Ensaio sobre a cegueira e a fragilidade do ser: os cegos errantes de Saramago
DOI:
https://doi.org/10.5433/el.2012v10.e25590Palavras-chave:
Ficção portuguesa, José Saramago, Pós-modernismoResumo
Em Ensaio sobre a Cegueira, romance de José Saramago, de 1995, o leitor se depara com uma desconcertante e imprevisível epidemia de “cegueira branca” instaurada em uma cidade anônima. Pensaremos, assim, nos significados de um sujeito cego e sua caminhada por uma cidade labiríntica A realidade tornou-se plural e o homem não pode enxergar mais sua segurança epistemológica. Procuraremos perceber como o romancista português utiliza-se destes dados, através de uma dominante ontológica e pós-moderna, para problematizar o ser humano e seu vínculo com um mundo marcado por um estado de “cegueira”, e assim, através da ficção, compor seus questionamentos pautados na ética e na existência.
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