Exequibilidade da técnica V-Prechop de nucleodissecção na facoemulficação em cães com catarata. Aspectos clínicos e microscopia especular
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2020v41n6Supl2p3107Palavras-chave:
Cães, Catarata, Nucleodissecção, V-prechop, Microscopia especular.Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar a viabilidade da técnica V-Prechop de nucleodissecção na facoemulsificação em cães e os aspectos clínicos e de microscopia especular no período pós-operatório. Quarenta e três cães de diferentes raças foram utilizados, machos e fêmeas, com idade entre três a dez anos e portadores de cataratas maduras (n = 22) e imaturas (n = 21). Após a cirurgia, os pacientes foram avaliados semanalmente quanto à acuidade visual, pressão intraocular e densidade celular endotelial da córnea (por microscopia especular sem contato) e quantitativo de flare (por flarefotometria a laser), em diferentes períodos. A técnica "V-prechop" revelou dificuldades técnicas em pacientes com catarata madura. Em casos selecionados de pacientes com uma catarata imatura, a técnica pode ser empregada, pois os núcleos são menos densos, o que permitiu a confecção dos fragmentos lineares em "V". Além disso, os olhos de cães com uma catarata madura apresentaram uveíte posoperatória mais intensa, provavelmente relacionada à maior dificuldade em conduzir a confecção das fraturas em "V". Houve diminuição da densidade das células corneais endoteliais cães com catarata madura e imatura. Essa ocorrência foi mais pronunciada em pacientes com uma catarata madura, devido a maior manipulação cirúrgica intraocular e tempo cirúrgico, pois houve maior dificuldade técnica em realizar a confecção dos fragmentos em "V". De acordo com os resultados obtidos, a técnica de nucleodissecção "V-prechop" pode ser indicada em casos seleconados de cães com catarata imatura.Downloads
Referências
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