Uma investigação teórica sobre relações semânticas partitivas e sua aplicação em sistemas de organização do conhecimento
DOI:
https://doi.org/10.5433/1981-8920.2019v24n2p31Palavras-chave:
Ontologias, Relações Semânticas, Relações Parte-todoResumo
Introdução: Relações semânticas são essenciais para a Representação do Conhecimento, um campo de pesquisa que ganha cada vez mais relevância, principalmente a partir do advento da Web Semântica. A Ciência da Informação tem um longo histórico de estudo e uso de relações semânticas nos diversos contextos em que Sistemas de Organização do Conhecimento (SOCs) são concebidos e construídos. Entretanto, são poucos os estudos pormenorizados sobre a relação semântica parte-todo, também conhecida como relação partitiva. Objetivo: o presente artigo objetiva uma descrição fundamentada da relação partitiva, a partir de abordagem interdisciplinar que envolve suas origens linguísticas e filosóficas. Metodologia: para atingir o objetivo proposto, descrevem-se e caracterizam-se as duas principais formas pelas quais as relações partitivas se manifestam – a meronímia, não formal e linguística; e a mereologia, formal e lógica – distinguindo-as pela propriedade da transitividade. Resultados: a partir da distinção mencionada, sugere-se critério pragmático ao decidir qual abordagem de relação partitiva é adequada quando se constroem ontologias e tesauros. Conclusões: conclui-se, que as relações formais são, de fato, mais restritas, e pode-se mesmo afirmar que estão incluídas nas relações não-formais, mas que o uso das relações formais em ontologias requer cuidados muitas vezes negligenciadas pelos cientistas da informação.
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