De pai para filho: o paradoxo fundamental da masculinidade
DOI:
https://doi.org/10.5433/2236-6407.2019v10n1p83Palavras-chave:
Identidade masculina, complexo de Édipo, incorporação da masculinidadeResumo
Partindo da defesa de Silvia Bleichmar da masculinidade enquanto uma constituição que perpassa o paradoxo no qual o menino precisa, numa relação de amor, incorporar o pênis paterno para revestir de potência e legitimar sua posição sexuada, o presente artigo contempla as peculiaridades da relação paterno-filial enquanto fonte de afirmação e contradição, já que essa fantasmática identificatória será classificada pelo Eu como homossexual. As vicissitudes da relação entre filho e pai são abordadas do estádio pré-edipiano à adolescência deflagrando que os paradoxos deixados por esse laço, ainda que represente a fragilidade da identidade masculina como essencialmente defensiva, compõem uma posição mais fértil para o sujeito. O enigma de uma posição sexuada em busca de confirmação viril apresenta a conjectura de que o sujeito, buscando a solução para a falta simbólica, pode colocar em ato a fantasmática da incorporação e, assim, estar mais suscetível à submissão sexual violenta a outros homens.
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