Canção, literatura e audiovisual: paisagens sonoras em "O Auto da Compadecida"
DOI:
https://doi.org/10.5433/el.2021v28.e44924Palavras-chave:
Canção, Trilha sonora, O Auto da Compadecida.Resumo
Analisa-se a trilha sonora de O Auto da Compadecida, filme dirigido por Guel Arraes (2000), tradução intersemiótica da peça de Ariano Suassuna, considerando a articulação da produção musical com a identidade e com a memória inconsciente da coletividade, aspectos que problematizam o conceito tradicional de canção, baseado na predominância textual. Discute-se a relação entre sonoridade e oralidade, duas instâncias expressivas a compor a paisagem sonora da narrativa (SCHAFER). Entre os resultados, assinalamos que as qualidades atinentes às duas instâncias performativas são trabalhadas de forma híbrida no filme, deslocando o espectador para um entrelugar que lhe faculta imergir no ambiente imaginário do sertão nordestino.
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