Rastreamento da síndrome metabólica em participantes do programa Universidade Aberta da Terceira Idade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0367.2024v45n1p101

Palavras-chave:

Triagem, Antropometria, Doenças Cardiovasculares, Envelhecimento, Epidemiologia

Resumo

Hábitos alimentares inadequados, sedentarismo e a maior expectativa de vida da população contribuem significativamente para a prevalência da síndrome metabólica. Essa doença predispõe uma pessoa a desenvolver diabetes mellitus tipo 2 e doenças cardiovasculares, as quais têm um amplo impacto na saúde pública, induzindo sobrecarga no sistema de saúde e reduzindo a qualidade de vida dos indivíduos afetados. A síndrome metabólica é uma doença multifatorial e está relacionada ao processo de envelhecimento, contudo, ainda há uma lacuna significativa, em termos de estudos, sobre a prevalência da condição em populações idosas. Nesse contexto, o presente estudo objetivou rastrear a prevalência da síndrome metabólica em participantes da Universidade Aberta da Terceira Idade (UNATI), localizada em Francisco Beltrão, Paraná. Os critérios diagnósticos de síndrome metabólica abordados nesta pesquisa incluem: circunferência abdominal ≥ 90 cm para homens e ≥ 80 cm para mulheres, triglicerídeos ≥ 150 mg/dL, HDL ≤ 40 mg/dL para homens e ≤ 50 mg/dL para mulheres, pressão arterial sistólica ≥ 130 mmHg e/ou pressão arterial diastólica ≥ 85 mmHg ou estar em farmacoterapia para hipertensão, além de glicemia de jejum ≥ 100 mg/dL ou estar em tratamento farmacológico para diabetes. Um total de 44 idosos foram avaliados, apresentando uma média de idade de 66,9 ± 7,1 anos, com uma predominância de mulheres (88%). Os resultados revelaram uma prevalência alarmante de síndrome metabólica, atingindo 36,4% da amostra estudada. Além disso, observou-se uma alta prevalência de condições associadas, como hipertensão arterial (67,2%), sobrepeso (58,6%) e obesidade visceral (31%). Esses achados ressaltam a importância da implementação de medidas preventivas direcionadas à promoção da qualidade de vida saudável e ao controle dos fatores de risco metabólicos.

Biografia do Autor

João Victor Alves Toledo, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste

Graduando(a) em Medicina na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Francisco Beltrão, Paraná.

Nerlan Massami Takeda, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste

Graduando(a) em Medicina na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Francisco Beltrão, Paraná.

Guilherme Alfonso Vieira Adami, Universidade de São Paulo - HCFMUSP

Graduação em Medicina pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Francisco Beltrão, Paraná, Brasil. Residente em Medicina do Esporte e Exercício pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, São Paulo

Nicole Schneider, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste

Graduando(a) em Medicina na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Francisco Beltrão, Paraná.

Fernando Henrique Pavão, Universidade Paranaense - Unipar

Mestrado pelo Programa de Pós-graduação Associado em Educação Física da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina e da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Professor da Universidade Paranaense (Unipar), Francisco Beltrão, Paraná

Aline Graciele Henriques Campos, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste

Graduando(a) em Medicina na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Francisco Beltrão, Paraná.

Lirane Elize Defante Ferreto, niversidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste

Doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, São Paulo, Brasil. Professora Associada da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Francisco Beltrão, Paraná

Geraldo Emílio Vicentini, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste

Doutorado em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, Paraná, Brasil. Professor Adjunto na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Francisco Beltrão, Paraná.

Referências

Alexander CM, Landsman PB, Teutsch SM, Haffner SM; Third National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES III); National Cholesterol Education Program (NCEP). NCEP-defined metabolic syndrome, diabetes, and prevalence of coronary heart disease among NHANES III participants age 50 years and older. Diabetes. 2003;52(5):1210-4. doi: 10.2337/diabetes.52.5.1210. DOI: https://doi.org/10.2337/diabetes.52.5.1210

Barroso WKS, Rodrigues CIS, Bortolotto LA, Mota-Gomes MA, Brandão AA, Feitosa ADM, et al. Brazilian Guidelines of Hypertension - 2020. Arq Bras Cardiol. 2021;116(3):516-658. doi: 10.36660/abc.20201238. DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20201238

Bhat RC, Santhosh T, Sudha KM.Metabolic syndrome: a comprehensivereview. Int J Basic Clin Pharmacol. 2024;13:181-3. doi: 10.18203/2319-2003.ijbcp20233913. DOI: https://doi.org/10.18203/2319-2003.ijbcp20233913

Calixto SCS, Vinagre RMFD, Rocha GF, França TG. Prevalência da síndrome metabólica em idosos: prevalence of metabolic syndrome in the elderly. Rev Saúde em Foco. 2016;3(2):119-35. doi: 10.12819/rsf.2016.3.2.9. DOI: https://doi.org/10.12819/rsf.2016.3.2.9

de Carvalho Vidigal F, Bressan J, Babio N, Salas-Salvadó J. Prevalence of metabolic syndrome in Brazilian dults: a systematic review. BMC Public Health. 2013;13:1198. doi: 10.1186/1471-2458-13-1198. DOI: https://doi.org/10.1186/1471-2458-13-1198

Huh JH, Kang DR, Kim JY, Koh KK. Metabolic syndrome fact sheet 2021: executive report. Cardiometab Syndr J. 2021;1(2):125-34. doi: 10.51789/cmsj.2021.1.e15. DOI: https://doi.org/10.51789/cmsj.2021.1.e15

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População cresce, mas número de pessoas com menos de 30 anos cai 5,4% de 2012 a 2021 [Internet]. 2022 jul 22 [citado 2022 dez 12]. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/34438-populacao-cresce-mas-numero-de-pessoas-com-menos-de-30-anos-cai-5-4-de-2012-a-2021

Kaur J. A comprehensive review on metabolic syndrome. Cardiol Res Pract. 2014;2014:943162. doi: 10.1155/2014/943162. Epub 2014 Mar 11. Retraction in: Cardiol Res Pract. 2019;2019:4301528. doi: 10.1155/2019/4301528. DOI: https://doi.org/10.1155/2019/4301528

López-Jaramillo P, Sánchez RA, Diaz M, Cobos L, Bryce A, Parra Carrillo JZ, et al. Latin American consensus on hypertension in patients with diabetes type 2 and metabolic syndrome. J Hypertens. 2013;31(2):223-38. doi: 10.1097/HJH.0b013e32835c5444. DOI: https://doi.org/10.1097/HJH.0b013e32835c5444

Loureiro NSL, Amaral TLM, Amaral CA, Monteiro GTR, Vasconcellos MTL, Bortolini MJS. Relação de indicadores antropométricos com fatores de risco para doença cardiovascular em adultos e idosos de Rio Branco, Acre. Rev Saúde Pública. 2020;54:24. doi: 10.11606/s1518-8787.2020054001088. DOI: https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054001088

Márquez-Sandoval F, Macedo-Ojeda G, Viramontes-Hörner D, Fernández Ballart JD, Salas Salvadó J, Vizmanos B. The prevalence of metabolic syndrome in Latin America: a systematic review. Public Health Nutr. 2011;14(10):1702-13. doi: 10.1017/S1368980010003320. DOI: https://doi.org/10.1017/S1368980010003320

Malachias MVB, Barbosa ECD, Martim JF, Rosito GBA, Toledo JY, Passarelli O Júnior. 7th Brazilian Guideline of Arterial Hypertension: Chapter 14 - Hypertensive Crisis. Arq Bras Cardiol. 2016;107(3 Suppl 3):79-83. doi: 10.5935/abc.20160164. DOI: https://doi.org/10.5935/abc.20160164

Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO consultation. World Health Organ Tech Rep Ser. 2000;894:i-xii,1-253.

Oliveira LVA, Santos BNSD, Machado ÍE, Malta DC, Velasquez-Melendez G, Felisbino-Mendes MS. Prevalence of the metabolic syndrome and its components in the Brazilian adult population. Cien Saude Colet. 2020;25(11):4269-80. doi: 10.1590/1413-812320202511.31202020. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-812320202511.31202020

Paula TP, Viana LV, Neto AT, Leitão CB, Gross JL, Azevedo MJ. Effects of the DASH Diet and Walking on Blood Pressure in Patients With Type 2 Diabetes and Uncontrolled Hypertension: a randomized controlled trial. J Clin Hypertens (Greenwich). 2015;17(11):895-901. doi: 10.1111/jch.12597. DOI: https://doi.org/10.1111/jch.12597

Pereira IF, Spyrides MH, Andrade LM. Estado nutricional de idosos no Brasil: uma abordagem multinível [Nutritional status of elderly Brazilians: a multilevel approach]. Cad Saude Publica. 2016;32(5):S0102-311X2016000500709. doi: 10.1590/0102-311X00178814. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311X00178814

Pucci G, Alcidi R, Tap L, Battista F, Mattace-Raso F, Schillaci G. Sex- and gender-related prevalence, cardiovascular risk and therapeutic approach in metabolic syndrome: a review of the literature. Pharmacol Res. 2017;120:34-42. doi: 10.1016/j.phrs.2017.03.008. DOI: https://doi.org/10.1016/j.phrs.2017.03.008

Ramires EKNM, Menezes RCE, Longo-Silva G, Santos TG, Marinho PM, Silveira JAC. Prevalência e fatores associados com a síndrome metabólica na população adulta brasileira: Pesquisa Nacional de Saúde - 2013. Arq Bras Cardiol. 2018;110:455-66. doi: 10.5935/abc.20180072. DOI: https://doi.org/10.5935/abc.20180072

Rosa EC, Zanella MT, Ribeiro AB, Kohlmann Junior O. Obesidade visceral, hipertensão arterial e risco cárdio-renal: uma revisão [Visceral obesity, hypertension and cardio-renal risk: a review]. Arq Bras Endocrinol Metabol. 2005;49(2):196-204. doi: 10.1590/s0004-27302005000200005. DOI: https://doi.org/10.1590/S0004-27302005000200005

Saad MAN, Cardoso GP, Martins WA, Velarde LGC, Cruz Filho RA. Prevalência de síndrome metabólica em idosos e concordância entre quatro critérios diagnósticos. Arq Bras Cardiol. 2014;102:263-9. doi: 10.5935/abc.20140013. DOI: https://doi.org/10.5935/abc.20140013

Schiavo M, Lunardelli A, Oliveira JR. Influência da dieta na concentração sérica de triglicerídeos. J Bras Patol E Med Lab. 2003;39:283-8. doi: 10.1590/S1676-24442003000400004. DOI: https://doi.org/10.1590/S1676-24442003000400004

Souza TS, Carneiro JAO, Costa SM, Oliveira YNS, Santos DB, Casotti CA. Fatores associados à síndrome metabólica em idosos residentes em comunidade. Res Soc Dev. 2021;10(13):e189101319190-e189101319190. doi: 10.33448/rsd-v10i13.19190. DOI: https://doi.org/10.33448/rsd-v10i13.19190

Viana MV, Moraes RB, Fabbrin AR, Santos MF, Gerchman F. Avaliação e tratamento da hiperglicemia em pacientes graves [Assessment and treatment of hyperglycemia in critically ill patients]. Rev Bras Ter Intensiva. 2014;26(1):71-6. doi: 10.5935/0103-507x.20140011. DOI: https://doi.org/10.5935/0103-507X.20140011

Vieira EC, Peixoto Mdo R, Silveira EA. Prevalence and factors associated with metabolic syndrome in elderly users of the Unified Health System. Rev Bras Epidemiol. 2014;17(4):805-17. doi: 10.1590/1809-4503201400040001. DOI: https://doi.org/10.1590/1809-4503201400040001

Vicentini GE, Campos AGH, Tonetti LC, Calixto MRP. Prevalência de escore de risco para hipotireoidismo clássico em acadêmicos da Universidade da Terceira Idade. Rev Faz Ciênc. 2023;25(42). doi: 10.48075/rfc.v25i42.30939. DOI: https://doi.org/10.48075/rfc.v25i42.30939

Downloads

Publicado

2024-07-22

Como Citar

1.
Toledo JVA, Takeda NM, Adami GAV, Schneider N, Pavão FH, Campos AGH, et al. Rastreamento da síndrome metabólica em participantes do programa Universidade Aberta da Terceira Idade. Semin. Cienc. Biol. Saude [Internet]. 22º de julho de 2024 [citado 27º de julho de 2024];45(1):101-10. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/50122

Edição

Seção

Artigos