Autômatos, duplos e delírios atmosféricos da subjetividade moderna: O homem da areia, de Hoffmann
DOI:
https://doi.org/10.5433/el.2021v27.e41127Palavras-chave:
O Homem da Areia, Modernidade, Autômato, DuploResumo
A fim de dimensionar a profunda crise do eu na modernidade, o ensaio se debruça sobre uma seminal novela alemã: O Homem da Areia, de Hoffmann. Inserida em uma atmosfera sombria, a obra marca um momento histórico no qual escritores, artistas e filósofos sinalizam certo eclipse da racionalidade ocidental. Na novela, explora-se uma alquimia que faz proliferar autômatos e Duplos, fragmentando-se os contornos harmoniosos da figura humana e a coesão do eu. Acompanhando os delírios do protagonista, lançamos algumas luzes sobre as passagens mais enigmáticas de uma novela que, cerca de um século após sua publicação, inspiraria Sigmund Freud, em um famoso ensaio de 1919, a explorar aspectos turvos da subjetividade.
Downloads
Referências
CRARY, Jonathan. Suspensões da percepção. São Paulo: Cosac Naify, 2013.
DESCARTES, René. Meditações metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Kafka: pour une littérature mineure. Paris: Minuit, 2005.
DOSTOIÉVSKI, Fiódor. O duplo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
FERRAZ, Maria Cristina Franco. Homo deletabilis. Rio de Janeiro: Garamond, 2010.
FREUD, Sigmund. “O inquietante”. In: Obras completas vol. 14. Tradução: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 328-376.
GROSS, Kenneth. The dream of the moving statue. Pennsylvania: The Pennsylvania State University Press, 2006.
HOFFMANN, E. T. A. O Homem da Areia. Tradução de Ary Quintella. Rio de Janeiro: Rocco, 2010.
HOFFMANN, E. T. A. “O Homem da Areia”. Tradução de Ricardo Ferreira. In: CESAROTTO, Oscar (org.). No olho do outro: “O Homem da Areia” segundo Hoffmann, Freud e Gaiman. São Paulo: Iluminuras, 1996. p. 17-50.
HOFFMANN, E. T. A. Der Sandmann. Berlin: Aufbau, 1963.
JAGUARIBE, Beatriz. O choque do real. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.
JOHNSON, Barbara. Persons and things. Cambridge: Harvard University Press, 2008.
MORAES, Eliane R. O corpo impossível. São Paulo: Iluminuras, 2012.
NOCHLIN, Linda. The body in pieces. London: Thames & Hudson, 2001.
OVÍDIO. Metamorfoses. São Paulo: Madras, 2003.
POE, Edgar Allan. William Wilson. In: Histórias extraordinárias. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
ROSA, Guimarães. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
SINGER, Ben. “Modernidade, hiperestímulo e início do sensacionalismo popular”. In: CHARNEY, Leo; SCHWARTZ, Vanessa (org). O cinema e a invenção da vida moderna. São Paulo: Cosac Naify, 2004. p. 95-123.
STEVENSON, Robert Louis. O médico e o monstro. Rio de Janeiro: L&PM Pocket, 2002.
WILDE, Oscar. O retrato de Dorian Gray. Rio de Janeiro: L&PM, 2001.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A revista se reserva os direitos autorais sobre as contribuições publicadas, sem retribuição material para o autor, podendo disponibilizá-las on-line no modo Open Access, mediante sistema próprio ou de outros bancos de dados; também poderá efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com o intuito de manter o padrão culto da língua, contando com a anuência final dos autores. As opiniões emitidas pelos autores são de sua exclusiva responsabilidade.