Vulnerabilidade Urbana: um resgate da visão transescalar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2447-1747.2021v30n2p9

Palavras-chave:

Vulnerabilidade urbana, Planejamento urbano, Epistemologias do sul.

Resumo

Este início do século XXI já traz diversos exemplos de desastres ocorridos em virtude da atual relação do homem com o meio ambiente. E, em conjunto aos estudos dos perigos e risco, necessários para enfrentamento de tais desastres, cresce a conceituação de vulnerabilidade como fragilidade neste contexto; contudo nas áreas das ciências sociais a vulnerabilidade é entendida em conjunto com as desigualdades sociais estruturadas historicamente. Assim, este artigo busca levar luz à relevância e abrangência do conceito de vulnerabilidade e valorizar o debate já realizado sobre essa temática por autores do Sul. Analisando por meio de revisão bibliográfica, apresenta-se uma proposta de matriz do pensamento da vulnerabilidade urbana, entendida como a expressão máxima do ônus do processo de urbanização, como um resgate a visão transescalar da vulnerabilidade urbana, demonstrando que se faz necessário mais trabalhos sobre essa temática, tal como o aprofundando de estudos já existentes e abordando o conceito de vulnerabilidade urbana, compreendendo e contemplando o processo histórico na análise; entendendo que as mazelas sociais não possuem apenas o olhar de causa e efeito, mas sim de sobreposição dos processos dados num determinado espaço e tempo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Priscila Maria de Freitas, Universidade do Vale do Paraíba

Doutoranda em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade do Vale do Paraíba. Arquiteta e urbanista da Prefeitura Municipal de Jacareí.

Mário Valério Filho, Universidade do Vale do Paraíba

Doutor em Agronomia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz-USP. Professor da Universidade do Vale do Paraíba.

Rodolfo Moreda Mendes, Universidade do Vale do Paraíba

Doutor em Engenharia Geotécnica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Professor da Universidade do Vale do Paraíba.

Referências

ALMEIDA, Lutiane Queiroz. Por uma ciência dos riscos e vulnerabilidades na Geografia. Mercator, Fortaleza, v. 10, n. 23, p. 83-99, 2011.

CEMADEN – Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais. Disponível em: http://www.cemaden.gov.br/. Acesso em: 20 fev. 2021.

CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Consulta parametrizada. Disponível em: http://dgp.cnpq.br/dgp/faces/consulta/consulta_parametrizada.jsf. Acesso em: 06 jan. 2021.

CUTTER, Susan Lynn. Vulnerability to environmental hazards. Progress in Human Geography, London, v. 20, n. 4, p. 529-539, Dec.1996.

DIAS, Genebaldo Freire. A pegada ecológica e a sustentabilidade humana. São Paulo: GAIA, 2015.

FREITAS, Priscila Maria de. Direito à Cidade Sustentável. Curitiba: Appris, 2015.

GOTTDIENER, Mark. A produção social do espaço urbano. São Paulo: EDUSP, 1993.

HOGAN, Daniel Joseph; MARANDOLA Jr, Eduardo. Para uma conceituação interdisciplinar da vulnerabilidade. In: HOGAN, Daniel Joseph.; MARANDOLA JR., Eduardo. Novas metrópoles paulistas: população, vulnerabilidade e segregação. Campinas: NEPO/UNICAMP, 2006. p. 23-50.

HOGAN, Daniel Joseph. População e mudanças ambientais globais. In: HOGAN, Daniel Joseph; MARANDOLA Jr., Eduardo (org.). População e mudança climática: dimensões humanas das mudanças ambientais globais. Campinas: NEPO/UNICAMP, 2009. p. 11–24.

JACOBI, Pedro. Impactos socioambientais urbanos – do risco à busca de sustentabilidade. In: MENDONÇA, Francisco (org.). Impactos socioambientais urbanos. Curitiba: UFPR, 2004. p. 169-184.

KAZTMAN, Ruben (coord.). Activos y estructuras de oportunidades estudios sobre las raíces de la vulnerabilidad social en Uruguay. Montevideo: CEPAL, 1999. Disponível em: https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/28651/LCmvdR180_es.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 20 fev. 2021.

KAZTMAN, Rubén. Notas sobre la medición de la vulnerabilidad social. México: CEPAL, 2000.

KOWARICK, Lúcio. Sobre a vulnerabilidade socioeconômica e civil. Estados Unidos, França e Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 18, n. 51, p. 61-85, 2003.

LEFEBVRE, Henri. A produção do espaço. Paris: Éditions Anthropos, 2006.
LOURENÇO, Luciano. Riscos naturais, antrópicos e mistos. Territorium, [S. l.], n. 14, p. 109-113, 2007.

MARANDOLA Jr., Eduardo; HOGAN, Daniel Joseph. As dimensões da vulnerabilidade. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 20, n. 1, p. 33-43, 2006.

MENDES, José Manuel. Ulrich Beck: a imanência do social e a sociedade do risco. Análise Social, Lisboa, n. 214, p. 211-215, mar. 2015.

MENDONÇA, Francisco. SAL – Sistema Ambiental Urbano: uma abordagem dos problemas socioambientais da cidade. In: MENDONÇA, Francisco (org.). Impactos socioambientais urbanos. Curitiba: UFPR, 2004. p. 185-207.

MONTE-MÓR, Roberto Luís de Melo. O que é o urbano, no mundo contemporâneo. Belo Horizonte: UFMG/Cedeplar, 2006.

MONTEIRO, Simone Rocha da Rocha Pires. O marco conceitual da vulnerabilidade social. Sociedade em Debate, Pelotas, v.17, n. 2, p. 29-40, jul./dez. 2011.

NOBRE, Carlos Afonso. Mudanças climáticas globais: possíveis impactos nos ecossistemas do país. Parcerias estratégicas, Brasília, v. 6, n. 12, p. 239-258, 2001.

NUNES, João Arriscado. O resgate da epistemologia. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2013. p. 215-242.

ONU - Organização das Nações Unidas. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br. Acesso em: 10 dez. 2020.

PENNA, Nelba Azevedo; FERREIRA, Ignez Barbosa. Desigualdades socioespaciais e áreas de vulnerabilidades nas cidades. Mercator, Fortaleza, v. 13, n. 3, p. 25-36, set./dez, 2014.

PRADO Jr, Caio. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1945.

OJEDA, Daliana Ramos. Understanding the social vulnerability: a look from its principal theorists. Estudios del Desarrollo Social, La Habana, v. 7, n. 1, p. 139-154, abr. 2019.

SACHS, Ignacy. Ecodesenvolvimento: crescer sem destruir. São Paulo: Vértice, 1986.

SANTOS, Boaventura de Sousa; ARAÚJO, Sara; BAUMGARTEN, Maíra. As epistemologias do Sul num mundo fora do mapa. Sociologias, Porto Alegre, v. 18, n. 43, p. 14-23, 2016.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2013a. p. 23-71.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Um ocidente não-ocidentalista?: a filosofia à venda, a douta ignorância e a aposta de Pascal. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2013b. p. 445-486.

SANTOS, Milton. Por uma economia política da cidade. São Paulo: Hucitec, 1994.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2002.

STEINBERGER, Marília. A inseparabilidade entre Estado, políticas públicas e território. In: STEINBERGER, Marília Território, estado e políticas públicas espaciais. Brasília: Libri Editorial, 2013. p. 31-64.

VARNES, David Joseph. Landslide Hazard Zonation: review of Principles and Practice. Paris: UNESCO Press, 1984.

VEIGA, José Eli da. A insustentável utopia do desenvolvimento. In: LAVINAS, Lena et al. Reestruturação do espaço urbano e regional no Brasil. São Paulo: Hucitec, 1993. p. 149-169.

Downloads

Publicado

2021-06-19

Como Citar

Freitas, P. M. de, Valério Filho, M., & Mendes, R. M. (2021). Vulnerabilidade Urbana: um resgate da visão transescalar. GEOGRAFIA (Londrina), 30(2), 9–26. https://doi.org/10.5433/2447-1747.2021v30n2p9

Edição

Seção

Artigos