Diferenças nas práticas parentais de pais e mães e a percepção dos filhos adolescentes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2236-6407.2019v10n1p59

Palavras-chave:

práticas parentais, estilos parentais, ensino fundamental.

Resumo

O estudo objetivou comparar a percepção das práticas parentais de pais e mães com a percepção dos filhos sobre essas práticas. Participaram 154 estudantes do 6º ano, com idades entre 9 a 15 anos (M = 11,5; DP = 0,8), 29 pais e 125 mães. Foi utilizado o Inventário de Estilos Parentais (IEP). Foram encontradas diferenças nas médias das percepções de mães, pais e da percepção dos filhos sobre o estilo parental dos pais e mães. As mães avaliaram seu estilo parental de forma mais positiva, enquanto os pais avaliaram seu estilo de forma mais negativa, em comparação à percepção dos filhos. Os resultados refletem a importância da função parental exercida por mães e pais em famílias majoritariamente não nucleares indicando que as práticas positivas podem desenvolver habilidades sociais que valorizem os vínculos estabelecidos entre pais e filhos e estimulem interações sociais futuras mais relevantes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fátima de Almeida Maia, Universidade Salgado de Oliveira

Mestre em psicologia e doutoranda em psicologia

Adriana Benevides Soares, Universidade Salgado de Oliveira

Doutora em Psicologia Cognitiva pela Universidade de Paris. Professora do programa de Pós-gradução em Psicologia (mestrado e doutorado) da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO)

Referências

Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa [ABEP]. Critério de Classificação Econômica Brasil. (2016). Recuperado de http://www.abep.org/novo/Utils/FileGenerate.ashx?id=197.

Alvarenga, P., & Piccinini, C. (2007). O impacto do temperamento infantil, da responsividade e das práticas educativas maternas nos problemas de externalização e na competência social da criança. Psicologia: Reflexão e Crítica, 20(2), 314-323. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722007000200018.

Baumrind, D. (1966). Effects of authoritative parental control on child behavior. Child Development, 37, 887-907. http://dx.doi.org/10.2307/1126611.

Berger, P. L., & Luckmann, T. (2000). A construção social da realidade: Tratado de sociología do conhecimento. Petrópolis, RJ: Vozes.

Buckley, C. K., & Schoppe‐Sullivan, S. J. (2010). Father involvement and coparenting behavior: Parents' nontraditional beliefs and family earner status as moderators. Personal Relationships, 17(3), 413-431. https://dx.doi.org/10.1111%2Fj.1475-6811.2010.01287.x.

Burt, K. B., & Roisman, G. I. (2010). Competence and psychopathology: Cascade effects in the NICHD Study of Early Child Care and Youth Development. Development and Psychopathology, 22, 557-567. http://dx.doi.org/10.1017/S0954579410000271.

Buschgens, C. J., van Aken, M. A., Swinkels, S. H., Ormel, J., Verhulst, F. C., & Buitelaar, J. K. (2010). Externalizing behaviors in preadolescents: Familial risk to externalizing behaviors and perceived parenting styles. European Child & Adolescent Psychiatry, 19(7), 567-575. http://dx.doi.org/10.1007/s00787-009-0086-8.

Cavalcante, A. K., & do Carmo Kabengele, D. (2014). A sensibilização psicológica dos pais de crianças e adolescentes considerados indisciplinados. Caderno de Graduação-Ciências Humanas e Sociais-UNIT-ALAGOAS, 2(2), 137-148. Recuperado em 29 de abril de 2019, de https://periodicos.set.edu.br/index.php/fitshumanas/article/view/1863/1068.

Conselho Nacional de Saúde (Brasil). Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Brasília, 2012. Dispõe sobre a função de implementar normas e diretrizes regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Recuperado de http://www.conselho.saude.gov.br/web_comissoes/conep/index.html.

Conselho Nacional de Saúde (Brasil). Resolução nº 510 de 7 de abril de 2016. Dispõe sobre as especificidades éticas das pesquisas nas ciências humanas e sociais e de outras que utilizam metodologias próprias dessas áreas. Recuperado de http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/reso510.pdf.

Crockett, L. J., Petersen, A. C., Graber, J. A., Schulenberg, J. E., & Ebata, A. (1989). School transitions and adjustment during early adolescence. The Journal of Early Adolescence, 9(3), 181-210. http://dx.doi.org/10.1177/0272431689093002.

Darling, N. & Steinberg, L. (1993). Parenting style as context: an integrative model. Psychological Bulletin, 113(3), 487-496. https://psycnet.apa.org/doi/10.1037/0033-2909.113.3.487.

Di Leo, P. F. (2011). Violencias y climas sociales en escuelas medias: experiencias de docentes y directivos. Educação e Pesquisa, 37(3), 599-612. http://dx.doi.org/10.1590/S1517-97022011000300010.

Field, A. P. (2013). Discovering statistics using IBM SPSS Statistics: And sex and drugs and rock’n’roll. London: Sage.
Gabriel, M. R., & Dias, A. C. G. (2011). Percepções sobre a paternidade: Descrevendo a si mesmo e o próprio pai como pai. Estudos de Psicologia (Natal), 16(3), 253-61. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2011000300007.

Gershoff, E. T., & Grogan-Kaylor, A. (2016). Spanking and child outcomes: Old controversies and new meta-analyses. Journal of Family Psychology. http://dx.doi.org/10.1037/fam0000191.

Gershoff, E. T., Grogan‐Kaylor, A., Lansford, J. E., Chang, L., Zelli, A. Deater‐Deckard, K., & Dodge, K. A. (2010). Parent discipline practices in an international sample: Associations with child behaviors and moderation by perceived normativeness. Child Development, 81(2), 487-502. https://doi.org/10.1111/j.1467-8624.2009.01409.x.

Goetz, E. R., & Vieira, M. L. (2009). Percepções dos filhos sobre aspectos reais e ideais do cuidado parental. Estudos de Psicologia (Campinas), 26(2), 195-203. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2009000200007.

Goetz, E. R., & Vieira, M. L. (2013). Pai real, pai ideal: O papel paterno no desenvolvimento infantil. Curitiba, PR: Juruá Editora.

Gomide, P. I. C. (2004). Pais presentes, pais ausentes: Regras e limites. Petrópolis, RJ: Vozes.

Gomide, P. I. C. (2007). Estilos parentais e comportamento antissocial. In A. Del Prette, & Del Prette (Eds.), Habilidades sociais, desenvolvimento e aprendizagem (pp. 21-60). São Paulo, SP. Editora Alínea.

Gomide, P. I. C. (2009). A influência da profissão no estilo parental materno percebido pelos filhos. Estudos de Psicologia (Campinas), 26(1), 25-34. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2009000100003.

Gomide, P. I. C. (2011). Inventário de Estilos Parentais, modelo teórico: Manual de aplicação, apuração e interpretação. Petrópolis, RJ: Vozes.

Hofferth, S. L., Pleck, J., Stueve, J. L., Bianchi, S., & Sayer, L. (2002). The demography of fathers: What fathers do. In C. S. Tamis-LeMonda, & N. Cabrera (Eds.), Handbook of Father Involvement (pp. 63–90). United States of America, USA. Fifth Edition.

Hoffman, M. L. (1975). Moral Internalization, parental power, and the nature of parent-child interaction. Developmental Psychology, 11(2), 228–239. https://psycnet.apa.org/doi/10.1037/h0076463.

López, M. J. R., Quintana, J. C. M., Casimiro, E. C., & Máiquez Chaves, M. L. (2009). Las competencias parentales en contextos de riesgo psicosocial. Psychosocial Intervention, 18(2), 113-120. Recuperado en 29 de abril de 2019, de http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1132-05592009000200003&lng=es&tlng=es.

Macarini, S. M., Martins, G. D. F., Minetto, M. D. F. J., & Vieira, M. L. (2010). Práticas parentais: Uma revisão da literatura brasileira. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 62(1), 119-134. Recuperado em 29 de abril de 2019, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672010000100013&lng=pt&tlng=pt.

Maia, C. C., Silva, K. L., Ferreira, A. G. N., Gubert, F. A., Scopacasa, L. F., Pinheiro, P. N. C., Vieira, N. F. C. (2013). Influência da cultura machista na educação dos filhos e na prevenção das doenças de transmissão sexual: Vozes de mães de adolescentes. Adolescência e Saúde, 10(4), 17-24. Recuperado em 29 de abril de 2019, de http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=421.

Maia, F. A., & Soares, A. B. (2014). Habilidades sociais na transição do segundo ciclo do Ensino Fundamental. In L. Campos (Ed.), Resiliência & Habilidades Sociais: Reflexões acerca de suas articulações e seus desdobramentos na escola e na vida (pp. 21-39). Curitiba, PR: Appris.

Manfroi, E. C., Macarini, S. M., & Vieira, M. L. (2011). Comportamento parental e o papel do pai no desenvolvimento infantil. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 21(1), 59-69. http://dx.doi.org/10.7322/jhgd.19996.

Marin, A. H., Martins, G. D. F., Freitas, A. P. C. O., Silva, I. M., Lopes, R. C. S., Piccinini, C. A. (2013). Transmissão intergeracional de práticas educativas parentais: Evidências empíricas. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 29(2), 123-132. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722013000200001.

Martins, E. C., & Martins, S. I. B. (2017). Educação parental na transição e adaptação das crianças portuguesas da pré-escola ao 1º Ciclo do Ensino Básico. Revista de Educação PUC-Campinas, 22(1), 19-35 http://dx.doi.org/10.24220/2318-0870v22n1a3300.

Marturano, E. M. (2008). Tensões cotidianas na transição da primeira série: um enfoque de desenvolvimento. Psicologia em Estudo, 13(1), 79-87. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-73722008000100010.

Marturano, E. M. (2013). A Criança, a família, a escola e a transição para o Ensino Fundamental. In E. C. Konkiewitz (Ed.), Aprendizagem, comportamento e emoções na infância e adolescência: Uma visão transdisciplinar (pp. 47-69). Dourados, MS: Editora UFGD.

Mayer, M., Lavergne, C., Tourigny, M., & Wright, J. (2007). Characteristics differentiating neglected children from other reported children. Journal of Family Violence, 22(8), 721-732. http://dx.doi.org/10.1007/s10896-007-9120-0.

Mensah, M. K., & Kuranchie, A. (2013). Influence of parenting styles on the social development of children. Academic Journal of Interdisciplinary Studies, 2(3), 123-129. http://dx.doi.org/10.5901/ajis.2013.v2n3p123.

Mondin, E. M. C. (2008). Estilos parentais e desenvolvimento de habilidades sociais da criança. In M. A. T. Zamberlan, & Z. M. M. B. Alves. (Eds.), Interações familiares: Teoria, pesquisa e subsídios à intervenção (pp. 59-79). Londrina, PR: Eduel.

Pacheco, J. T. B., & Hutz, C. S. (2009). Variáveis familiares preditoras do comportamento anti-social em adolescentes autores de atos infracionais. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 25(2), 213-219. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722009000200009.

Pacheco, J. T. B., Silveira, L. M. O. B., & Schneider, A. M. A. (2008). Estilos e práticas educativas parentais: Análise da relação desses construtos sob a perspectiva dos adolescentes. Psico, 39(1), 66-73. Recuperado em 29 de abril de 2019, de http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/article/download/1480/2797.

Paiva. F. S., & Ronzani, T. M. (2009). Estilos parentais e consumo de drogas entre adolescentes: Revisão Sistemática. Psicologia em Estudo, 14(1), 177-183. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-73722009000100021.

Patias, N. D., Siqueira, A. C., & Dias, A. C. G. (2013). Práticas educativas e intervenção com pais: A educação como proteção ao desenvolvimento dos filhos. Psicologia da Saúde, 21(1), 29-40. http://dx.doi.org/10.15603/2176-1019/mud.v21n1p29-40.

Patterson, G., Reid, J., & Dishion, T. (2002). Antisocial boys. Comportamento antissocial. Santo André, SP: ESETec Editores Associados.

Pleck, J. H., & Masciadrelli, B. P. (2004). Parental involvement by U.S. residential fathers: Levels, sources, and consequences. In M. E. Lamb (Ed.), The role of the father in child development (pp. 222–271). New York, NY: Wiley.

Reynolds, M. R., Sander, J. B., & Irvin, M. J. (2010). Latent curve modeling of internalizing behaviors and interpersonal skills through elementary school. School Psychology Quarterly, 25(4), 189-201. http://dx.doi.org/10.1037/a0021543.

Romanelli, G. (2013). Levantamento crítico sobre as relações entre família e escola. In G. Romanelli, M. A. Nogueira, & N. Zago (Eds.), Família & escola: Novas perspectivas de análise (pp. 29-60). Petrópolis, RJ: Editora Vozes.

Salvagni, J., & Canabarro, J. (2015). Mulheres líderes: As desigualdades de gênero, carreira e família nas organizações de trabalho. Revista de Gestão e Secretariado, 6(2), 88-110. https://doi.org/10.7769/gesec.v6i2.347

Sampaio, I. T. A., & Gomide, P. I. C. (2006). Inventário de Estilos Parentais (IEP-Gomide, 2006): Percurso de padronização e normatização. Psicologia: Argumento, 25(48), 15-26. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-82712007000100015.

Smetana, J. G. (2008). “It’s 10 o’clock: Do you know where your children are?” Recent advances in understanding parental monitoring and adolescents’ information management. Child Development Perspectives, 2(1), 19-25. http://dx.doi.org/10.1111/j.1750-8606.2008.00036.x.

Soares, D., & Almeida, L. (2011). Percepção dos estilos educativos parentais: Sua variação ao longo da adolescência. In Libro de Actas do Congreso Internacional Galego-Portugués de Psicopedagoxia (pp. 4071–4083). La Coruña: Universidad de La Coruña.

Taggart, B., Sylva, K., Melhuish, E., Sammons, P., & Siraj-Blatchford, I. (2011). The power of pre-school: Evidence from the Eppe Project. Cadernos de Pesquisa, 41(142), 68-99. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-15742011000100005.

Towe-Goodman, N. R., & Teti, D. M. (2008). Power assertive discipline, maternal emotional involvement, and child adjustment. Journal of Family Psychology, 22(4), 648. http://dx.doi.org/10.1037/a0012661.

Trivellato-Ferreira, M. D. C., & Marturano, E. M. (2008). Recursos da criança, da família e da escola predizem competência na transição da 1ª série. Interamerican Journal of Psychology, 42(3), 549-558. Recuperado em 29 de abril de 2019, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-96902008000300015&lng=pt&tlng=pt.

Van Voorhis, F. L., Maier, M., Epstein, J. L., & Lloyd, C.M. (2013). The Impact of family involvement on the education of children ages 3 to 8. New York, NY: MDRC.

Wagner, A. Tronco, C., & Armani, A. B. (2011). Os desafios da família contemporânea: Revisitando conceitos. In A. Wagner (Ed.), Desafios psicossociais da família contemporânea: Pesquisa e reflexões (pp. 19-35). Porto Alegre, RS: Artmed.

Weber, L. N. D., Prado, P. M., Viezzer, A. P., & Brandenburg, O. J. (2004). Parenting style: Perceptions of children and their parents. Psicologia: Reflexão e Crítica, 17(3), 323-331. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722004000300005

Zamberlan, M. A. T., & Alves, Z. M. M. B. (2008). Interações familiares: A perspectiva ecológico-relacional. In M. A. T. Zamberlan, & Z. M. M. B. A. (Eds.), Interações familiares: Teoria, pesquisa e subsídios à intervenção (pp. 3-22). Londrina, PR: Eduel.

Downloads

Publicado

2019-06-07

Como Citar

Maia, F. de A., & Soares, A. B. (2019). Diferenças nas práticas parentais de pais e mães e a percepção dos filhos adolescentes. Estudos Interdisciplinares Em Psicologia, 10(1), 59–82. https://doi.org/10.5433/2236-6407.2019v10n1p59

Edição

Seção

Artigos Originais