O estranhamento do banal: a poética magritteana sob um olhar psicanalítico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2236-6407.2018v9n1p26

Palavras-chave:

Psicanálise, Arte, Reflexões Estéticas.

Resumo

O presente artigo pretende construir possíveis relações entre a psicanálise e algumas das obras mais inquietantes de René Magritte (1898 – 1967), mantendo consonância com a curadoria de uma exposição sobre o artista, chamada “Magritte: The Mystery of the Ordinary”. Para tanto, além de nos debruçarmos sobre materiais de comentadores e críticos da obra do pintor, investigamos também os textos produzidos pelo próprio Magritte, nos quais o pintor versa sobre conceitos fundamentais para a compreensão de seu pensamento artístico: emoção estética, poética, mistérios do cotidiano, estranhamento (ressoante ao Umheimlich freudiano). Tivemos aqui o cuidado de manter alguma distância de interpretações superficiais e reducionistas, que simplesmente aplicassem a psicanálise à obra de arte. Portanto, buscamos construir uma leitura crítica, atenta aos detalhes e atravessamentos que percorrem as obras de arte, evidenciando as implicações ali presentes e propondo aproximações entre a obra de Magritte e a teoria psicanalítica.

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Biografia do Autor

Alan Ricardo Floriano Bigeli, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP)

Graduação em Psicologia pela Universidade Júlio de Mesquita Filho - Faculdade de Ciências e Letras de Assis. 

Gustavo Henrique Dionisio, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP)

Doutorado em Psicologia Social pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo Professor da Universidade Estadual Paulista (FCL-UNESP). 

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Publicado

2018-05-28

Como Citar

Bigeli, A. R. F., & Dionisio, G. H. (2018). O estranhamento do banal: a poética magritteana sob um olhar psicanalítico. Estudos Interdisciplinares Em Psicologia, 9(1), 26–44. https://doi.org/10.5433/2236-6407.2018v9n1p26

Edição

Seção

Artigos Originais