De utopias e de topoi: espaço e poder em questão (perspectivas desde algumas experiências de lutas sociais na América Latina/Abya Yala)
DOI:
https://doi.org/10.5433/got.2024.v10.51173Palavras-chave:
utopia, espaço, lutas sociais, América LatinaResumo
A Revista Geographia Opportuno Tempore manifesta seu profundo pesar pela perda prematura do geógrafo-pensador da Geografia latino-americana e brasileira, Carlos Walter Porto-Gonçalves. Em 2017, quando fez magistral aula magna no Curso de Geografia da Universidade Estadual de Londrina, atendendo ao pedido deste editor, encaminhou o belíssimo e profundo artigo que reapresentamos em sua homenagem nessa edição de 2024.
Como Professor da Universidade Federal Fluminense, tributou para formação acadêmica de numerosas gerações de geógrafas e geógrafos brasileiros e estrangeiros. Porto-Gonçalves edificou uma extensa e dadivosa atividade intelectiva defendente aos duelos de direitos dos movimentos sociais, sendo uma referência aplaudidíssima pelas plateias que tiveram a oportunidade de ouvi-lo por todos os cantos do mundo por onde passou. Deixou, para todas as pessoas que tiveram e terão acesso a sua vastíssima obra, uma referência para pensar as geografias das sociedades a partir de profunda lucidez e crítica, presenteando-nos com um legado-pensador da esperança e das utopias possíveis para um mundo de felicidade.
Nesse artigo buscamos explicitar o silêncio acerca da relação espaço-poder que se dá tradicionalmente na tradição do pensamento ocidental, inclusive no campo do pensamento crítico. Mais do que falar de utopias queremos trazer ao debate a relação espaço-poder e não de modo abstrato, mas inspirando-nos em algumas experiências em curso de movimentos sociais na América Latina e, por isso, é da relação utopia-topoi que nos ocupamos. Procuramos colocar em diálogo o léxico téorico-político que emana dessas experiências latinoamericana com a tradição do pensamento/ação crítico europeu, sobretudo com o Marx tardio.
Downloads
Referências
AMIN, Samir 2003 – O Capitalismo e a Nova Questão Agrária. Fórum do Terceiro Mundo – Senegal. Consultado em 03/11/2003 http://resistir.info/samir/pobreza_mundial.html.
ANDERSON, Pierre, 1977 Linhagens do Estado Absolutista. Ed. Afrontamento, Porto, Portugal
ALBÓ, Xavier. Movimientos y poder indígena en Bolivia, Ecuador y Peru. La Paz¸ 2008.
ALIMONDA, H. Buscando una herencia en Comala (Apuntes sobre Ecología Política latinoamericana y la tradición marxista). Mimeo.
BORÓN, A. Marxismo Hoy, Buenos Aires, Clacso 2006.
BARTRA, Armando 2008 El Hombre de Hierro. Los límites sociales y naturales del capital. UACM.
CASANOVA, P. G. Colonialismo Interno (Una redefinicion). In BORÓN, A. Marxismo Hoy, Buenos Aires, Clacso 2006.
CLASTRES, Pierre, 1982 Arqueologia da Violência – Ensaio de Antropologia Política. Ed. Brasiliense, São Paulo. CLASTRES, Pierre, 1978 - A Sociedade contra o Estado. Ed. Francisco Alves, Rio de Janeiro.
DÍAZ-POLANCO, Hector. El Canon Snorry. UACM, Ciudad de México, 2004. ENGELS, Frederick, 1977. Anti-Dhüring, Ed. Sociales, Paris, 1977.
CECEÑA, A. E. y SADER, E. (Coords.) La Guerra Infinita: hegemonía y terror mundial. Buenos Aires, Clacso, 2001.
ESCOBAR, Arturo. La invención del Tercer Mundo: construcción y desconstrucción del desarrollo. Barcelona: Grupo Editorial Norma, 1996.
ESTEVA, Gustavo. Desenvolvimento. En: Sachs, W. Dicionário do Desenvolvimento: Guia para o Conhecimento como Poder. Petrópolis, Vozes, 2000.
HARVEY, D. A Condição Pos-Moderna. Ed. Loyola, São Paulo, 1989.
LAFONT, R. La Revolucion Regionalista. Barcelona, Ariel, 1971.
LANDER, E. (Inédito) Los límites del planeta y la crisis civilizatoria Ambitos y sujetos de las resistencias, Buenos Aires, GTHE-Clacso 2009.
LARREA, A. Mª. (Inédito) La Disputa De Sentidos Por El Buen Vivir Como Proceso Contrahegemónico, Buenos Aires, GTHE-Clacso 2009.
LEFF, Enrique. Racionalidade ambiental: a reapropriação social da natureza. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 2006.
LINERA, A. G. Democracia Liberal X Democracia comunitária. Revista Pulso, La Paz, 2003.
MARX, Karl - s/d. A Ideologia Alemã, vol. 1. Editorial Presença/Portugal e Livraria Martins Fontes/Brasil.
MATTICK, Paul, 1977. Integração capitalista e ruptura operária. Edições Apartado, Porto, Portugal.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter 2001. Da Geografia às geo-grafias: um mundo em busca de novas territorialidades. En: CECEÑA, A. E. y SADER, E. (Coords.) La Guerra Infinita: hegemonía y terror mundial. Buenos Aires, Clacso, 2001.
___________________ Carlos Walter. 2001ª. Geo-grafias: movimientos sociales, nuevas territorialidades e sustentabilidad. México, Siglo XXI, 2001a.
___________________ Carlos Walter, 2007. Uma Outra Verdade Inconveniente – a nova geografia política da energia numa perspectiva subalterna. Consultar http://www.pronaf.gov.br/dater/arquivos/0730618884.doc).
___________________ Carlos Walter. 2009. Abya Yala, o des-cobrimento da América. En: http://otrosbicentenarios.blogspot.com/2009/01/abya-yala-o-descobrimento-da-americacw.html.
___________________ Carlos Walter. La Globalizacion de la Naturaleza e la Naturaliza de la Globalización, CIDECI-Universidad de la Tierra, San Cristobal de las Casas, Chiapas, México.
QUIJANO, A. 2000 Colonialidad del Poder y Clasificacion Social. In Journal of World-systems research, vi, 2, summer/fall 2000: 342-386.
RAFFESTIN, Claude, 1982 – Por Uma Geografia do Poder. Ed. Ática, São Paulo. RODRIGUES, A. J. Urbanismo e Revolução. Ed. Afrontamento, Porto, Portugal, 1977. SACHS, Wolfgang. Dicionário do Desenvolvimento: Guia para o Conhecimento como Poder. Petrópolis, Vozes, 2000.
SAYER, D. e CORRIGAN, P. El Último Marx: continuidad, contradicción y aprendizaje. In SHANIN, T. Marx Tardio y la Vía Russa: Marx e la periferia del capitalismo. Edciones CIDECI, San Cristobal de las Casas, 2012
SANTOS, Milton 2008 Por uma outra globalização. E. Record, Rio de Janeiro. SHANIN, T. Marx Tardio y la Vía Russa: Marx e la periferia del capitalismo. Ediciones CIDECI, San Cristobal de las Casas, 2012
TAPIA, Luis (Inédito) El triple descentramiento, Buenos Aires, GTHE-Clacso 2009. WALLERSTEIN, Imanuel, 2008. História e dilemas de los movimentos anti-sistémico. UACM, México.
VAINER, C. Lugar, Região, Nação, Mundo: Explorações históricas do debate acerca das escalas da ação política. In Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais V. 8, Nº. 2 /Novembo, 2 0 0 6.
ZIBECHI, Raúl, 2007. Dispersar el poder: los movimientos sociales como poderes antiestatales. Editorial Tinta Limón, Buenos Aires.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Matheus Oliveira Martins da Silva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
1. Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre)
- Os autores cedem à Geographia Opprrtuno Tempore, direitos exclusivos de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Atribuição-NãoComercial-
CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Esta licença permite que terceiros façam download e compartilhem os trabalhos em qualquer meio ou formato, desde que atribuam o devido crédito de autoria, mas sem que possam alterá-los de nenhuma forma ou utilizá-los para fins comerciais. Se você remixar, transformar ou desenvolver o material, não poderá distribuir o material modificado