François Villon, um poeta maldito avant la lettre? A balada dos enforcados como um modelo poético de Rimbaud, Pound e Augusto de Campos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/el.2013v12.e26142

Palavras-chave:

Transgressão, Abjeção, Obscenidade, Morte

Resumo

Neste artigo, não se pretende subscrever a imagem moderna de François Villon como um poeta maldito avant la lettre, mas mostrar como essa imagem foi o resultado das diferentes apropriações da sua obra por importantes poetas modernos e modernistas. A utilização da Balada dos enforcados, uma das suas mais conhecidas composições, como um modelo poético por Rimbaud, Pound e Augusto de Campos pode ser considerada como um caso exemplar da sua recepção moderna. O estudo da sua paródia pelo simbolista francês, do seu pastiche pelo modernista americano e da sua tradução pelo concretista brasileiro permitirá situar o lugar ocupado pelo “poeta medieval” na construção de seus próprios projetos poéticos. Se bem que sejam inteiramente incompatíveis com o projeto poético de Villon, lapidarmente exposto pela Balada dos enforcados, as retomadas dessa balada por poetas tão diferentes testemunham a fecundidade desse projeto.

Biografia do Autor

Daniel Padilha Pacheco da Costa, Universidade de São Paulo - USP

Doutorado em Francês pela Universidade de São Paulo - USP

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Publicado

2013-11-24

Como Citar

Costa, D. P. P. da. (2013). François Villon, um poeta maldito avant la lettre? A balada dos enforcados como um modelo poético de Rimbaud, Pound e Augusto de Campos. Estação Literária, 12, 70–85. https://doi.org/10.5433/el.2013v12.e26142

Edição

Seção

Artigos do Dossiê Temático