A ROÇA E O TRABALHO COLETIVO NA PRODUÇÃO DA FARINHA DE MANDIOCA NAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS MATÁ E SILÊNCIO EM ÓBIDOS, PARÁ, BRASIL

Autores

  • Leide Joice Pontes Portela Universidade Federal de Rondônia
  • Priscila Ribeiro dos Santos Universidade Federal de Rondônia
  • Josué da Costa Silva Universidade Federal de Rondônia

DOI:

https://doi.org/10.5433/got.2021.v7.44837

Palavras-chave:

Quilombos, roça, farinha, território, mandioca, puxirum

Resumo

Os quilombos Matá e Silêncio, localizados no município de Óbidos, Pará, partilham de uma economia de subsistência baseada no roçado e na produção da farinha de mandioca, tornando os dois quilombos semelhantes e próximos. Sendo a farinha de mandioca o pilar de sustentação do quilombo Matá e Silêncio, a mandioca permeia a sobrevivência, a sociabilidade, fortifica os laços afetivos dentro e fora dos núcleos familiares, restabelece as identidades e o sentimento de pertença tanto em relação ao território quilombola, quanto as práticas de trabalho coletivo. A partir das entrevistas fincadas na história oral realizadas nos dois quilombos, este artigo objetiva na compreensão do sentimento de pertença com a roça e com processo de produção da farinha de mandioca a partir do trabalho coletivo chamado de ‘puxirum’ nas referidas comunidades quilombolas.

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Biografia do Autor

Leide Joice Pontes Portela, Universidade Federal de Rondônia

Mestranda no Programa de Pós-graduação em Geografia pela Universidade Federal de Rondônia.

Priscila Ribeiro dos Santos, Universidade Federal de Rondônia

Mestranda no Programa de Pós-graduação em Geografia pela Universidade Federal de Rondônia.

Josué da Costa Silva, Universidade Federal de Rondônia

Professor Dr. º titular no Departamento de Geografia na Universidade Federal de Rondônia.

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Publicado

27-12-2021

Como Citar

Pontes Portela, L. J., Ribeiro dos Santos, P., & da Costa Silva, J. (2021). A ROÇA E O TRABALHO COLETIVO NA PRODUÇÃO DA FARINHA DE MANDIOCA NAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS MATÁ E SILÊNCIO EM ÓBIDOS, PARÁ, BRASIL. Geographia Opportuno Tempore, 7(1), 72–84. https://doi.org/10.5433/got.2021.v7.44837

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