Categorização, cognição e o estilo de vida g0y

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2236-6407.2019v10n1p131

Palavras-chave:

categorização, ontologia, papéis sexuais, sexualidade masculina

Resumo

A categorização é fundamental para o nosso pensamento, nossa percepção, ação e posicionamento no mundo. Todas as vezes que percebemos algo como um tipo de coisa, ou como parte de alguma coisa, estamos a categorizar e a recorrer ao uso de processos cognitivos. Nessa perspectiva, as novas categorias homoeróticas na contemporaneidade surgem de que axiomas? O que é gay, o que é g0y (g-zero-y) e o que não é? Bem como, qual é a fronteira desses conceitos com o comportamento masculino heteroflexível? São questões instigantes sob o enfoque da cognição, da categorização; e, com base em verificação ontológica, este artigo enfatiza o papel de validação exercido pela “confirmação” e “desconfirmação" das crenças acerca de categorias mais fluidas de comportamentos sexuais masculinos que podem estar externalizados. Nesse âmbito, registra-se que não se encontra na proposição g-zero-y erros sejam no sentido da redundância, de inconsistência interna, de partição ou de circularidade conceptual.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Nuno Sá-Teixeira, Universidade de Coimbra

Doutorado em Psicologia Experimental pela Universidade de Coimbra.

Referências

Almeida, A., Castro, P., Razuck, F. & Mamede, W. (2017). Género y identidad masculina en el nuevo milenio: La homo afectividad y la visión social basada en la filosofía de comportamiento GØy (G-cero-y). Psicología, Conocimiento y Sociedad. 7(1), 199-225. http://dx.doi.org/10.26864/v7n1.9.

Aranalde, M. (2009). Reflexões sobre os sistemas categoriais de Aristóteles, Kant e Ranganathan. Ciência da Informação, 38(1), 86-108. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-19652009000100006.

Barité, M. G. (1998). Las categorías: Aportes para una revisión conceptual y metodológica. Cadernos da F.F.C., 7(1-2), 77-96.

Castro, S. (2008). Ontologia. Rio de Janeiro, RJ: Jorge Zahar.
Castro, P. M. R. (2015, 17 de agosto). O novo rótulo não importa. Importante é o conceito: O mundo está ficando mais complexo e também mais divertido. [Blog]. Recuperado de http://brasilgzeroy.com.br/p/conceitos.html.

Castro, P. M. R. (2016). Gays seus valores versus valores g0ys: Diferentes identidades contemporâneas sob o ponto de vista das prioridades axiológicas. In Anais do 12º Colóquio Nacional de Representações Gênero e Sexualidades. Campina Grande: Editora Realize. Recuperado em 29 de abril de 2019, de http://www.editorarealize.com.br/revistas/conages/trabalhos/TRABALHO_EV053_MD1_SA7_ID1774_02052016172429.pdf.

Cecarello, C. & Castro, P. M. R (Entrevistados) (2015). Programa Super Pop: Qual a fronteira entre o homoafectivo (g-y) e o homossexual (gay). [Vídeo]. São Paulo, SP/Brasil: RedeTV. Recuperado em 29 de abril de 2019, de https://www.youtube.com/watch?v=_XF-TZkDUQc.

Fiske, S. (2000). Stereotyping, prejudice and discrimination at the seam between the centuries: Evolution, culture, mind, and brain. European Journal of Social Psychology, 30(3), 299-322. https://doi.org/10.1002/(SICI)1099-0992(200005/06)30:3%3C299::AID-EJSP2%3E3.0.CO;2-F

Foucault, M. (1994). História da Sexualidade II: O uso dos prazeres. Lisboa: Relógio D’água Editores.

Fratman, M. (2015, 30 de abril). Papo sério: O sexo na lei de Moisés. [Blog]. Recuperado em 29 de abril de 2019, de http://brasilgzeroy.blogspot.com.br/2015/04/papo-serio-o-sexo-na-lei-de-moises.html.

Furgeri, S. (2006). Representação de informação e conhecimento (Dissertação de Mestrado). Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas. Recuperado em 29 de abril de 2019, de http://tede.bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br:8080/jspui/bitstream/tede/778/1/Sergio%20Furgeri.pdf.

Gardner, H. (2003). A nova ciência da mente: uma história da revolução cognitiva. São Paulo: EDUSP.

Gómez-Pérez, A. (2001). Evaluation of ontologies. International Journal of Intelligent Systems, 16(3), 391-409. https://doi.org/10.1002/1098-111X(200103)16:3%3C391::AID-INT1014%3E3.0.CO;2-2.

Greenwald, A. G. & Banaji, M. R. (1995). Implicit social cognition: Attitudes, self-esteem, and stereotypes. Psychological Review, 102(1), 4-27. Recuperado em 29 de abril de 2019, de https://faculty.washington.edu/agg/pdf/Greenwald_Banaji_PsychRev_1995.OCR.pdf.

Heterogoy (2014). Um site para homens modernos e conscientes de seu papel. Recuperado em 29 de abril de 2019, de http://heterogoy.webnode.com/.

Jacob, E. K. & Shaw, D. (1998). Sociocognitive perspectives on representation. In M. Williams (Ed.), Annual Review of Information Science and Technology (pp. 131–185). Medford: Information Today.

Johnson-Laird, P. N. & Wason, P. C. (1997). Thinking: Readings in cognitive science. Cambridge: Cambridge University Press.

Kinsey, A. C., Pomeroy, W. B. & Martin, C. E. (1948). Sexual Behavior in the Human Male, Philadelphia, PA: W.B. Saunders.

Lacerda Neto, A. V. (2007). A homossexualidade em Platão. Recuperado em 29 de abril de 2019, de https://arthurlacerda.wordpress.com/2007/08/12/a-homossexualidade-em-platao/

Lima, G. A. B. (2007). Categorização como um processo cognitivo. Ciências & Cognição, 11, 156-167. Recuperado em 29 de abril de 2019, de http://www.cienciasecognicao.org/revista/index.php/cec/article/view/663/444.

Macrae, C. N., & Bodenhausen, G. V. (2000). Social cognition: Thinking categorically about others. Annual Review of Psychology. 51, 93-120. https://doi.org/10.1146/annurev.psych.51.1.93.

Marcuschi, L. A. (2006). A construção do mobiliário do mundo e da mente: Linguagem, cultura e categorização. In N. Miranda & M. Name (Orgs.), Linguística e cognição (pp. 49-77). Juiz de Fora: Editora UFJF.

Mareschal, D., Quinn, P. C., & Lea, S. E. G. (Eds.) (2010). The making of human concepts. Oxford, UK: Oxford University Press.

Markman, E. M. (1989). Categorization and naming in children: problems of induction. Cambridge, MA: MIT Press.

Maddox, W. T. & Ashby, F. G. (2004). Dissociating explicit and procedural-based systems of perceptual category learning. Behavioural Processes, 66(3), 309–332. https://doi.org/10.1016/j.beproc.2004.03.011.

Moskowitz, G. (2006). Social Cognition. New York: Guilford Press.
Moreira, A., Alvarenga, L. & Oliveira, A. P. (2004). O nível do conhecimento e os instrumentos de representação: Tesauros e ontologias. Datagramazero: revista de ciência da informação, 5(6), 1-18. Recuperado em 29 de abril de 2019, de http://www.brapci.inf.br/_repositorio/2010/01/pdf_25cb9ed242_0007645.pdf.

Mott, L. (2014, 17 de abril). É um modismo, diz ativista LGBT sobre o movimento dos g0ys [Depoimento concedido à Marina Cohen]. Jornal O Globo. Recuperado em 29 de abril de 2019, de http://oglobo.globo.com/sociedade/e-um-modismo-diz-ativista-lgbt-sobre-movimento-dos-g0ys-12223092.

Murphy, G. L. (2004). The Big Book of Concepts. Cambridge: MIT Press.

Norenzayan, A., Smith, E. E., Kim, B. J., & Nisbett, R. E. (2002). Cultural preferences for formal versus intuitive reasoning. Cognitive Science, 26, 653–684. https://doi.org/10.1207/s15516709cog2605_4.

Nosofsky, R. M. (1988). Similarity, frequency and category representations. Journal of Experimental Psychology: Learning, Memory & Cognition, 14(1), 54-65. https://psycnet.apa.org/doi/10.1037/0278-7393.14.1.54.

Park, B. & Judd, C. (2005). Retihinking the link between categorization and prejudice within the social cognition perspective. Personality and Social Psychology Review, 9(2), 108-130. https://doi.org/10.1207/s15327957pspr0902_2.

Pereira, M. (2002). Psicologia Social dos Estereótipos. São Paulo: EPU

Piedade, M. A. R. (1983). Introdução à teoria da classificação. Rio de janeiro: Interciência.

Prieto, M. H. U. (2006). Breves apontamentos sobre o homossexualismo Grego. Lisboa: Impactum Coimbra University Press.

Ptgay (2016, n.d.). Já conhece o movimento g0y? Descubra o que é! [Blog]. Recuperado em 29 de abril de 2019, de http://www.ptgay.net/blog/ja-conhece-o-movimento-g0y-descubra-o-que-e/.

Reeder, G. (2000). Same-sex desire, conjugal constructs, and the tomb of Niankhkhnum and Khnumhotep. World Archaeology, 32(2), 193-208. https://doi.org/10.1080/00438240050131180.
Russel, B. (1945). A History of Western Philosophy. London: George Allen & Unwin.

Smith, E. & Medin, D. (1981). Categories and concepts. Cambridge: Harvard University Press.

Soergel, D. (1999). The rise of ontologies or the reinvention of classification. Journal of the american society of information science, 50(12), 1119-1120. https://doi.org/10.1002/(SICI)1097-4571(1999)50:12%3C1119::AID-ASI12%3E3.0.CO;2-I.

Takacs, J. (2004). The Double Life of Kertbeny. In G. Hekma (ed), Past and Present of Radical Sexual Politics (pp. 26–40). Amsterdam: Mosse Foundation.

Van Dijk, T. A. (2004). Cognição, discurso e interação. São Paulo: Contexto.

Wainer, R. & Madeira, M. J. P. (1994) A influência da memória de curta duração na categorização difusa a dupla escolha. Psicologia: Reflexão e Crítica, 1(2); 133-144.

Wikipédia, (2016). Desenvolvido pela Wikimedia Foundation. Apresenta conteúdo enciclopédico sobre heteroflexibilidade. Recuperado em 29 de abril de 2019, de: https://pt.wikipedia.org/wiki/Heteroflexibilidade.

Downloads

Publicado

2019-06-07

Como Citar

Sá-Teixeira, N. (2019). Categorização, cognição e o estilo de vida g0y. Estudos Interdisciplinares Em Psicologia, 10(1), 131–152. https://doi.org/10.5433/2236-6407.2019v10n1p131

Edição

Seção

Artigos Originais