Bioconstrução como Alternativa Sustentável para a Ocupação do Espaço Urbano
DOI:
https://doi.org/10.5433/2447-1747.2025v34n1p189%20Palavras-chave:
bioconstrução; espaço urbano; sustentabilidade; moradia; conhecimento popularResumo
A partir de breves comentários sobre o déficit habitacional brasileiro, o grande passivo envolvendo resíduos de construção civil nas cidades, as políticas públicas de habitação ainda ineficientes, bem como a característica ainda despreocupada da arquitetura atual com a sustentabilidade, este artigo propõe pensar a bioconstrução como novo modelo de construção, baseado na utilização de materiais mais econômicos e sustentáveis, ao mesmo tempo em que resgata o saber fazer dos sujeitos (mutirão e autoconstrução) como alternativa para o acesso a moradia. Por meio da apresentação de um dos princípios da permacultura, da necessidade de adequação da ocupação humana no lugar e da insuficiente existência de normas técnicas brasileiras (NBR´s) que envolvam novos formatos de construção civil, percebe-se que a existência de construções não convencionais e/ou sustentáveis ainda é insuficiente já que demanda apoio governamental, carência possivelmente justificada pela falta de profissionais técnicos com aptidão para tal modalidade de construção. Por essas razões a ocupação dos cidadãos no espaço urbano deve ser pensada a partir da preocupação social e ambiental, bem como da viabilidade econômica, objetivos esses potencialmente alcançáveis por meio da bioconstrução, que se mostra como uma alternativa viável e sustentável para ocupação de espaços urbanos.
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