ECOINOVAÇÃO PARA AGRICULTURA FAMILIAR
UMA INVESTIGAÇÃO DA TRANSFORMAÇÃO DO LODO DE ESGOTO EM FERTILIZANTE AGRÍCOLA
DOI:
https://doi.org/10.5433/2318-9223.2022v10n1p78-98Palavras-chave:
Inovação, Ecoinovação, Lodo de Esgoto, Agricultura FamiliarResumo
Este artigo tem como objetivo compreender, a partir da abordagem da ecoinovação, os impactos da adoção de lodo de esgoto como fertilizante agrícola por produtores paranaenses. O argumento teórico que sustenta a pesquisa é que o processo de ecoinovação envolve melhorias econômicas, ambientais e sociais na empresa e para os usuários do programa, o que consequentemente, pode proporcionar melhorias para a sociedade. Foi realizada pesquisa de abordagem qualitativa e caráter descritivo, por meio da realização de um estudo de caso, no qual a coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas e análise documental. Os princípios da ecoinovação foram atendidos, considerando os impactos apresentados nas dimensões estudadas. No âmbito da ecoinovação, houve antecipação de normas e regulamentos promovida pelo programa, ou seja, o desenvolvimento de iniciativas que culminaram na formulação de instrumentos normativos específicos para regulamentação da atividade no Estado do Paraná e no país. Para os agricultores houve a constatação nos relatos de aumento de produtividade e renda entre os que usufruíram do lodo de esgoto. A ecoinovação influenciou o desenvolvimento econômico, ambiental e social da empresa, dos agricultores e da comunidade em que estão inseridos.
Downloads
Referências
Abramovay, R. (1998). Paradigmas do capitalismo agrário em questão. (2 ed.). Hucitec.
ANDA - Associação Nacional para Difusão de Adubos. Estatísticas. (2018). http://anda.org.br/estatisticas/.
Arundel, A., & Kemp, R. (2009). Measuring eco-innovation. Unu-merit working paper series, 2009-017. Netherlands: United Nations University, 2009.
Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. Edições 70.
Bettiol, W., & Camargo, A. C. (2006). A disposição de Lodo de Esgoto em Solo Agrícola. In W. Bettiol, O. A. de Camargo (Eds.). Lodo de esgoto: impactos ambientais na agricultura Embrapa Meio Ambiente, 349p.
Bittencourt, S., Aisse, M. M., & Serrat, B. M. (2017). Management of agricultural use of sewage sludge: case study of Paraná state, Brazil. Eng. Sanit. Ambient. 22(6), 1129-1139. DOI: https://doi.org/10.1590/s1413-41522017156260
Bleischwitz, R. et al. (2009). Eco-innovation - putting the EU on the path to a resource and energy efficient economy. Wuppertal spezial, 38.
Bossle, M. B. et al. (2016). The drivers for adoption of eco-innovation. Journal of Cleaner Production, 113, 861-872. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2015.11.033
Carrillo-Hermosilla, J.; Gonzalez, P. D. R.; Konnola, T. (2009) Eco-innovation: when sustainability and competitiveness shake hands. New York: Palgrave Macmillan.
Comissão Europeia. (2018). Ecoinovação: o segredo da competitividade futura da Europa. http://ec.europa.eu/environment/pubs/pdf/factsheets/ecoinnovation/pt.pdf
CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada.(2018). Nota técnica sobre os ajustes metodológicos do PIB do Agronegócio do Brasil. https://www.cepea.esalq.usp.br/br/pib-do-agronegocio-brasileiro.aspx
CONAMA. (2006). Resolução nº 375, de 29 de agosto de 2006. Critérios e procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados. Brasília, DF.
Costa, A. B. (2016). Teoria Econômica e Política de Inovação. Revista de Economia Contemporânea, 20(2), 281-307. DOI: https://doi.org/10.1590/198055272024
Daroit, D., & Nascimento, L. F. (2000). A busca da qualidade ambiental como incentivo à produção de inovações. In Encontro Anual da ANPAD, 24., Anais. Florianópolis: ANPAD.
Del Duca, L. J. (2016). Geneticista Iwar Beckman. http://www.cnpt.embrapa.br/pesquisa/agromet/pdf/Iwar%20Beckman.pdf
Dosi, G. (2006). Technological paradigms and technological trajectories. Revista Brasileira de Inovação, 5(1). DOI: https://doi.org/10.1057/978-1-349-94848-2_733-1
Elkington, J. (2012). Sustentabilidade, canibais com garfo e faca. M. Books.
Ferreira, A. C., &Andreoli, C. V. (1999). Produção e características dos biossólidos. In A. I. de Lara, A. C. Ferreira, C. V.,Andreoli, E. S. Pegorini, & R. G. K. Ihlenfeld. (Orgs.). Uso e manejo do lodo de esgoto na agricultura. 98p.
Fussler, C.; James, P. (1996) Driving eco innovation: a breakthrough discipline for innovation and sustainability. London: Pitman Publishing.
Hall, J., & Vredenburg, H. (2003). The challenges of innovating for sustainable development. MIT Sloan management review, 45(1), 61-68.
Hirata, D. et al. (2015). O uso de informações patentárias para a valorização de resíduos industriais: O caso do lodo de tratamento de esgoto doméstico. Ciências da Administração, 17(43), 55-71. DOI: https://doi.org/10.5007/2175-8077.2015v17n43p55
Horbach, J., Rammer C., & Rennings, K. (2012). Determinantes de eco-inovações por tipo de impacto ambiental. O papel do push / pull regulatório, push da tecnologia e pull do mercado. Economia Ecológica, 78, 112-122. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ecolecon.2012.04.005
IBGE. (2006). Censo Agropecuário https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/agropecuaria/censoagro/default. shtm
Ilhenfeld, R. G. K., Pegorini, E. S., & Andreoli, C. V. (1999). Fatores limitantes. In A. I. de Lara, A. C. Ferreira, C. V.,Andreoli, E. S. Pegorini, & R. G. K. Ihlenfeld. (Orgs.). Uso e manejo do lodo de esgoto na agricultura. 98 p.
IPNI - International Plant Nutrition Institute. (2018). Fertilizantes. //brasil.ipni.net/article/BRS-3132
Johnson, B, Edquist; C., & Lundvall, B. A. (2003). Economic development and the national system of innovation approach. First Globelics Conference, Rio de Janeiro.
Kageyama, A. et al. (1997). O novo padrão agrícola brasileiro: do complexo rural aos complexos agroindustriais. In G. C. Delgado. Agricultura e políticas públicas. IPEA.
Kelm, T. A. (2014). Avaliação do uso do lodo de estação de tratamento de esgoto na estabilização de materiais para pavimentação. [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro]. Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Kemp, R., & Foxon, T. (2007). Typology of eco-innovation. Final report MEI project about measuring ecoinnovation. https://www1.oecd.org/greengrowth/consumptioninnovationandtheenvironment/439 60830.pdf
Klanovicz, J., & Mores, L. (2017). Soyzation process of modern agriculture in the state of Parana, Brazil: A matter of environmental history. A sojização da agricultura moderna no Paraná, Brasil: Uma questão de história ambiental. Fronteiras, 6(2240-263. DOI: https://doi.org/10.21664/2238-8869.2017v6i2.p240-263
Koeller, P.; Miranda, P. (2018) Ecoinovação. IPEA. http://ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/radar/180827_radar_57_cap01.pdf .
Levidow, L. et al. (2016). Process eco-innovation: assessing meso-level eco-efficiency in industrial water-service systems. Journal of Cleaner Production, 110, 54-65. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2014.12.086
Lundvall, B. (1992). National Systems of Innovation. Pinter Publishers.
Maçaneiro, M. B. (2012). Fatores contextuais e a adoção de estratégias de ecoinovação em empresas industriais brasileiras do setor de celulose, papel e produtos de papel. Tese de doutorado] Universidade Federal do Paraná.
Maçaneiro, M. B., & Cunha, S. K. (2014). Modelo Teórico de Análise da Adoção de Estratégias de Ecoinovação Reativas e Proativas: a influência de fatores contextuais internos e externos às organizações. Brazilian Business Review, 11(5), 1-24. DOI: https://doi.org/10.15728/bbr.2014.11.5.1
MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (2019). Preços Mínimos. www.agricultura.gov.br/assuntos/politica...e.../PreosMnimos_todosprodutos.xlsm.
Medeiros, L. S. (1989). História dos movimentos sociais no campo. Rio de Janeiro: FASE.
Melo, W. J., & Marques, M. O. (2000). Potencial do lodo de esgoto como fonte de nutrientes para as plantas. In W. Bettiol, & O. A. Camargo. Impacto ambiental do uso agrícola do lodo de esgoto. Jaguariúna: EMBRAPA.
Nelson, R. R., & Winter, S. G. (2005). Uma Teoria Evolucionária da Mudança Econômica. Campinas: Editora da Unicamp.
OECD. (2009). Sustainable Manufacturing and Eco-innovation. OECD, Paris.
Pereira, A., & Vence, X. (2012). Key factors for eco-innovation: an overview of recente firm- level empirical studies. Cuadernos de Gestión, 12, 73-103. DOI: https://doi.org/10.5295/cdg.110308ap
PNUMA. (2016). Sanitation, Wastewater Management and Sustainability: From Waste Disposal to Resource Recovery. UNEP. http://apps.unep.org/publications/index.php?option=com_pub&task=download&file= 012239_en.
Portal Tratamento de Água. (2018). Destinação Final de Lodos de ETAs e ETEs. https://www.tratamentodeagua.com.br/artigo/destinacao-final-de-lodos-de-etas-e-etes/.
Reid, A., & Miedzinski, M. (2008). Eco-innovation: final report for sectoral innovation watch. Brighton: Technopolis Grou.
Reifschneider, F. J. B. et al. (2010). Novos ângulos da história da agricultura no Brasil. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica.
Rennings, K. (1998) Towards a theory and policy of eco-innovation: neoclassical and (co-) evolutionary perspectives. Discussion Paper, 98-24. Mannheim: Centre for European Economic Research.
Rezende, S. C. (2011). Investimentos em saneamento básico: análise histórica e estimativa de necessidades. Brasília: Ministério das Cidades/Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, 277 p.
Rocha, L. A.; Khan, A. S.; Lima, P. V. P. S. (2015). Construindo competências tecnológicas na agricultura brasileira: articulando a Política Nacional de Inovação com os investimentos em infraestrutura. Nova Economia, 3, 621-646. DOI: https://doi.org/10.1590/0103-6351/2462
Rossmann, M. et al. (2014). Redução da Viabilidade de Ovos de Helmintos em Lodo de Esgoto Doméstico Caleado. Revista Engenharia na Agricultura, 22(1), 43-49. DOI: https://doi.org/10.13083/1414-3984.v22n01a05
Schumpeter, J. A. (1985). A teoria do desenvolvimento econômico. São Paulo: Ed. Nova Cultural.
Segarra-Onã, M., Peiró-Signes, A., & Martínez, A. P. (2014). Factors Influencing Automobile Firms’ Eco-Innovation Orientation. Engineering Management Journal, 26(1). DOI: https://doi.org/10.1080/10429247.2014.11432002
SEMA - Secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Resolução Nº 021/09 – SEMA. (2009). http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/Legislacao_ambiental/Legislacao_estadual/RESOLUCOES/RESOLUCAO_SEMA_21_2009_LICENCIAMENTO_PADROES_AMBIENTAIS_SANEAMENTO.pdf.
Sepulcri, O., & Paula, N. de. (2006). A evolução da agricultura e seus reflexos na EMATER. 2006. http://www.emater.pr.gov.br/arquivos/File/Biblioteca_Virtual/Premio_Extensao_Rura l/2_Premio_ER/03_Evol_Agri_refl_Emater.pdf>.
Souza-Pinto, H. de et al. (2015). O grau de inovação em diferentes setores da economia: uma abordagem a partir do Grau de Inovação Setorial (GIS). Exacta, 13(2),.155-166. DOI: https://doi.org/10.5585/exactaep.v13n2.5273
Tavares Dos Santos, J. V. (1993). Matuchos: exclusão e luta. Petrópolis: Vozes.
Tamayo-Orbegozo, U., Vicente-Molina, M. A., & Villarreal-Larrinaga, O. (2017). Eco-innovation strategic model. A multiple-case study from a highly eco-innovative European region. Journal of Cleaner Production, 142, 1347-1367. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2016.11.174
Tidd, J., Bessant, J., & Pavitt, K. (2008). Gestão da inovação. Porto Alegre: Bookman.
Tidd, J., & Bessant, J. (2015). Inovação e empreendedorismo. 5. Ed. Porto alegre: Bookman. 512 p.
Tseng, M. L. et al. (2013). Improving performance of green innovation practices under uncertainty. Journal of Cleaner Production, 40, 71–82. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2011.10.009
UNEP. (2016). Eco-innovation Manual. http://unep.ecoinnovation.org/.
UNEP. (2014). The Business Case for Eco-innovation. Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. http://wedocs.unep.org/bitstream/handle/20.500.11822/10613/BCForEI_PR.pdf?seq uence=9&isAllowed=y.
Valderrama, M. et al. (2009). Fontes e doses de nitrogênio e fósforo em feijoeiro no sistema plantio direto. Pesquisa Agropecuária Tropical, 39(3), 191- 196.
Xavier, A. F., Naveiro, R. M., Aoussat, A., & Reyes, T. (2017). Systematic literature review of eco-innovation models: Opportunities and recommendations for future research. Journal of Cleaner Production, 149, 1278-1302. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2017.02.145
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Organizações e Sustentabilidade
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
O(s)/a(s) autor(es)/autora(s) transfere(m) todos os direitos autorais do artigo para a revista Organizações e Sustentabilidade, sendo vedada qualquer reprodução, total ou parcial, em qualquer meio de divulgação, impresso ou eletrônico, sem que a prévia e necessária autorização seja solicitada e, se obtida, fará constar o competente registro e agradecimento à revista.