Autômatos, duplos e delírios atmosféricos da subjetividade moderna: O homem da areia, de Hoffmann

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/el.2021v27.e41127

Palavras-chave:

O Homem da Areia, Modernidade, Autômato, Duplo

Resumo

A fim de dimensionar a profunda crise do eu na modernidade, o ensaio se debruça sobre uma seminal novela alemã: O Homem da Areia, de Hoffmann. Inserida em uma atmosfera sombria, a obra marca um momento histórico no qual escritores, artistas e filósofos sinalizam certo eclipse da racionalidade ocidental. Na novela, explora-se uma alquimia que faz proliferar autômatos e Duplos, fragmentando-se os contornos harmoniosos da figura humana e a coesão do eu. Acompanhando os delírios do protagonista, lançamos algumas luzes sobre as passagens mais enigmáticas de uma novela que, cerca de um século após sua publicação, inspiraria Sigmund Freud, em um famoso ensaio de 1919, a explorar aspectos turvos da subjetividade.

Biografia do Autor

Louise Ferreira Carvalho, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Doutoranda em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Maria Cristina Franco Ferraz, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Professora Doutora em Teoria da Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

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Publicado

2021-09-17

Como Citar

Carvalho, L. F., & Ferraz, M. C. F. (2021). Autômatos, duplos e delírios atmosféricos da subjetividade moderna: O homem da areia, de Hoffmann. Estação Literária, 27, 203–220. https://doi.org/10.5433/el.2021v27.e41127

Edição

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Artigos da Seção Livre