Tempo e modo da evolução do cariótipo e tamanho do genoma em orquídeas

Autores

  • Ana Paula Moraes UNESP (Botucatu)

Palavras-chave:

Evolução caritípica, Rearranjos cromossômicos, Diversificação de espécies

Resumo

Os rearranjos cromossômicos junto com as variações no GS constituem importantes forças na evolução genômica das plantas. Entretanto, pouco sabe-se sobre a relação de tais variações com eventos ecológicos e diversificação de espécies. Nesse sentido, espécies neotropicais da subtribo Maxillariinea (Orchidaceae) foram estudadas, com ênfase no gênero Brasiliorchis. Enquanto a variação de número cromossômico dentro da subtribo deve-se especialmente à disploidia, com poucos casos de poliploidia, o GS parece expandir em alguns casos pontuais, independente das variações cromossômicas. - apenas uma das expansões de GS deve-se à poliploidia. Desses casos, um exemplo curioso é o aumento de GS detectado em Brasiliorchis schunkeana. Todas as espécies do gênero apresentam 2n=40, com pequenos blocos heterocromáticos e 2C?3pg. Contudo, B. schunkeana, também com 2n=40, possui três pares de cromossomos com grandes blocos heterocromáticos ricos em AT e 2C=4,19pg. A espécie B. schunkeana também apresenta diferença quanto a sua distribuição geográfica - enquanto as espécies do gênero distribuem-se ao longo da Mata Atlântica, B. schunkeana é restrita a uma região de refúgio do Pleistoceno. A análise genômica mostra grande similaridade entre as sequências repetitivas de B. schunkeana e B. picta, espécie tipo do gênero. A principal diferença é a frequência em que uma sequência repetitiva rica em AT está presente em cada genoma: enquanto ela representa 2,5% do genoma de B. schunkeana, ela está timidamente presente no genoma de B. picta. Essa sequência parece estar presente também nas demais espécies do gênero e apenas tenha amplificado no genoma de B. schunkeana. A datação da filogenia da subtribo concorda com a hipótese de separação de B. schunkeana durante a época de refúgio do Pleistoceno e, possivelmente, a expansão da sequência rica em AT tenha ocorrido na mesma época - e configure uma resposta ao stress gerado pelas flutuações climáticas do Quaternário.

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Biografia do Autor

Ana Paula Moraes, UNESP (Botucatu)

Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu - SP

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Publicado

2018-02-16

Como Citar

1.
Moraes AP. Tempo e modo da evolução do cariótipo e tamanho do genoma em orquídeas. Semin. Cienc. Biol. Saude [Internet]. 16º de fevereiro de 2018 [citado 21º de novembro de 2024];38(1supl):49. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/29250