, 1994.

CHARTIER, Roger. A História Cultural. Entre Práticas e Representações. Tradução de Maria Manuela Galhardo. Lisboa: Difel, 1988.

CHATAIGNIER, Gilda. História da Moda no Brasil. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2010.

DIAS, Rosangela de Oliveira. O mundo como chanchada. Cinema e imaginário das classes populares na década de 50. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1993.

ENTRAM em vigor hoje ao meio-dia as instruções do Chefe de Polícia. O Globo, Rio de Janeiro, 02 mar.1957, p.02.

FANTASIA, sim; Biquíni, não! O Globo, Rio de Janeiro, 10 fev. 1961, p. 09.

FARIA, Guilherme José Motta. As escolas de samba do Rio de Janeiro nos anos 60 e as narrativas sobre a história do negro na avenida. Faces da História, Assis, v.3, n. 2, p. 75-97, jul.-dez., 2016.

FERREIRA, Jorge. Espetacular desfile das escolas de samba. O Cruzeiro, Rio de Janeiro, n. 21, p. 17, 07 fev. 1953a.

FERREIRA, Jorge. Império Serrano. O Cruzeiro, Rio de Janeiro, n. 22, p. 06, 14 fev. 1953b.

FERREIRA, Felipe. O livro de ouro do carnaval brasileiro. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.

GRACO, Eduardo. Apaches invadem o Rio. O Cruzeiro, Rio de Janeiro, n. 13, p. 82, 12 jan. 1952.

LEMOS, Carlos; DAMATA, Gasparino. Terreiro de escola é oficina do samba. Manchete, Rio de Janeiro, n. 304, p. 59, 15 fev. 1958.

LOPES, Nei; SIMAS, Luiz Antônio. Dicionário da história social do samba. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.

MORAES, Mário de; AUDI, Jorge; PASSOS, Hélio; LUIZ, Walter. Portela campeã do samba. O Cruzeiro, Rio de Janeiro, n. 24, p. 143, 24 mar. 1962.

MUNICIPAL: de arlequim a pierrô: festa que contou com quase 8 mil pessoas. O Cruzeiro, Rio de Janeiro, n. 19, p. 9, 21 fev. 1959.

O CARNAVAL nasce no morro. Manchete, Rio de Janeiro, n. 198, p. 30, 28 jan. 1956.

O CONCURSO começou fora: na passarela. Manchete, Rio de Janeiro, s/n, p. 42, 28 fev. 1959.

OLIVEIRA, Carlos. Fala Tarado!. Manchete, Rio de Janeiro, n. 46, p. 38, 07 mar. 1953.

PEREGRINO, Nadja. O Cruzeiro: a revolução da fotorreportagem. Rio de Janeiro: Dazibao, 1991.

QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. Carnaval brasileiro. O vivido e o mito. São Paulo: Brasiliense, 1992.

REGO, Costa. O carnaval das fotografias. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 24 fev. 1953, p. 04.

ROCHA, Antonio. Os ministros preferiram a bailarina mas... o morcego foi a fantasia mais aclamada. Manchete, Rio de Janeiro, n. 45, p. 22, 28 fev. 1953.

SANT’ANNA, Denise Bernuzzi de. História da beleza no Brasil. São Paulo: Contexto, 2014.

SILVA, Silvana Louzada da. Fotojornalismo em revista: o fotojornalismo em O Cruzeiro e Manchete nos governos Juscelino Kubitschek e João Goulart. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2004a.

SILVA, Zélia Lopes da. Os carnavais de rua e dos clubes na cidade de São Paulo: metamorfoses de uma festa (1923-1938). São Paulo: Editora Unesp; Londrina: Eduel, 2008.

SILVA, Zélia Lopes da. Os carnavais na cidade de São Paulo nos anos de 1935 a 1945. In: FENELON, Dea Ribeiro et al. (Orgs.). Muitas Memórias, Outras Histórias. São Paulo: Olho da Água, 2004b, p. 68-93.

SIMSON, Olga R. de Moraes von. Mulher e carnaval: mito e realidade (Análise da atuação feminina nos folguedos de Momo desde o Entrudo até as Escolas de Samba). Revista de História, São Paulo, n. 125-126, p. 07-32, ago./dez. 1991 a jan./jul. 1992.

SOUZA, Rivailda do Nascimento. Depoimento. Entrevistadores: Aroldo Bonifácio, José Carlos Rego e Manoel Dionísio. Rio de Janeiro: Museu da Imagem e do Som – MIS. Entrevista concedida ao projeto “A sorte é sua em conhecer” no auditório da LOTERJ para o MIS/RJ em 2000 (VI - 00758.3).

VASCONCELOS, Ary. O samba dá o toque de reunir. O Cruzeiro, Rio de Janeiro, n. 17, p. 48, 07 fev. 1959.

VASCONCELOS, Ary; ROCHA, Orlandino; RUDGE, Antonio; SOLARI, Jean; VIOLA, Geraldo; ALFREDO, Luiz; PASSOS, Hélio; AUDI, Jorge. Alegria e Milhões no Copacabana. O Cruzeiro, Rio de Janeiro, n. 23, p.123-129, 17 mar. 1962.

VELLOSO, Mônica Pimenta. As tias baianas tomam conta do pedaço: espaço e identidade cultural no Rio de Janeiro. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 3, n. 6, p. 207-228, 1990.

Downloads

Publicado

01-12-2017

Como Citar

MAZIERO, E. K. D. Mulheres e carnavais no Rio de Janeiro: as representações da imprensa entre 1950 e 1962. Antíteses, [S. l.], v. 10, n. 20, p. 1129–1152, 2017. DOI: 10.5433/1984-3356.2017v10n20p1129. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/29996. Acesso em: 25 abr. 2024.